Não basta o subsídio do secretário estadual de Mato Grosso do Sul ser o 2º maior do País, conforme levantamento do jornal o Globo. De acordo com o Portal da Transparência, quatro dos 10 integrantes do primeiro escalão da gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB) recebem acima do teto, que é o valor de R$ 35,4 mil pago ao governador. No mês passado, o valor chegou a R$ 72 mil.
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Pela Constituição, o valor máximo a ser pago a funcionário público estadual deveria ser o subsídio de R$ 35.462 pago ao chefe do Poder Executivo. No entanto, quatro secretários estaduais recebem acima deste valor, de R$ 40,4 mil a R$ 72,6 mil. Três inflam o saldo com aposentadoria.
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Este é o caso do secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, que ocupou a pasta após não ser reeleito deputado federal em 2018. Em janeiro deste ano, ele recebeu R$ 39.614,27, sendo R$ 28.369,82 do soldo de secretário e mais R$ 11.244,45 como médico aposentado.
O mesmo ocorre com a secretária estadual de Educação, Maria Cecília Amendola da Motta. No mês passada, a educadora embolsou R$ 40.962,14, sendo o subsídio de secretária e mais a aposentadoria de R$ 12.592,32 paga pela Ageprev (Agência Previdenciária de Mato Grosso do Sul).
Mais sorte teve o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, que acumulou R$ 72.693,20 no mês passado – mais que o dobro do vencimento de R$ 35,4 mil pago ao governador do Estado. Carlinhos, como é conhecido, teve o salário de secretário de R$ 28.369,82, verba eventual de R$ 9.456,61, aposentadoria de R$ 34.486,24 e mais R$ 380,53 pagos pela previdência.
A procuradora-geral do Estado, Fabíola Marquetti Sanches Rahim, acumulou R$ 57.519,09 no mês passando, sendo R$ 32.838,08 pela função de procuradora e mais acréscimo de R$ 24.681,01.
Seis secretários receberam o subsídio normal de R$ 28,3 mil no mês passado, inclusive os supersecretários, como Eduardo Riedel, da Secretaria de Governo e Gestão Estratégica, e Jaime Verruck, da Secretaria de Meio Ambiente, Planejamento e Desenvolvimento Econômico.
O valor pago aos secretários sul-mato-grossenses é mais que o dobro dos R$ 10 mil pagos pelo Governo de Minas Gerais, estado com população dez vezes maior que a de Mato Grosso do Sul.
O secretário de Segurança de São Paulo, estado com 44 milhões de habitantes, recebe menos de um terço do valor pago ao colega sul-mato-grossense. O paulista ganha R$ 20,7 mil por mês, enquanto Carlinhos recebe R$ 72,6 mil. O Mato Grosso paga R$ 18,2 mil.
Os altos salários pagos por Reinaldo aos secretários causam revolta quando a população sente na pele os efeitos do aumento da carga tributária, como é o caso da gasolina, que teve o ICMS elevado de 25% para 30% na atual gestão como parte da estratégia para equilibrar as finanças.
Um dos reflexos diretos da atual política é o preço do combustível superar R$ 6 no interior, enquanto na Capital o contribuinte paga até R$ 5,50.