![](https://ojacare.com.br/wp-content/uploads/2020/06/presídio-da-gameleira.jpeg)
O empresário Jamil Name, 81 anos, deverá ser mantido no sistema RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), o mais rigoroso do sistema prisional brasileiro, e ser encaminhado ao Presídio Masculino Fechado da Gameleira. O pedido foi apresentado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) para atender a determinação do ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal.
[adrotate group=”3″]
Na sexta-feira passada (5), o ministro acatou pedido da defesa e determinou o retorno do octogenário, acusado de chefiar um grupo de extermínio com alto poder bélico e financeiro, a Campo Grande. Name está preso na Penitenciária Federal de Mossoró (RN), a 3,4 mil quilômetros da Capital, desde 12 de outubro do ano passado.
Veja mais:
Marco Aurélio ignorou plano contra delegado e acusações para conceder habeas corpus a Jamil Name
Oito meses depois, Jamil Name obtém liminar no STF para deixar isolamento e voltar a MS
Audiência de Name pela morte de Matheus começa 2ª e julgamento por armas será em maio
Guardas e advogados obstruíram investigação e impediram delação premiada, diz Gaeco
Marco Aurélio considerou a idade avançada e as doenças apontadas pelos advogados para determinar o cumprimento da decisão do juiz corregedor do presídio federal, Walter Nunes da Silva Júnior. Ao analisar o pedido de inclusão definitiva de Name na penitenciária catiguá, o magistrado ponderou que ele não teria condições de ficar sozinho por 22 horas sem ajuda na cela.
Com a decisão do Supremo, a defesa e os órgãos de acusação travam uma guerra para definir o próximo destino do empresário, que está com quatro prisões preventivas decretadas na Operação Omertà. Os advogados Renê Siufi e Tiago Bunning Mendes querem que ele retorne ao Centro de Triagem Anísio Lima, onde já ficou detido e teria planejado, conforme o Gaeco, o atentado contra a vida do delegado Fábio Peró, titular do Garras.
Em ofício encaminhado ao Tribunal de Justiça, a coordenadora do Gaeco, Cristiane Mourão Leal Santos, ressaltou que o ministro Marco Aurélio não suspendeu o RDD, ou seja, manteve o empresário isolado, sem comunicação com familiares e com restrição nas tratativas com advogados.
Ela opinou que o melhor para manterem isolamento total é o Presídio Fechado da Gameleira, inaugurado recentemente pelo Governo do Estado.
O parecer do Gaeco foi encaminhado ao juiz Mário José Esbalqueiro Júnior, da 1ª Vara de Execução Penal na Capital. O magistrado foi um dos defensores do encaminhamento de Jamil Name para o Presídio Federal de Mossoró. Ele coordenou um grupo de juízes para defender a medida no Superior Tribunal de Justiça.
Jamil Name é réu em quatro ações penais na Capital. Ele é acusado de ser o mandante do assassinato do universitário Matheus Coutinho Xavier, 20 anos, ocorrido em 9 de abril do ano passado. Neste caso, ele deverá ser interrogado no dia 23 deste mês pelo juiz Aluzio Pereira do Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.
![](https://ojacare.com.br/wp-content/uploads/2020/06/presídio-da-gameleira2.jpeg)
As outras três ações tramitam na 1ª Vara Criminal. O juiz Roberto Ferreira Filho concluiu a audiência de instrução e julgamento sobre o arsenal de armas de grosso calibre encontrado em uma casa no Jardim Monte Líbano.
Já a denúncia por obstrução de investigação está com o julgamento previsto para a próxima semana, com os depoimentos das testemunhas de acusação. O magistrado ainda não marcou a audiência de instrução e julgamento sobre a denúncia de organização criminosa, formação de milícia privada e corrupção.