O Gaeco (Grupo de Atuação Especial na Repressão ao Crime Organizado) prendeu, nesta Quarta-Feira de Cinzas (6), a secretária municipal de Esportes, Juventude e Lazer de Três Lagoas, Marisa Andrade Rocha, 57 anos. Ela é acusada de chefiar organização criminosa ligada ao tráfico de drogas.
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A prisão de Marisa, que está quinto no mandato de vereadora e foi nomeada secretária pelo prefeito Ângelo Guerreiro (PSDB) em 5 de julho do ano passado, é o ápice dos escândalos envolvendo a classe política sul-mato-grossense.
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A pergunta é o que mais precisa acontecer para o eleitor entender que bandido é bandido e deve estar na cadeia. O sul-mato-grossense vem se mostrando tolerante a todo de crime, desde o desvio de recursos públicos até o pagamento milionário de propinas.
O caso da vereadora do PSB é estarrecedor. Em agosto de 2013, a polícia encontrou um fugitivo com 200 quilos de maconha no sítio de Marisa. Ela acabou condenada a um mês de prisão em regime aberto em 2016 pela juíza Janine Rodrigues, do 1º Juizado Especial Criminal.
Apesar da ligação com o tráfico de drogas, a socialista conquistou 961 votos e garantiu mais um mandato de vereadora em 2016. Em 2012, ela ficou em 2º lugar, com 1.496 votos. Quatro anos antes, Marisa obteve 1.733 votos (4º lugar).
Apesar de todas as suspeitas, ela foi empossada com horas e grande festa por Guerreiro, o atual prefeito de Três Lagoas.
O Gaeco pediu e a prisão preventiva da secretária foi decretada pela 2ª Vara Criminal de Três Lagoas. Ela foi detida e encaminhada para o presídio feminino da cidade, a terceira maior no Estado e com grande potencial com a chegada das mega indústrias de celulose e de fertilizantes da Petrobras.
De acordo com a Rádio Caçula, ela foi citada em outra operação policial no ano passado. Em janeiro, a Operação Themis prendeu três pessoas e cumpriu 17 mandados de busca e apreensão. Novamente, Marisa voltou a ser citada em envolvimento com o tráfico de drogas.
De acordo com o site, ela até estaria ameaçando uma promotora.
O prefeito ainda não se manifestou sobre a prisão preventiva de sua secretária municipal. A defesa da parlamentar licenciada também não se manifestou.
Caso semelhante ocorre em Água Clara, onde um oficial de Justiça foi afastado do cargo por supostamente pedir cocaína dentro do fórum. Ele é vereador e já foi acusado de promover festas regadas a bebidas alcoólicas a menores de idade.
Para construirmos um país civilizado e decente, políticos suspeitos de crimes gravíssimos, de corrupção ao tráfico de drogas, devem ser afastados imediatamente e a Justiça deveria agilizar o andamento do processo para iniciar a reconstrução com novos valores.
O ideal seria o acusado confessar a verdade, mas, neste caso, já seria exigir muito da classe política. Até quando vamos achar isso tudo normal?