Os oito deputados federais de Mato Grosso do Sul custaram R$ 2,7 milhões em dois meses aos cofres públicos, conforme dados divulgados pelo Portal da Transparência da Câmara. Réu na Operação Lava Jato, Vander Loubet (PT) é o campeão do bimestre, com R$ 356 mil, mais que o dobro do que menos gastou, o estreante Loester Trutis (PSL).
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O valor inclui o pagamento de cota parlamentar, verba de gabinete para pagar funcionários, salários e os auxílios moradia e mudança. O maior custo foi com o pagamento de salários de assessores, já que a maior parte dos parlamentares optou em usar quase 100% do teto de até R$ 111.675,59 por mês.
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A Câmara contabiliza o gasto de R$ 1,687 milhão com a verba de gabinete com a bancada sul-mato-grossense. O valor inclui os pagamentos feitos em janeiro deste ano, quando a nova legislatura ainda não tinha sido empossada. Foram gastos R$ 484,4 mil com a cota parlamentar e R$ 54,9 mil com auxílio moradia.
O campeão em gastos é Vander, que gastou R$ 356 mil até o mês de março deste ano. Ele é réu no Supremo Tribunal Federal por suposto recebimento de R$ 1,028 milhão em propina da BR Distribuidora. O julgamento deve ser agendado nos próximos dias pelo ministro Edson Fachin.
Dos R$ 134,7 mil utilizados da cota parlamentar, o petista destinou R$ 90,9 mil para divulgação do mandato. Neste mês, o Estado de São Paulo informou que ele usa parte do recurso para pagar o assessor de imprensa, que é contratado como pessoa jurídica.
O vice campeão é Dagoberto Nogueira (PDT), com R$ 311,4 mil, dos quais R$ 37 mil foram destinados para consultoria e pesquisa.
Tio Trutis, eleito na onda de Jair Bolsonaro (PSL), foi o deputado federal que menos gastou nos meses de fevereiro e março. Ele usou R$ 164,6 mil, sendo R$ 26,1 mil da cota parlamentar e R$ 145,3 mil da verba de gabinete.
Neófito na política, o pesselista destacou-se ainda por destinar o auxílio mudança, recebido por outros cinco deputados, para destinar para uma escola municipal na Vila Carlota. Ele postou nas redes sociais que esta foi a maneira de ser mais útil à comunidade do que simplesmente devolver o penduricalho.
Trutis, Vander e Dagoberto utilizam o imóvel funcional e não recebem auxílio moradia.
Deputado | Total | |
1º | Vander Loubet (PT) | R$ 356.004.53 |
2º | Dagoberto Nogueira (PDT) | R$ 311.429,70 |
3º | Beto Pereira (PSDB) | R$ 297.859,78 |
4º | Fábio Trad (PSD) | R$ 265.663,56 |
5º | Rose Modesto (PSDB) | R$ 219.644,02 |
6º | Bia Cavassa (PSDB) | R$ 181.942,37 |
7º | Luiz Ovando (PSL) | R$ 184.510,62 |
8º | Loester Trutis (PSL) | R$ 164.660,88 |
Obs: | Não inclui salário de R$ 33,7 mil |
Outro estreante não teve a mesma parcimônia com o gasto do dinheiro público. Presidente regional do PSDB, Beto Pereira teve o terceiro maior gasto, R$ 297,8 mil. O tucano destinou R$ 21,8 mil dos R$ 76,7 mil usados da cota parlamentar com a divulgação do mandato.
O quarto maior gasto foi de Fábio Trad (PSD), R$ 265,6 mil. Conforme o Portal da Transparência, dos R$ 39,1 mil da cota, R$ 16,6 mil foram destinados para divulgação.
Trad, Rose e Beto optaram por receber auxílio moradia integral, no valor de R$ 4.253. Bia Cavassa (PSDB) e Luiz Ovando (PSL) optaram pelo mesmo benefício, mas optaram por reembolso do gasto com aluguel ou hospedagem. A tucana pediu R$ 3.544,16, enquanto o pesselista informou ter gasto R$ 3.210,30.
O valor destinado para custear o mandato dos deputados federais causou espanto e saiu do armário graças ao mandato tampão de Junior Coringa (PSD). Ao assumir por menos de 30 dias e deslumbrado com o poder, ele prometeu trabalhar quatro anos no curto espaço de tempo.
Como a Câmara dos Deputados estava de recesso, a única coisa de concreto que ele deixou foi a conta para os contribuintes.