A polêmica obra do Reviva Centro teve aditivo de R$ 11,216 milhões um ano e dois meses após o início, com o custo total passando de R$ 49,238 milhões para R$ 60,435 milhões. A repaginada na Rua 14 de Julho, o coração comercial da Capital, vai ficar mais cara do que os R$ 58 milhões previstos inicialmente pelo município.
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Idealizada há mais de 20 anos, a revitalização do coração do comércio começou a sair do papel em 6 de junho do ano passado com o início das obras pela Engepar. Da proposta inicial de transformar a via em “shopping a céu aberto”, o projeto obteve financiamento de US$ 56 milhões – o equivalente a R$ 229 milhões na cotação do dólar desta segunda-feira – do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
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Marquinhos Trad (PSD) tirou do papel a proposta idealizada na gestão de Juvêncio César da Fonseca (MDB), que sofreu ajustes e continuou na pauta das gestões de André Puccinelli (MDB), Nelsinho Trad (PSD), Gilmar Olarte (sem partido) e Alcides Bernal (PP).
Apesar de todos os ajustes e aperfeiçoamentos, a equipe técnica não conseguiu evitar o famoso aditivo no contrato – que deveria ser emergencial, mas já se tornou regra no Brasil. Pela Lei de Licitações, o aumento pode chegar a 25%. O acréscimo na obra da 14 foi de 22%.
Em nota, a prefeitura alegou que uma das causas do encarecimento foi o contraturno para acelerar a conclusão da obra. Desde o início, lojistas da região central se queixaram da queda nas vendas com as interrupções da 14 de Julho. Graças ao trabalho até as 22h, a inauguração deverá ser antecipada de março para o fim deste ano.
Outro problema é a falta de registros das antigas instalações urbanas, um problema crônico que atinge todo o perímetro urbano, que exigiu interferências extras ao longo da obra. A rede de esgoto precisou ser duplicada, uma de cada lado da calçada, quando a ideia inicial era duto único.
O quantitativo da pavimentação precisou ser maior em alguns trechos para reforçar a sub-base do pavimento para o período das chuvas.
Prevista desde o início, o enterramento do notório emaranhado de fios na via, tanto de eletricidade como das cinco concessionárias de telefonia, também elevou o custo inicial, conforme o município. “Diante do emaranhado de cabos aéreos existentes, sem cadastro das extensões e conexões com os imóveis sem critério definido, verificou-se em campo a necessidade de ampliar a quantidade prevista dos serviços de instalação e caixas, dutos e cabos (elétricos e telefônicos) em relação à planilha existente”, justificou-se.
A reprogramação também vai dar ao campo-grandense a oportunidade de saber como será viver em uma cidade inteligente. Por recomendação do BID, a Rua 14 de Julho terá rede lógica (GPON, CFTV e rede Wireless), o que significa que o consumidor terá wi-fi gratuito durante as compras.
O Reviva Centro foi idealizado para manter o comércio no Centro diante da chegada dos shoppings, como o Campo Grande, Norte Sul e Bosque dos Ipês, que oferecem conforto, estacionamento e segurança.
Aliás, o estacionamento vai continuar crítico após a inauguração a 14 de Julho. Antes da eliminação de vagas na via, o motorista já sofria com a falta de vagas na região central. A Prefeitura de Campo Grande não se manifestou sobre o questionamento de como pretende minimizar o problema.
Marquinhos aposta na 14 de Julho como uma das vitrines para apresentar na campanha pela reeleição. Esta será a obra mais importante ao lado da revitalização da Avenida Ernesto Geisel, que também teve aditivo, e deverá ser concluída em 2020.
Em meio ao período turbulento, com a Capital tendo queda no repasse do ICMS e a gestão de Jair Bolsonaro (PSL) adotando contenção de despesas, o prefeito não terá pacote de obras robustos, como tiveram André e o irmão no comando do município.
Lojistas e consumidores terão quatro datas comemorativas para avaliar a obra, caso o cronograma seja cumprido: Natal e os dias das mães, namorados e pais.
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