Primeiro protesto contra a Reforma da Previdência do presidente Jair Bolsonaro (PSL) levou aproximadamente 10 mil trabalhadores às ruas da Capital. A paralisação na educação fechou 90% das escolas públicas, conforme estimativa da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul).
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Apresentada como prioridade número um do Governo federal, a proposta tem vários pontos polêmicos. Com a Nova Previdência, a idade mínima para a concessão de aposentadoria passa a ser obrigatória. A idade para mulheres passa de 55 para 62 anos, enquanto a dos homens, de 60 para 65 anos. O benefício social concedido a idosos, doentes e deficientes pobres seria reduzido de um salário mínimo para R$ 400.
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Em Campo Grande, as principais centrais sindicais, entidades de trabalhadores e a Fetems realizaram manifestação na Praça do Rádio. No local, os trabalhadores usaram caixão para fazer o enterro simbólico da Reforma da Previdência. Cerca de 200 cruzes foram usadas no ato.
Em seguida, os manifestantes fizeram passeata pelas ruas centrais e ato público em frente à Secretaria Estadual de Educação. Durante o protesto, os professores fizeram um esculacho com a titular da pasta, Maria Cecília Amendola da Motta, que enviou comunicado às escolas ameaçando cortar ponto dos professores.
Só que a secretária errou feio no português. Ela grafou a paralisação com “z”. Maria Cecília segue o padrão nacional das autoridades na área, já que o ministro da Educação, o colombiano Ricardo Velez Rodriguez, chamou os brasileiros de “cidadões” (o correto é cidadãos).
Aliás, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) também se mostrou indignado com a paralisação e reforçou o corte do ponto por um dia. O engraçado é que não houve a mesma indignação do tucano quando o secretário especial Carlos Alberto de Assis, empossado na nova função em 1º de janeiro, faltou um dias de trabalho para pular carnaval no Rio de Janeiro, conforme notificou o Blog do Nélio. Assis tem salário de R$ 30 mil.
De acordo com o presidente da Fetems, Jaime Teixeira, o ato desta sexta-feira marca o início da mobilização contra a reforma. A partir de agora, a entidade pretende transformar os locais de trabalho em comitê contra a proposta de Bolsonaro.
Apesar da ameaça com erro de português da secretária de Educação, a entidade estima que a paralisação teve adesão de 90% dos professores das escolas públicas estaduais e municipais em Campo Grande. No interior, a rede estadual fechou 90% dos estabelecimentos.
Os professores cogitam participar da greve geral prevista para ocorrer em abril deste ano. O movimento pretende conta com a adesão de trabalhadores de outros setores.
O objetivo é pressionar a bancada federal a votar contra a proposta. De Mato Grosso do Sul, o pacote contaria com apoio integral dos deputados Loester Trutis e Dr. Luiz Ovando, ambos do PSL. Dagoberto Nogueira (PDT) e Vander Loubet (PT) são contra.
O Estado ainda conta com os deputados federais Bia Cavassa, Beto Pereira e Rose Modesto, do PSDB, e Fábio Trad (PSD).
O andamento do projeto na Câmara sofreu revés com a briga entre os filhos de Bolsonaro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). Outro fator que prejudicou a tramitação foi a prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB), vista como retaliação do Poder Judiciário à proposta que taxa em 22% os maiores salários.
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