Condenado duas vezes a 22 anos e quatro meses de prisão, o sargento Ricardo Campos Figueiredo vai enfrentar o terceiro julgamento na segunda-feira. Desta vez, o ex-segurança do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) é acusado de posse ilegal de duas armas de fogo sem registro e munições de fuzil calibre 762.
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A juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, marcou para as 14h o julgamento de Ricardo e do policial militar da reserva Alli França Belchior. A denúncia foi feita pelo promotor Clóvis Amauri Smaniotto.
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Durante cumprimento de mandados de busca e apreensão na Operação Oiketicus, do Gaeco contra policiais militares que prestavam serviço à Máfia do Cigarro, os agentes encontraram duas armas de fogo e munições na casa do sargento.
Figueiredo tinha um revólver antigo, calibre 44 e de fabricação espanhola da marca Nagão, uma pistola PT100 calibre .40 com dois carregadores sem munição e nove munições de fuzil 762. Smaniotto pede a condenação de Ricardo Campos Figueiredo a pena mínima e a prestação pecuniária (pagamento de multa).
Belchior foi denunciado porque teria vendido a pistola .40 por R$ 3,5 mil para Ricardo. Conforme o MPE, ele obteve a arma junto a autoridade do Comando da PM, mas não obteve autorização da chefia da corporação para fazer a transação.
Em depoimento ao Gaeco, Ricardo disse que herdou o revólver calibre 44 do bisavô e não sabe da sua eficiência. Sobre a pistola, ele admitiu que pagou R$ 3,5 mil ao colega da reserva.
Sobre as munições de fuzil 762, o sargento a atribuiu ao cargo que tinha na Governadoria. Conforme o depoimento do militar, as munições eram acauteladas da Casa Militar e eram levadas nas viagens ao interior do Estado, onde esse “tipo de armamento é necessário”.
A nova condenação poderá agravar a situação do militar, que tinha cargo de confiança na gestão tucana, dobrando o salário de policial de R$ 8 mil para R$ 16 mil. Figueiredo chegou a ser promovido três vezes por atos de bravura e teve nove punições canceladas em uma única reunião do Comando da PM.
Ele está preso desde maio do ano passado, quando foi preso em flagrante por ter destruído dois telefones celulares. O militar foi condenado pelo juiz Alexandre Antunes da Silva, da Auditoria Militar.
A primeira sentença foi a 18 anos, 10 meses e 11 dias de prisão por corrupção passiva, continuidade delitiva e organização criminosa. A segunda foi de três anos e seis meses por obstrução de investigação de organização criminosa pela destruição dos celulares.
Figueiredo atuava na Casa Militar e era um dos motoristas do governador. Ele foi exonerado do cargo logo após a prisão e foi condenado a perda do cargo de sargento da PM. No entanto, a exoneração só deverá ocorrer quando a sentença transitar em julgado.
O governador ainda determinou a abertura de procedimento contra o militar.