Na república brasileira, onde falta dinheiro aos pobres e sobra para os políticos, cinco dos oito deputados federais de Mato Grosso do Sul receberam auxílio moradia de R$ 4.253 no mês passado. Dois optaram por apartamento funcional. Apenas um, o Dr. Luiz Ovando (PSL), recusou a gratificação extra, que representa quatro salários mínimos.
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Cada deputado federal recebe salário mensal de R 33.763 – valor que o trabalhador comum levaria dois anos e noves para ganhar. Além do subsídio, ele tem a cota parlamentar de até R$ 40.542,84, verba de R$ 111.675,59 para contratar até 25 assessores.
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O legislativo federal conta com 432 apartamentos funcionais, dos quais 157 estão desocupados, conforme o Portal da Transparência. No entanto, como o dinheiro é do povo, cinco deputados optaram por receber auxílio moradia. Isso significa que além de gastar com a manutenção dos imóveis desocupados, a Câmara paga o extra pela estadia dos parlamentares em Brasília.
Três recebem em dinheiro – as tucanas Bia Cavassa e Rose Modesto e Fábio Trad (PSD). Esse valor é repassado diretamente ao parlamentar, tipo um acréscimo ao salário de R$ 33,7 mil, e tem desconto do Imposto de Renda.
Outros dois deputados, o presidente regional do PSDB, Beto Pereira, e o neófito Loester Trutis, eleito como Tio Trutis (PSL), optaram por apresentar o recibo do aluguel e serem reembolsados, o que os livra do leão.
Dagoberto Nogueira (PDT) e Vander Loubet (PT) ocupam imóveis funcionais.
O Dr. Luiz Ovando é o único parlamentar sul-mato-grossense que não ocupa imóvel funcional nem recebe auxílio moradia, conforme o Portal da Câmara dos Deputados. No total, 92 deputados federais não recebem o benefício.
Os oito deputados federais contrataram 153 assessores. Dagoberto é o que mais contratou, 34 funcionários, dos quais 23 estão em atividade. O segundo maior empregador com o dinheiro do contribuinte é o petista Vander Loubet, com 31 assessores, dos quais 25 estão na ativa.
Trutis é o que menos contratou até o momento, oito assessores. Rose conta com 12 pessoas no gabinete. Bia Cavassa tem 13, número do PT, partido que já foi de um dos seus assessores, o ex-prefeito de Ladário, José Antônio Assad e Faria.
Ovando tem 14 assesores. Beto Pereira conta com 20, número próximo ao do quadro de funcionários de Fábio Trad (21). No entanto, o parlamentar diz que o número informado pelo Portal da Câmara não corresponde a verdade, porque somente 16 estariam na ativa.
O gasto dos parlamentares passou a ser acompanhado com lupa pela população porque eles vão discutir meios para reduzir o déficit da previdência e outras medidas para reduzir o lendário custo Brasil.
Só que a cada ano, ao invés de reduzir o custo do poder legislativo, os deputados federais e senadores criam novos benefícios e gratificações. O último é o polêmico auxílio mudança, no valor de R$ 33.763, pago no início e no final de cada mandato.
Neste ano, o benefício chegou a ser suspenso pela Justiça. No entanto, como o ciclo se repete, a Justiça já liberou e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), efetuou o pagamento.
Neste caso, merece aplauso a iniciativa de Loester Trutis, que pegou o auxílio mudança e o destinou integralmente para a Escola Municipal Múcio Teixeira, na Vila Carlota. O parlamentar poderá dizer, sem qualquer manipulação, que destinou o dinheiro para beneficiar os estudantes e a comunidade da Capital.
Fábio Trad e Rose Modesto optaram pela devolução do auxílio mudança no início do ano.
(editada para acrescentar informações sobre o deputado Fábio Trad às 10h47 deste sábado)
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