Com mais três óbitos confirmados nesta segunda-feira (29), Mato Grosso do Sul contabiliza 75 mortes causadas pela pandemia da covid-19, o dobro do registrado pela dengue neste ano e 837% maior que a causada pelo vírus influenza. Conforme o boletim da Secretaria Estadual de Saúde, foram confirmados mais 149 casos em 24 horas, com total passando de 7.527 para 7.676 no Estado.
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Com a transmissão mais acelerada, Campo Grande superou a barreira dos 2 mil casos e caminha para se tornar o novo epicentro do coronavírus. A pandemia ganha força em Rio Brilhante (309 casos), Chapadãod o Sul (155), São Gabriel do Oeste (133) e Paranaíba (129).
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Houve a confirmação do primeiro caso em Rio Negro. Isso significa que o coronavírus já circula em 68 dos 79 municípios sul-mato-grossenses. Neste domingo, com a confirmação de 12 casos em Rochedo, a prefeitura determinou a suspensão das atividades no frigorífico, que acabou dando férias coletivas para 800 servidores.
A mesma prudência não foi adotada pela Secretaria Estadual de Saúde nem pela Prefeitura Municipal de Dourados em relação ao frigorífico da gigante JBS, que emprega 4,3 mil pessoas e acabou espalhando a doença na região da Grande Dourados. Aliás, a segunda maior cidade do Estado continua líder no ranking no número de casos, com 2.487 infectados e 22 mortes causadas pela covid-19.
Uma das vítimas na cidade foi Rosimeire Matos de Freitas, a Rosy, de 32 anos, que morreu no dia 24 deste mês. Conforme o Campo Grande News, ela e o marido, José Carlos da Silva Júnior, 28, testaram positivo. No entanto, ela apresentou os sintomas mais sérios, como febre, muita dor de cabeça e dores no corpo.
No entanto, a mulher morreu após a quarentena de 14 dias e na véspera de retornar ao trabalho. “Quando cheguei em casa as irmãs dela já estavam lá, que ela havia avisado e estava desacordada. Jogamos ela no carro e fomos pra onde era mais perto da minha casa, que é a UPA da cidade. Ainda no carro ela sangrou pelo nariz e pela boca e chegando lá (na UPA), a primeira coisa que perguntaram é se ela tinha covid e depois não tivemos mais contato com ela”, relatou o esposo ao Campo Grande News. Rosy se formou em Gastronomia e planejava abrir uma empresa na área.
Nesta segunda-feira, a Secretaria de Saúde confirmou mais três mortes pelo coronavírus, sendo duas em Corumbá e uma em Dourados. O corumbaense de 71 anos sofria hipertensão e estava internado desde o dia 14. Ele faleceu na noite de sábado (27).
A 74ª vítima era outra moradora da Cidade Branca, com 88 anos, que estava internada desde o dia 13 e faleceu na madrugada de ontem (28). A outra morte foi de outro douradense, de 64 anos, que estava internado desde o dia 6, e teve o resultado positivo no último dia 11.
A pandemia da covid-19 já matou 75 pessoas neste ano em Mato Grosso do Sul – 92% mais que a dengue, que infectou 63,5 mil pessoas e causou a morte de 39.
Comparece as doenças
Doença | Casos | Mortes |
Covid-19 | 7.676 | 75 |
Dengue | 63.594 | 39 |
Influenza | 78 | 8 |
H1N1 (*) | 16 | 3 |
(*) está incluído nos números do influenza |
O coronavírus já causou 837% mais morte que o vírus influenza, que causou a morte de oito pessoas neste ano no Estado. O H1N1 causou apenas três mortes neste ano. A covid-19 ainda não atingiu o pico no Estado e já causou mais mortes que a gripe causada pelo H1N1 em 2009, quando também causou pandemia mundial.
Apesar de ter vacina oferecida pelo poder público há vários anos, o H1N1 matou 95 pessoas em 2016, conforme a Secretaria Estadual de Saúde.
A dengue e o H1N1 sempre são citados como exemplos pelos negacionistas para minimizar as mortes causadas pelo coronavírus. De acordo com especialistas, a covid-19 possui taxa de letalidade maior, que pode chegar a 7%, e se propaga com mais rapidez. O isolamento social é recomendado para evitar a superlotação dos leitos de UTI e salvar vidas.