A paralisação dos policiais civis ganhou novo reforço neste sábado (25). Em assembleia unificada, policiais militares e bombeiros aprovaram a realização de Operação Padrão de 24 horas e marcha na próxima sexta-feira (31) para pressionar o Governo do Estado a incorporar o abono de R$ 200 e conceder a reposição da inflação de 4,58%.
[adrotate group=”3″]
A mobilização é reação à decisão do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) de manter o abono por mais um ano e a proposta de reajuste zero. O problema é que o tucano e todo o primeiro escalão tiveram reajuste salarial de 16,37% no início deste ano, quatro vezes a inflação oficial calculada pelo IBGE.
Veja mais:
Reinaldo repete tática de Olarte e faz terrorismo para impor reajuste zero a servidores
Em MS, 28,6 mil servidores ganham menos de R$ 5 mil, o valor do aumento no salário do governador
Pobre, MS paga o maior salário de governador do País a Reinaldo Azambuja
Salários de Reinaldo e secretários vão subir 33%, apesar de servidor só ter tido reajuste de 6,07%
Reinaldo turbina salários e comissionados recebem até 35% acima do previsto em lei
MS estoura gasto com pessoal e servidores devem ser penalizados com mais medidas amargas
Ex-secretário de Fazenda ganhou R$ 220 mil em um mês e R$ 950 mil em 2019
Em nota, assinada por oito entidades de classe da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, eles destacam que a categoria acumula defasagem salarial de 20% nos últimos quatro anos, no primeiro mandato de Reinaldo.
“Nos últimos cinco anos, amargamos perdas salariais que superam os 20%. Não obstante, o atual governador jamais recebeu as entidades representativas dos servidores militares, não mostrando, assim, sensibilidade para ouvir nossas reivindicações”, justificam-se.
“Lutamos pela incorporação do abono de R$ 200, promessa já feita em anos anteriores, pela imediata reposição inflacionária constitucional dos últimos 12 meses, além da discussão das perdas acumuladas desde que a atual gestão assumiu o Executivo”, exigem.
Para manifestar a indignação, policiais militares e bombeiros aprovaram a realização de Operação Padrão por 24 horas no dia 31, mesmo dia em que os policiais civis vão cruzar os braços. Agentes penitenciários farão assembleia no início da semana e podem reforçar o movimento de sexta-feira.
Os militares da reserva e familiares se reunirão na frente do Comando Geral, no Parque dos Poderes, e farão marcha até a Governadoria na manhã do dia 31. Policiais militares e bombeiros de folga serão convocados para reforçar o protesto.
“Tais medidas se fazem necessárias tendo em vista a política de desvalorização do atual Governo com a segurança pública em nosso Estado”, destacam as entidades.
O presidente da Associação dos Cabos e Soldados da PM e Bombeiros, Mário Sérgio Couto, explica que como vai funcionar a operação padrão. Os militares vão atender as ocorrências normalmente e levarão os presos até às delegacias, como os policiais civis estão em greve, eles vão estacionar os veículos e esperar pelo registro da ocorrência e pela liberação dos detidos.
A manifestação dos policiais reforça a greve dos administrativos da educação, que começou na última segunda-feira e continua apesar de liminar do Tribunal de Justiça determinando o retorno ao trabalho de 66% dos servidores.
Eles querem a incorporação do abono, reajuste salarial e a contratação dos 500 aprovados no último concurso. A contratação de novos funcionários foi um dos temas da campanha pela reeleição de Reinaldo.
Os professores não aderiram à paralisação porque o Governo vem concedendo os reajustes previstos em lei herdada de André Puccinelli (MDB). Neste mês, a categoria deverá ter reajuste de 4,17%.
No entanto, o governador vem sinalizando de que não cumprirá a lei porque houve excesso de gasto com pessoal. Reinaldo vem insistindo que eventual descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal será desastroso para o Estado em decorrência das sanções previstas.
O tucano admitiu, inclusive, que poderá atrasar salários por falta de dinheiro a partir de julho deste ano. Ele disse ao Campo Grande News que só tem caixa para quitar a folha de junho deste ano.