Mato Grosso do Sul começa 2021 com situação dramática na saúde. Nove pessoas aguardam vaga de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na Santa Casa de Campo Grande, que, a beira do colapso, restringiu o atendimnto por 24 horas. Com perspectiva de piora da pandemia, o Estado registrou 33 mortes por covid-19 nesta terça-feira (5), novo recorde, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.
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Em nota publicada hoje, o maior hospital da Capital anunciou suspensão parcial no atendimento em decorrência da superlotação. A taxa de ocupação da UTI é de 130%. Dos nove pacientes na fila por vaga intensivista, seis estão no centro cirúrgico. Das 16 salas destinadas à cirurgia, 37% estão “fechadas” para manter pacientes entubados a espera de vagas na Unidade de Terapia Intensiva.
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Recém-nascidos ocupam duas das três salas de cirurgia obstetrícia a espera de vaga na UTI Neonatal da Santa Casa. O 9º paciente é mantido vivo por meio de ventilação mecânica manual, o famoso ambú, no Pronto Socorro desde às 5h30 da manhã desta terça-feira.
Desde o dia 30 de dezembro, segundo a assessoria do hospital, dez pacientes precisaram ser mantidos por ventilação mecânica manual por falta de vaga na UTI. Dos 30 leitos destinados aos pacientes com covid-19, 27 estão ocupados.
Além de dramática, a situação exige operação de guerra dos médicos do hospital. “Nesta manhã (5), a diretoria da Santa Casa de Campo Grande decidiu por restringir os atendimentos no Pronto-socorro apenas para os pacientes devidamente regulados e com a referência exclusiva para o hospital. A medida é temporária por 24h, como forma de poder minimizar o risco de desassistência aos pacientes internados, após este período a situação será revalidada”, informou.
A restrição ocorreu justamente no dia em que Mato Grosso do Sul bateu outro triste recorde, de maior número de óbitos por covid-19 em um único dia: 33. Segundo o boletim da Secretaria de Saúde, a quantidade superou o recorde anterior, de 31 mortes, registrado no dia 22 de dezembro deste ano.
Além de 2.431 mortes, o coronavírus contaminou 137.570 pessoas no Estado, com 1.320 novos casos em 24 horas. Devido às aglomerações de Natal e do fim de ano, as autoridades de saúde e especialistas preveem que a situação poderá ficar ainda mais dramática nos próximos dias.
A equipe de matemáticos da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) prevê que o novo pico da pandemia será atingido no dia 24 deste mês. Somente no fim de janeiro, o número de casos deverá começar a ter queda na Capital e no interior.
A pandemia também gera casos curiosos como o desaparecimento de uma ambulância de Aral Moreira a caminho de Naviraí. Apesar do paciente ter sido encaminhado com vaga zero, que significa prioridade máxima, o veículo não chegou ao hospital de destino e as buscas vem mobilizando o Corpo de Bombeiros, a Polícia Rodoviária Militar e a PM da região.
A equipe da prefeitura, que saiu para verificar se houve algum incidente com a ambulância, acabou sofrendo acidente. De acordo com a prefeitura, o veículo capotou.