Mesmo sob o comando do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, com fama de implacável, a Polícia Federal não tem pistas se houve mandante da tentativa de assassinato do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Inconformado com o enigma, o deputado Loester Trutis (PSL) decidiu copiar os Estados Unidos e está propondo R$ 220 mil por pistas que levem ao mandante do atentado, ocorrido em 6 de setembro do ano passado.
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A ideia da recompensa é do deputado e do empresário Ciro Nogueira Fidélis, lotado em seu gabinete com salário de R$ 17,3 mil por mês. Inicialmente, eles ofereceram R$ 100 mil. O deputado gaúcho Bibo Nunes (PSL) propôs mais R$ 100 mil. O anúncio ainda não trouxe nenhuma pista, mas vem mobilizando os seguidores do presidente na internet.
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“Só houve mais doações”, admite Trutis, sobre a ausência de novas pistas. Como houve mais de 20 mil compartilhamentos dos dois vídeos a respeito do assunto, o deputado federal já ousa dizer que conseguirá juntar R$ 1 milhão para saber quem contratou Adélio Bispo de Oliveira, preso desde setembro do ano passado no Presídio Federal de Campo Grande.
Com base em oito laudos psiquiátricos e psicológicos, o juiz Bruno Salvino, da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora, determinou a internação e o tratamento por tempo indeterminado de Adélio. Ele só será submetido a uma nova avaliação em 2022.
Em todos os questionamentos, o autor da facada diz que agiu sozinho. Em novo depoimento ao delegado Rodrigo Morais, da Polícia Federal, no mês passado, Adélio repetiu tese. Conforme os jornais, ele enfatizou que decidiu tentar matar Bolsonaro após ouvir “a voz de Deus”.
Em dezembro do ano passado, a PF realizou megaoperação para descobrir quem paga o quinteto chefiado pelo advogado mineiro Zanone Manuel de Oliveira. Na época, houve quebra do sigilo telefônico e apreensão do telefone celular do defensor de Adélio. A investigação foi suspensa pelo desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Na quarta-feira (18), a turma julga pedido da Advocacia Geral da União para manter a investigação contra os advogados.
A situação é tão inusitada, que Adélio, considerado portador do distúrbio delirante persistente, teria desmascarado o primeiro advogado para defende-lo. Conforme o site O Antagonista, o autor da facada riu quando Pedro Augusto de Lima Felipe e Possa teria dito que foi contratado pela sua mãe. “Minha mãe morreu há mais de dez anos”, teria dito o agressor.
Sem pistas, a PF pediu mais 90 dias para concluir o inquérito que apura se houve mandante do atentado contra Bolsonaro. Para dar uma forcinha, Tio Trutis decidiu seguir o modelo dos Estados Unidos e lançou, junto com o assessor, a recompensa de R$ 100 mil para descobrir quem mandou matar Jair Bolsonaro.
No vídeo, o parlamentar e o assessor querem pistas de quem paga os advogados de defesa, os quatro celulares, o computador, as viagens de Adélio para acompanhar os filhos de Bolsonaro e o cartão de crédito internacional.
Trutis quer saber como Adélio conseguiu laudo que o considerou apto para frequentar o mesmo clube de tiro de Carlos Bolsonaro em São José (SC). Oito laudos solicitados pela Justiça Federal o consideraram inimputável e portador do transtorno considerado semelhante ao esquizofrênico.
A proposta de Loester Trutis reacendeu a polarização entre esquerda e direita na internet. Os bolsonaristas querem colaborar para elevar o valor da recompensa para R$ 1 milhão, enquanto os lulistas questionam a eficiência de Sérgio Moro no comando da PF.
“Muito show, uma ideia fantástica, todos nós devemos colaborar para aumentar esta recompensa para um milhão de reias”, Erivaldo Rafael, em postagem na página do deputado.
“Toma vergonha, esse cara é nomeado no seu gabinete. E outra vocês não acreditam nas conclusões da investigação da PF do seu herói Sérgio Moro?”, questionou o advogado e petista Ilmar Renato Fonseca, o ex-BBB Ilmar Mamão.
A repercussão vem agradando o parlamentar, mas que ainda não tem perspectiva de que a iniciativa terá êxito. “Não há como como saber Nos EUA dá muito certo”, afirmou.
Trutis propõe que familiares de Adélio, que não possuem recursos nem para viajarem de Minas Gerais até Campo Grande para visita-lo no presídio, aceitem o dinheiro para entregar pistas do mandante. Ele estende a proposta a militantes de esquerda, de quem acredita estar por trás do atentado.
Em discurso na Câmara dos Deputados, quando Bibo Nunes propôs mais R$ 100 mil, ele ressaltou não ter dúvidas de que integrantes da esquerda estão por trás do atentado. E citou como exemplo o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel (PT), de Santo André. Só que neste caso, o assassino não seria o adversário do político, mas aliados.
Apenas o tempo dirá se a proposta de recompensa vai ajudar ou atrapalhar a PF no esforço de desvendar este mistério.
Na interne, a recompensa divide opiniões e mantém a polarização da política brasileira.
Veja a reação com frases no Facebook
“Eu dou mais R$ 1.000,00, doe o que vc puder… e vai aparecer os culpados… empresário e deputado Trutis, cria uma conta judicial para doarmos, em 2 anos se não aparecer o mandante, construa uma obra para ajudar os mais carentes em seu estado, pois você teve a ideia…”
“Aproveita pra ajudar a procurar o Queiroz! Afinal o Adélio já sabemos onde está.”
“Carlos Bolsonaro e Adeilo ficaram confinados, no mesmo período, no clube de tiros… será que o Carlos não gostaria de ganhar essa grana para passar alguma informação que faça chegar ao verdadeiro mandante?”
“Só gostaria de saber de onde virá os 100 mil reais que serao pagos como recompensa. Não é dos cofres públicos não ne? Porque interesses estão em jogo! Mas se for transparente a ideia e Boa!”
“Pega essa grana e paga os seus ex funcionários pow”
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