Três pessoas disputam a recompensa de R$ 250 mil, prometida pelo deputado federal Loester Trutis (PSL) a quem desse informações sobre o mandante do atentado contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As pistas foram encaminhadas à Polícia Federal. Integrante da extrema direita, o parlamentar tem certeza que dirigentes de esquerda estão por trás do crime.
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Bolsonaro foi esfaqueado no dia 6 de setembro do ano passado por Adélio Bispo de Oliveira em Juiz de Fora (MG). Com base em oito laudos psiquiátricos e psicológicos, o juiz Bruno Salvino, da 3ª Vara Federal determinou a internação e o tratamento por tempo indeterminado. Adélio só será submetido a nova avaliação médica em 2022.
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A decisão da a Justiça causou indignação entre os bolsonaristas, que acreditam em complô para matar o então candidato a presidente da República durante a campanha eleitoral. Após a facada, Bolsonaro não participou de nenhum debate e acabou eleito no segundo turno.
Trutis e o assessor, o empresário Ciro Nogueira Fidélis, decidiram seguir o modelo dos Estados Unidos e oferecer recompensa para quem desses pistas do mandante do atentado contra o presidente. Eles começaram com a proposta de R$ 100 mil. O deputado Bibo Nunes (PSL/RS) decidiu ajudar e dobrou a oferta.
Com novas doações, conforme o deputado federal sul-mato-grossense, a recompensa ficou em R$ 250 mil. Devido ao sucesso da iniciativa nas redes sociais, como milhares de compartilhamentos dos vídeos, Trutis chegou a falar em obter R$ 1 milhão para pagar a recompensa.
Ele não conseguiu a fortuna, mas garante que obteve três pistas boas do mandante da tentativa de assassinato de Bolsonaro. “São três pistas boas”, garantiu, fazendo mistério sobre o teor em decorrência do termo de confidencialidade firmado com a Polícia Federal.
O deputado está mais otimista em relação a uma pista. Mesmo sem dar detalhes, ele acredita que o suposto mandante é ligado aos partidos de esquerda. Adélio era filiado ao PSOL.
Somente após a PF confirmar a pista que levou ao mandante do atentado, Trutis irá entregar o dinheiro para o autor da pista.
Desde o atentado, há um ano e três meses, policiais federais quebraram sigilo, vasculharam escritórios de advogados e interrogaram Adélio sem sucesso. A corporação não conseguiu atender nem a expectativa do presidente, que tem certeza de o atentado não ter sido obra apenas de Adélio Bispo.
Apesar de ter prometido recorrer contra a sentença judicial, que considerou Adélio inimputável, Bolsonaro não apresentou recurso e a ação transitou em julgado. Ou seja, Adélio vai se submeter a tratamento psiquiátrico pelo resto da vida.
Em vários interrogatórios, ele limita-se a dizer que decidiu matar o então candidato após ouvir da voz de Deus.
Trutis desconfia dos oito laudos psiquiátricos e questiona, como o réu conseguiu ser considerado apto para frequentar um clube de tiro em Santa Catarina.