Em decorrência do aumento de 118% no número de casos confirmados e de 462% nas mortes em 15 dias, Campo Grande adotará medidas mais restritivas durante os dias úteis e vai fechar tudo no fim de semana. Conforme o prefeito Marquinhos Trad (PSD), o novo decreto vai vigorar do próximo sábado até o dia 31 deste mês.
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O novo decreto, que deve ser publicado no Diário Oficial desta quarta-feira (15), é alternativa ao lockdown, sugerido por especialistas e rechaçado pelos empresários. No entanto, o isolamento total será exigido aos sábados e domingos, com fechamento de igrejas, bares, restaurantes, comércio, enfim, tudo que não for considerado serviço essencial. O serviço de delivery também poderá funcionar.
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Durante a semana, lojas, academias e shoppings vão continuar abertos, mas haverá redução no horário de funcionamento. De acordo com o prefeito, o comércio vai funcionar das 9h às 17h, com redução de duas horas em relação ao atual horário, das 8h às 18h. Também será obrigado a reduzir para 30% a lotação dos locais.
O toque de recolher continua valendo das 20h às 5h. Marquinhos prometeu intensificar a fiscalização para exigir o cumprimento das medidas. Ele explicou que o descumprimento das medidas levará a suspensão das atividades por três dias. Em caso de reincidência, o estabelecimento será lacrado por sete dias. Em nova reincidência, a prefeitura cassará o alvará.
Além das medidas para aumentar o isolamento social, o prefeito adiantou que ampliará o número de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Até o fim do mês, a Capital contará com mais 38 leitos. Atualmente, 77% das vagas estão ocupadas na cidade. Também vai adquirir mais 7,5 mil testes para covid-19.
Marquinhos ressaltou que o objetivo é achar a curva da pandemia em Campo Grande. Em decorrência do lockdown adotado na segunda quinzena de março, a situação esteve sob controle até meados de junho.
Neste mês, a pandemia acelerou com a explosão no número de casos na Capital. O número de mortes teve aumento de 462%, de oito óbitos até junho, para 45 até ontem. Houve crescimento de 118% na quantidade de diagnósticos positivos, de 2.241 para 4.906, conforme a Secretaria Municipal de Saúde.
Outra preocupação é o aumentod e 128% no número de internações em 14 dias, de 76 para 174. Número de internados em UTI cresceu 108%, de 33 para 69. Entre os profissionais de saúde, houve aumento de 17,9% no número de infectados, de 540 para 637.
Desde a semana passada, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, vinha defendo a adoção de medidas mais restritivas na Capital e no interior. Somente o isolamento social, o uso de máscaras e a higienização das mãos (com água e sabão ou álcool gel 70%), a pandemia pode perder força no Estado.
Campo Grande vive momento semelhante aos enfrentados por outras capitais, como Belo Horizonte, Curitiba e Goiânia, que retomaram as atividades, mas acabaram recuando por causa do avanço da pandemia desde meados de junho deste ano.