Os oito deputados federais de Mato Grosso do Sul gastaram R$ 3,373 milhões da cota parlamentar no ano passado. Conforme o Portal da Transparência da Câmara, o campeão em gastos foi Elizeu Dioizio (PSB), que não conseguiu a reeleição, com R$ 478.442,88. O segundo no ranking foi Vander Loubet (PT), reeleito e ré na Lava Jato, com R$ 477.073,17.
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Chamou a atenção a explosão no desembolso com divulgação do mandato dos deputados não reeleitos no fim do ano, como o ex-governador Zeca do PT e Geraldo Resende (PSDB). Ambos ainda direcionaram a maior parte repassada pelo legislativo em novembro e dezembro para empresas que prestaram serviço durante a campanha eleitoral.
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Elizeu assumiu a vaga de Márcio Monteiro (PSDB), que abriu mão do mandato para assumir a Secretaria Estadual de Fazenda e depois o cargo de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado. Eleito pelo Solidariedade, ele se filou o PSDB e acabou disputando a reeleição pelo PSB.
O socialista ganhou os holofotes ao defender o impeachment do presidente Michel Temer (MDB), gravado pelo dono da JBS, Joesley Batista, comprando o silêncio de Eduardo Cunha (MDB), preso e condenado por corrupção na Operação Lava Jato. No entanto, Elizeu acabou mudando de lado e votou, duas vezes, para livrar o emedebista de ser julgado pelos crimes de corrupção, de obstrução de Justiça e por chefiar organização criminosa.
A atuação custou o mandato de Elizeu, deputado federal que mais gastou no ano passado. Dos R$ 478,4 mil gastos, o maior valor, de R$ 74,3 mil, foi em dezembro. Neste mês, o deputado destinou R$ 60 mil para consultoria feita pela empresa Real Brasil.
Confira, antes de acusar fakenews
Agora, fãs incondicionais, políticos e assessores recorrem, com frequência à acusação de fakenews para se defender de reportagens desfavoráveis.
O leitor pode conferir os dados e checar pessoalmente os dados no portal da Câmara dos Deputados.
Basta ter paciência e conferir clicando aqui.
O segundo maior valor foi destinado para Vander, réu por suposta propina de R$ 1,028 milhão no esquema de corrupção na BR Distribuidora. O petista deve ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal no primeiro semestre deste ano. Os gastos oscilaram entre R$ 11,7 mil em setembro a R$ 64,9 mil em maio de 2018.
O terceiro maior gasto ficou com Zeca do PT, que perdeu a eleição ao tentar uma das duas vagas de senador. O ex-governador gastou R$ 475,5 mil da cota, sendo o maior valor pago em dezembro, R$ 102,8 mil.
Conforme a prestação de contas, o maior valor foi a Artfix Gráfica Rápida, que ficou com R$ 56,4 mil. A empresa prestou serviço ao petista na campanha eleitoral, quando recebeu R$ 21.040, conforme declaração feita à Justiça Eleitoral.
Em entrevista ao Campo Grande News, Zeca confirmou o gasto com divulgação. Ele contou que mandou fazer uma cartilha para prestar contas do mandato como deputado federal.
Confira o gasto dos deputados em 2018:
- Elizeu Dionizio (PSB) – R$ 478.442,88
- Vander Loubet (PT) – R$ 477.073,17
- Zeca do PT – R$ 475.519,23
- Geraldo Resende (PSDB) – R$ 468.462,54
- Dagoberto Nogueira (PDT) – R$ 461.938,89
- Mandetta (DEM) – R$ 448.045,82
- Tereza Cristina (DEM) – R$ 350.628,26
- Fábio Trad (PSD) – R$ 212.424,03
Em 4º lugar no ranking estadual ficou Geraldo Resende, que também não reelegeu e gastou R$ 468,4 mil. O tucano não tem do que se queixar da vida, já que perdeu a eleição, mas ganhou o comando da Secretaria Estadual de Saúde. O cargo de secretário na gestão de Zeca do PT lhe pavimentou o caminho para a Câmara dos Deputados em 2002.
Geraldo elevou os gastos da cota parlamentar em novembro, quando desembolsou R$ 137.080. O tucano destinou R$ 111.899 para a F.F. Vieira (Fergraf), mesma empresa que trabalhou na campanha frustrada da sua reeleição. Conforme o TSE, a gráfica prestou serviços que totalizaram R$ 290,2 mil na campanha de Geraldo.
Repetindo o mantra de que não fez nada ilegal, Resende justificou que só elevou o valor porque estava proibido de gastar na campanha eleitoral.
O menor valor foi gasto pelo deputado federal Fábio Trad (PSD), que assumiu o mandato em dezembro de 2017. Apesar de ter direito a gastar até R$ 40,5 mil por mês, o parlamentar só gastou R$ 212,4 mil, menos da metade do valor previsto e, como diz Geraldo Resende, legal.
Além da cota parlamentar, os deputados tiveram salário de R$ 33.763, auxílio moradia de R$ 4.253, auxílio moradia no início e no final do mandato de R$ 33.763 (mesmo que não mude) e mais R$ 111,6 mil para contratar até 25 funcionários .
Tudo está dentro da lei, elaborada pelos próprios deputados federais. Só que pesa para os brasileiros, que ainda não conta com os serviços de primeiro mundo na área da educação, saúde e segurança, só comparáveis aos países paupérrimos do continente africano.
Esta é a questão, o povo não tem qualidade de vida que o poder público dispensa aos seus representantes.