O secretário estadual de Mato Grosso do Sul recebe R$ 28.369,82 por mês, o 2º maior entre as 27 unidades da federação e 183,69% superior ao menor subsídio, conforme levantamento feito pelo jornal O Globo. Isso ocorre graças a Reinaldo Azambuja (PSDB), que tem o maior valor pago ao governador no País, apesar do Estado ser um dos menores e cobrar uma das mais altas cargas tributárias.
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De acordo com o colunista Lauro Jardim (veja aqui), que divulgou o levantamento neste domingo, o Governo do Estado paga R$ 28,3 mil ao secretário, valor só inferior ao recebido pelo do Amazonas (R$ 28,5 mil), que está com a saúde em colapso devido às falhas no combate à pandemia da covid-19.
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Santa Catarina, Piauí e Minas Gerais pagam R$ 10 mil por mês a um secretário de Estado, o menor valor entre os estados brasileiros. Isso significa que MS paga um salário 183,69% maior que o recebido pelo primeiro escalão mineiro e catarinense. A título de comparação, Minas Gerais tem 21,2 milhões de habitantes, enquanto Mato Grosso do Sul conta com 2,8 milhões. Santa Catarina tem 7,2 milhões.
São Paulo, estado mais rico do Brasil e com população de 44,6 milhões de moradores, paga R$ 20,7 mil ao secretário estadual. O sul-mato-grossense paga 37% acima do subsídio pago ao paulista. O leitor pode ficar surpresa até com o Distrito Federal, famoso por pagar o maior salário do país ao funcionalismo público, mas paga apenas R$ 18,4 mil ao primeiro escalão.
Confira o ranking nacional dos salários pagos aos secretários de Estado
Estado | Salário |
Amazonas | 28,5 mil |
Mato Grosso do Sul | 28,3 mil |
Rondônia | 25,1 mil |
Acre | 24,8 mil |
Paraná | 23,6 mil |
Roraima | 23,1 mil |
Paraíba | 22,2 mil |
Pará | 21,5 mil |
São Paulo | 20,7 mil |
Goiás | 20 mil |
Alagoas | 20 mil |
Bahia | 19,3 mil |
Rio Grande do Sul | 18,9 mil |
Espírito Santo | 18,9 mil |
Distrito Federal | 18,4 mil |
Rio de Janeiro | 18,4 mil |
Mato Grosso | 18,2 mil |
Rio Grande do Norte | 16,5 mil |
Sergipe | 16 mil |
Ceará | 15,8 mil |
Tocantins | 13,5 mil |
Amapá | 11,9 mil |
Maranhão | 11,1 mil |
Pernambuco | 10,5 mil |
Piauí | 10 mil |
Santa Catarina | 10 mil |
Minas Gerais | 10 mil |
Fonte: O Globo |
O salário do secretário estadual de MS teve dois reajustes desde a posse de Reinaldo Azambuja, em 2015 e 2019. Entre o último ano de André Puccinelli (MDB), em dezembro de 2014 e hoje, o valor pago ao integrante do primeiro escalão teve aumento de 32,73%, passando de R$ 21.373,02 para R$ 28.369,82, conforme o Portal da Transparência.
No mesmo período, o salário do governador saltou de R$ 26.589,67 para R$ 35.462,27, acumulando reajuste de 33,4%. No mesmo período, conforme os sindicatos, os servidores tiveram reajuste de 6%.
Apesar de ter reduzido o número de secretarias, Reinaldo inchou a administração estadual com a criação dos cargos de secretários especiais, que ganham vencimento equivalente. Sérgio de Paula, presidente regional do PSDB, recebe R$ 28.033,42 por mês. Outro apaniguado com o salário é o milionário e ex-senador da República, Pedro Chaves dos Santos Filho, acomodado no Governo desde que apoiou a reeleição de Reinaldo em 2018.
No entanto, o dinheiro não está sobrando, pelo menos para os servidores, que deverão ficar mais um ano sem reajuste. Em julho de 2019, o governador reduziu em 32% o salário pago a mais de 9 mil professores convocados da rede estadual.
O contribuinte também tem sentido na pele a política tucana, como o aumento na alíquota do ICMS da gasolina, que passou de 25% par 30%, e de até 71% na alíquota do Fundersul.
O salário elevado para o primeiro escalão do Governo do Estado ainda não tem respaldo na realidade. O trabalhador sul-mato-grossense tem renda média de R$ 2,6 mil por mês, o 8º no ranking nacional. Já o paulista tem o 3º maior salário médio, de R$ 3,1 mil. O primeiro colocado é o Distrito Federal, onde o trabalhador tem a maior renda do País, R$ 4,8 mil.