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    Demitido após criticar Reinaldo, filho de doméstica apostou nos estudos para superar pobreza

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt27/07/20207 Mins Read
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    Estudo por dois anos para realizar o sonho de ser policial civil: ele garante ter passado em concurso em 10 estados (Foto: Arquivo Pessoal)

    Sem papa na língua para criticar políticos envolvidos em denúncias de corrupção, inclusive o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), Tiago Henrique Vargas, 32 anos, nunca teve vida fácil, mas apostou nos estudos para superar a pobreza e realizar o sonho de ser policial civil. Na semana passada, o vídeo, em que lamenta e chora pela demissão, teve mais de 5 milhões de visualizações.

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    Ele foi demitido por recomendação feita por sindicância aberta pela Corregedoria da Polícia Civil para apurar as denúncias de coação, ameaça e desacato à junta médica da Ageprev (Agência Previdenciária de Mato Grosso do Sul). O boletim de ocorrência foi feito pelo vereador Dr. Lívio (PSDB). Por este crime, o Ministério Público Estadual o denunciou à Justiça e a juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal, marcou o julgamento para o dia 21 de maio de 2021.

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    Formado em História pela Uniasselvi, faculdade de Santa Catarina, Tiago é filho da empregada doméstica Mercedes Vargas, 49, e orgulha-se de ser o primeiro da família a concluir curso superior. Durante os primeiros 15 anos da vida, ele viveu em barraco de lona no Jardim Los Angeles, na periferia da Capital.

    Na adolescência, após concluir o 1º ano do ensino médio na Escola Estadual Marçal de Souza, que já foi considerada uma das mais violentas da Capital, ele abandonou os estudos para trabalhar como repositor e, depois açougueiro, em um supermercado da região. Ele acabou concluindo os estudos por meio do EJA (Educação de Jovens e Adultos).

    Tiago trabalhou como açougueiro em supermercado do Los Angeles (Foto: Arquivo Pessoal)

    Para se preparar para concursos, ele passou a trabalhar como porteiro e se dedicou integralmente aos estudos por dois anos. Acabou sendo aprovado em 10 concursos da Polícia Civil, entre as quais do Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Em Mato Grosso do Sul, Vargas passou nos concursos da Agepen (Agência Estadual do Sistema Penitenciário) e professor de história em Terenos.

    Acabou optando pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. O ingresso na corporação no dia 1º de agosto de 2014. Na ocasião, Tiago ganhou os holofotes pela primeira vez como o açougueiro aprovado no concurso de investigador.

    Seis meses depois, trabalhando como policial civil em Coxim, ele voltou ao noticiário. Ao perseguir o autor de latrocínio, Vargas despencou do telhado do mercado do produtor e precisou ser transferido de helicóptero para a Santa Casa de Campo Grande. Apesar de ter ficado poucos dias internado, ele levou seis meses para recuperar o movimento pleno das pernas.

    Em Coxim, ele caiu do telhado de um mercado ao perseguir acusado de latrocínio (Foto: Arquivo)

    Ainda em 2015, ele obteve transferência para a 4ª Delegacia de Polícia das Moreninhas, em Campo Grande, e voltou a morar com a mãe no Jardim Los Angeles. No ano seguinte, em 2016, Tiago fez a estreia no confronto com políticos e ganhou espaço na mídia pela 3ª vez. Ele discutiu com o então vereador Coringa (PSD) na feira do bairro. O parlamentar o acusou de ser o pior policial do mundo. “Eu falei que ele não cumpriu as promessas de campanha e era o pior vereador do mundo”, relembra. Naquele ano, Tiago foi candidato a vereador da Capital pelo PROS e obteve 1.405 votos.

    Em 2017, o policial voltou aos holofotes ao criticar o deputado federal Elizeu Dionízio (PSB), que se apresentava como integrante da ala evangélica na Câmara dos Deputados. Ele cobrou coerência do parlamentar, que assinou o pedido impeachment do presidente Michel Temer (MDB). No entanto, em seguida, Dionízio votou duas vezes para livrar o emedebista de ser investigado pelos crimes revelados na delação premiada da JBS.

