Não só a redução de 32,5% nos salários dos professores e o fechamento de turmas pela gestão tucana que vem causando barulho na rede estadual de ensino. A nomeação de professora “reprovada” no exame de gestão como diretora e a demissão de professores com pós-graduação e mestrado causou a indignação de estudantes e pais na Capital.
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A nova polêmica envolve a Escola Estadual Hércules Maymone, com 1,3 mil estudantes e uma das maiores da rede, na Capital. Além de ter assumido sem o aval da comunidade escolar, Maria Irene Alves Ribeiro não foi aprovada na Avaliação de Competências, o primeiro critério para o servidor ser candidato a diretor de uma escola.
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A secretária estadual de Educação, Maria Cecília Amendola da Motta, nomeou a professora, concursada para jornada de 20h, para completar o mandato de Geoane Caetano Lima, que alegou motivos particulares para se afastar da direção. Ele tinha sido eleito para o mandato que termina em dezembro deste ano.
Além de não ter sido considerada apta nem eleita para o cargo, Maria Irene realizou mudanças, que piorou o ensino na opinião de alunos e pais. O presidente do grêmio estudantil da escola, Khristofer Rizzo, a diretora pro tempore demitiu seis professores, inclusive profissionais com pós-graduação e mestrado, três coordenadores e um supervisor.
Entre os demitidos está o professor Rojas, que oferecia voluntariamente aulas de reforço para preparar os estudantes para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Rizzo afirma que outros projetos de iniciação científica foram prejudicados.
Até manifestações contra a sua nomeação teriam sido intimidadas pela diretora. Ela teria convocado reunião com líderes de sala para ameaçar os alunos, conforme o presidente do grêmio. Os adultos seriam levados até a delegacia e os menores seriam suspensos.
A ameaça surpreende em tempos que milhares de brasileiros descobriram o poder das manifestações e participam, desde 2013, de protestos e atos de apoio contra e a favor dos governantes.
Em decorrência da ameaça, poucos estudantes participaram da manifestação na manhã desta quinta-feira (18). A mãe de um aluno prometeu fazer boletim de ocorrência de ameaça.
Pais vão levar abaixo-assinado com aproximadamente 300 assinaturas pela substituição da atual diretora. Maria Irene assumiu no dia 1º deste mês.
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação frisou que o afastamento do diretor eleito ocorreu a pedido. “É prerrogativa da SED a indicação de diretor Pro Tempore, e a substituição ocorre até a realização de uma nova eleição na instituição”, justificou-se, sem explicar porque escolheu uma professora reprovada no teste usado como requisito pelo próprio Governo para a função.
“Por fim, a dispensa de professores deu-se pelo encerramento de contrato que tem vigência de seis meses. Também, é prerrogativa da direção reorganizar o quadro docente e administrativo da escola, visando a melhoria do processo de ensino e aprendizagem”, explicou, sobre a demissão dos professores mais qualificados.
“Lembrando que, com a sanção da Lei Complementar nº 266/2019, na última segunda feira (15.7), os professores temporários, que trabalham no regime de convocação, não serão dispensados mais, no final do semestre, passando a duração do contrato para até 12 meses, prorrogável por igual período, passando a vigorar em 2020”, destaca.
Este não é a única polêmica adotada pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) para “melhorar a educação”. A mais polêmica foi a redução de 32,5% nos salários de 9 mil dos 18 mil professores das escolas estaduais. Com a mudança, os efetivos terão salário 48% maior que os temporários.
Outra medida é o fechamento de escola e eliminação de turmas. As medidas vêm sendo duramente criticados pelos professores, pais e sindicatos.
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