O deboche do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) inflamou ainda mais o movimento a favor do seu impeachment em Campo Grande. A Frente Fora Bolsonaro marcou para este domingo, a partir das 10h, na Avenida Noroeste, esquina com a Avenida Costa e Silva, a 3ª carreata a favor do impeachment.
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Logo após a manifestação realizada no último sábado (23), que acabou limitada pela Guarda Municipal, o presidente minimizou o protesto. “Eu vi uma carreata monstro, de uns dez carros, contra mim”, comentou no início da semana ao deixar o Palácio do Alvorada. “Na verdade tivemos em torno de 2 mil carros, motos e bicicletas e 4 mil pessoas dentro dos veículos”, rebateu o coordenador da frente, André Lage.
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Para amanhã, o grupo também organizou um passeio ciclístico para protestar contra o presidente. Os ciclistas deverão se concentrar a partir das 9h no Relógio da Rua 14 de Julho, no cruzamento com a Avenida Afonso Pena, e seguir em direção ao local da carreata, prevista para começar as 11h.
“Acreditamos que a 3ª Carreata Fora Bolsonaro MS contará com uma ótima adesão e novamente estaremos denunciando os desmandos deste desgoverno”, afirmou Lage. Ele explicou que desta vez a carreata percorrerá os bairros populares, como Aero Rancho, Parati e Piratininga. Eles querem dialogar com os trabalhadores para mostrar a necessidade e os motivos para a abertura do processo de impeachment.
“Nas duas primeiras mobilizações percorremos a região central da cidade e assim conseguimos um grande volume de adesão, muito em função dos sucessivos fatos de desmando do governo no enfrentamento à crise da pandemia, à falta da vacina e à situação caótica de Manaus”, ponderou o coordenador.
“Esta semana, novos fatos se apresentaram neste cenário de total desgoverno no tocante à saúde pública que foram os gastos do Palácio do Alvorada com alimentação no ano de 2020: 1,8 bilhões de reais gastos pela presidência da República com itens supérfluos”, argumentou, citando o polêmico gasto com alimentos. O maior barulho foi a compra de R$ 15 milhões em leite condensado, a guloseima favorita do presidente.
“Um gasto de 15 milhões com leite condensado e 2,2 milhões com chicletes foi mais um tapa na cara do povo brasileiro em um ano caótico em meio à pandemia, com altos índices de desemprego, custo de vida elevado e falta de oxigênio em Manaus”, acusou André Lage.
O grupo pode voltar a ter problemas com a Guarda Municipal e a Agetran (Agência Municipal de Trânsito), que podem exigir o cumprimento dos decretos municipal e estadual e da liminar da Justiça que proíbem aglomerações.
A coordenadora do movimento Juristas pela Democracia, Giselle Marques, disse que o grupo não está promovendo aglomerações, já que não haverá ato e cada motorista fica dentro do carro. No entanto, a advogada antecipa que a Frente Fora Bolsonaro vai exigir o mesmo tratamento dado à posse do novo presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Carlos Eduardo Contar, que reuniu 300 pessoas em espaço fechado sem ser incomodada pelos fiscais do município.
A coordenação da carreata pede o uso de máscara e distanciamento social. “Cada participante pode produzir e levar camiseta, cartaz, faixa, apitos, panelas e com a frase: Fora Bolsonaro! Impeachment Já!”, orienta. Também pede que os participantes respeitem a sinalização do trânsito.
Bolsonaro não é o primeiro presidente a ser alvo de pedido de impeachment. Todos os eleitos desde a redemocratização, em 1985, foram alvos de manifestações, mas apenas dois foram cassados: Fernando Collor de Mello (PROS) e Dilma Rousseff (PT).