    Tiago gravou vídeo contra o governador na frente da JBS (Foto: Arquivo)

    Na ocasião, Tiago foi transferido pelo governador para Pedro Gomes como punição por criticar o aliado. Na época, o vídeo com críticas ao fiel da Assembleia de Deus das Missões obteve pouco mais de 40 mil visualizações. O sucesso o encorajou a gravar outros vídeos, como na frente do Damha para criticar o então ministro Carlos Marun (MDB), por ser fiel escudeiro do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB).

    Para criticar o governador, citado por receber propina milionária da JBS, ele gravou na frente da empresa na saída para Sidrolândia. No total, o Governo instaurou 11 procedimentos administrativos contra o policial.

    Morando no alojamento da delegacia de Pedro Gomes, Tiago acabou se candidatando a deputado federal pelo PDT, que tinha como candidato a governador o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira. Ele ficou como suplente ao obter 9.098 votos.

    Durante a campanha eleitoral, os adversários divulgaram vídeo do então investigador da Polícia Civil simulando sexo oral. Ele garante que a gravação ocorreu quando era adolescente. “Foi brincadeira de adolescente”, garante, ao se defender da história relembrada pelos defensores do tucano para justificar sua demissão.

    Tiago também chegou a ser processo por falsidade ideológica por usar o selo da Polícia Civil na venda de apostilas para concurso. O processo foi arquivado a pedido do Ministério Público. Ele garante ter doado 320 apostilas para pessoas carentes, que não tinham condições de pagar, e cobrar o preço de custo de outras 50.

    Outra polêmica é a citação como distribuidor das cartelas do Pantanal Cap, ligada ao empresário Jamil Name, preso da Operação Omertà. Apesar da empresa não ser ilegal, adversários também o acusaram de ligação com o empresário, que fazia festas prestigiadas por delegados, juízes, desembargadores e políticos. Vargas diz que pegava as cartelas para a mãe, que é doméstica, revender e reforçar o orçamento da casa. “Nunca fui distribuidor”, garante.

    Até a demissão no dia 17 deste mês, Tiago Vargas sentiu na pele as pressões das críticas. Além das sindicâncias abertas pela Polícia Civil, ele teve depressão profunda. “Cheguei a pensar em suicídio, mas graças a Deus procurei ajuda”, conta. O período conturbado, literalmente, pesou na balança. Com 1,70 metro, ele chegou a pesar 118 quilos.

    Conseguiu sair da depressão e se dedicar com intensidade aos exercícios físicos. Atualmente, o ex-policial pesa 68kg. Apresentando-se como cristão, por frequentar a igreja católica e evangélica, ele tenta se apegar à profecia da mãe. “Ela fala para ter fé. Deus vai me mostrar o caminho”, diz.

    Preocupada com as polêmicas críticas feitas pelo filho, dona Mercedes sempre lhe recomenda: “cuidado meu filho, sabe como essa gente é”.

    Mesmo com a esperança de reverter a demissão na Justiça, Tiago Vargas diz que vai procurar emprego como professor de história. E desafia, que prefere vender bingo, do que ter a história marcada por ser policial corrupto.

    Como o vídeo viralizou, ele tem recebido apoio não só de Mato Grosso do Sul, mas de vários estados brasileiros. O apresentador Sikêra Júnior, da Rede TV, também lhe mostrou solidariedade. A decisão do juiz Ricardo Galbiati, da 3ª Vara de Fazenda Pública, que negou liminar, extinguiu o processo e ainda lhe condenou a pagar as custas judiciais, não lhe tirou totalmente a esperança. “Meu sonho sempre foi ser policial civil”, concluiu.

    Tiago, ao lado do filho, Tiago de 9 anos (rosa), da mãe, dona Mercedes, e do sobrinho Davi (azul) (Foto: Arquivo Pessoal)

    carlos marun história de tiago vargas investigador da polícia civil tiago henrique vargas

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