Novo epicentro da pandemia do coronavírus, Campo Grande está com 84% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados e corre contra o tempo para garantir o atendimento de doentes infectados. No fim de semana, a Capital confirmou mais 498 casos, passando de 5.718 para 6.216, e 14 óbitos, elevando o número de mortes de 53 para 67.
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“A nossa preocupação é com a Capital e Corumbá, onde a doença tem crescido assustadoramente”, alertou o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende. A torcida é que as medidas mais restritivas, em vigor desde sábado, tenham resultado. O primeiro efeito do mini lockdown, determinado pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD), surtiu efeito e elevou a taxa de isolamento social de 33% para 49%.
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No entanto, por meio da assessoria, a Secretaria de Estado de Saúde afirmou que as medidas não foram suficientes e só elevaram o isolamento em três pontos percentuais em comparação ao fim de semana anterior.
“Mesmo com as novas medidas restritivas e o não funcionamento de atividades não essenciais no final de semana, Campo Grande elevou em apenas 3,5% o índice de isolamento social comparado ao anterior, conforme monitoramento de dados na Superintendência de Gestão da Informação (SGI). A taxa do sábado foi de 46% e de 49,3% no domingo”, destacou a assessoria (veja aqui).
A partir de hoje, o comércio deverá funcionar das 9h às 17h e restringir a ocupação a 30%, mesmo percentual a ser seguido por igrejas, academias e centros comerciais. Marquinhos aposta em medidas mais restritivas para evitar o isolamento total, apontado como único meio para frear a pandemia na Capital, conforme especialistas e pesquisadores.
No Estado, o número de casos saltou de 15.805, na sexta-feira (17), para 16.637 hoje (20). O número de mortes teve acréscimo de 25 óbitos, de 203 para 228. Só neste mês já foram 138 mortes, mais que o dobro contabilizado em 30 dias do mês passado (70).
O epicentro da covid-19 passou a ser Campo Grande, com 67 mortes e 6.216 casos, conforme a Secretaria Estadual de Saúde. Outro problema é a elevada taxa de ocupação de UTI, que atingiu 84% na Capital.
De acordo com Geraldo Resende, para evitar o temível colapso no sistema, foram ativados mais cinco leitos de UTI na manhã de hoje no Hospital Adventista do Pênfigo, que estava fechado na saída para Sidrolândia e teria sido ativado para abrir leitos para doentes com covid-19. Outros dez leitos serão ativados amanhã na Santa Casa de Campo Grande.
Outros dez leitos deverão ser instalados até segunda-feira (27) no Hospital Universitário. Referência no combate à pandeia, o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian está com 92% dos leitos de UTI ocupados. Dos 87, sete estavam disponíveis conforme o último boletim divulgado pelo estabelecimento de saúde.
A situação também é considerada crítica em Corumbá, onde houve a confirmação de mais quatro óbitos no fim de semana, de 17 para 21. O número de casos confirmados passou de 704 para 763.
A situação parece sob controle em Dourados, onde houve o acréscimo de apenas dez novos casos no fim de semana, de 3.719 para 3.729. No entanto, na cidade morreu mais um médico, o boliviano Feliciano Esteban Corralez Lopez, que atuava em vários órgãos públicos no município. Ele é o 4º médico a morrer em decorrência da pandemia no Estado.
Na cidade também houve morte da segunda grávida. A mulher de 37 anos não resistiu à covid-19, mas os médicos do Hospital Universitário conseguiram salvar o bebê. Ela é a segunda grávida a morrer em decorrência da pandemia no município.