Edição extra do Diário Oficial, publicada neste sábado com 25 páginas, define os escolhidos para integrar a equipe do segundo mandato de Reinaldo Azambuja (PSDB). O tucano priorizou nomes técnicos para o segundo escalão, mas também garantiu cargos com bons salários para ex-prefeitos, ex-vereadores e candidatos derrotados nas últimas eleições.
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Entre os abençoados, estão a irmã do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), o genro da secretária estadual de Educação, Maria Cecília Amendola da Motta, e até investigado na Operação Lama Asfáltica e réu no escândalo do Aquário do Pantanal.
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Única representante da família Trad na disputa de uma vaga na Assembleia Legislativa no ano passado, Maria Thereza Trad Alves, a Tetê Trad (PTB) fracassou nas urnas ao conseguir apenas 5.337 votos. No entanto, a irmã de Marquinhos, do senador eleito Nelsinho Trad (PTB) e do deputado federal reeleito Fábio Trad (PSD) não ficará sem salário.
Famosa pela beleza exposta nas páginas da Playboy e pela coragem ao expor-se como vítima da violência doméstica, Tetê foi nomeada na Secretaria de Governo com salário de R$ 9.259. Ela vai dividir o mesmo espaço com o ex-vereador de Campo Grande, José Chadid (PSDB), que é irmão do conselheiro do Tribunal de Contas, Ronaldo Chadid.
O mesmo salário foi garantido a Fredson Freitas Costa, que não conseguiu se eleger deputado federal nem vereador por Paranaiba. Gerson Prata Júnior fracassou como candidato a prefeito de Miranda, enquanto Inácio da Silva Espíndola (PSDB) não teve êxito nas urnas para ser vereador na pequena cidade de Laguna Carapã.
Ex-prefeita de Miranda pelo PT, Juliana Pereira Almeida de Almeida, continua no cargo com salário de R$ 9,2 mil. Quando era prefeita, ela chegou a ser afastada do cargo pela Justiça por mais de um ano.
O ex-prefeito de Amambaí, Dirceu Lanzarini, foi nomeado como secretário especial no Escritório de Representação Política, que lhe assegurará salário mensal de R$ 24.376,89.
Réu por corrupção passiva na Operação Coffee Break, a emblemática investigação que acuou o golpe para cassar o mandato de Alcides Bernal (PP), o ex-vereador de Campo Grande, Flavio Cesar Mendes de Oliveira foi nomeado como secretário especial, com salário de R$ 24.376,89, e adjunto do poderoso secretário de Governo, Eduardo Riedel.
Flávio ainda pode se tornar réu por improbidade administrativa na Coffee Break. O juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, aceitou a denúncia, mas o Tribunal de Justiça determinou o arquivamento da ação. Agora, o MPE recorreu contra a decisão ao Superior Tribunal de Justiça, que só rejeitou, até o momento, a denúncia contra o ex-vereador Edson Shimabukuro (PTB).
Reinaldo manteve o advogado Marcelo Monteiro Salomão na Secretaria Estadual de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho, com salário de R$ 11.769. A Justiça determinou a sua exoneração do comando do Procon no ano passado, mas a decisão foi ignorada pelo Governo, que o reconduziu à função após as eleições.
Salomão é genro de Maria Cecília e mantém cargos na gestão desde o início do primeiro mandato de Reinaldo. Ele sempre manteve o mesmo salário em todas as funções que ocupou, seja na Casa Civil, na secretaria comandada pela sogra e no Procon.
O engenheiro Luiz Mário Mendes Leite Penteado foi reconduzido para continuar com cargo de direção na Secretaria de Infraestrutura. Ele é investigado pela Polícia Federal na Operação Lama Asfáltica e virou réu, ao lado do ex-secretário Edson Giroto, por suposta fraude e diversas irregularidades na obra do Aquário do Pantanal.
Flávio Britto retorna à Secretaria Estadual de Saúde. Marido da ex-vereadora Luiza Ribeiro, ele já integrou a pasta quando Geraldo Resende foi secretário na gestão de Zeca do PT. Britto já foi presidente da Fundesporte, na gestão de André Puccinelli (MDB), e comandou a Funasa (Fundação Nacional de Saúde).
Os cargos do segundo escalão
- Fundação de Turismo: Bruno Wendling
- Fundação de Cultura: Carine Beatriz Giaretta
- Agraer: André Nogueira Borges
- TV e Rádio Educativa: Bosco Martins
- Agepen: Aud de Oliveira Chaves
- Iagro: Luciano Chiochetta
- Imasul: Ricardo Éboli Gonçalves Ferreira
- Inmetro: Nilton Pinto Rodrigues
- Agehab: Maria do Carmo Avesani Lopez
- Fundesporte: Marcelo Pereira Miranda
- Jucems: Augusto César Ferreira de Castro
- Fundect: Márcio de Araújo Pereira
Secretários-adjuntos:
- Administração: Édio Souza Viegas
- Direitos Humanos, Trabalho e Assistência Social: Adriano Chadid Magalhães
- Fazenda: Lauri Kener
- Governo: Flávio César Mendes de Oliveira
- Desenvolvimento e Meio Ambiente: Ricardo Senna
- Educação: Édio Antônio Resende de Castro
Reinaldo ainda não definiu os presidentes do Detran e da Sanesul. O órgão de trânsito será comandado interinamente pelo coronel Francisco Libório Silveira, que já foi comandante da Polícia Militar.
Por enquanto, os deputados estaduais Mara Caseiro e Enelvo Felini, do PSDB, seguem sem funções definidas. Eles sonham em ser contemplados pelo governador.
Inicialmente, o tucano planejava nomear um deputado estadual no primeiro escalão para manter a deputada na Assembleia, mas a estratégia falhou. Ela é cotada para a Fundação de Cultura, já Athayde Nery não aceitou o cargo após a sua secretaria ser extinta.
Com a manutenção de André Nogueira Borges na Agraer (Agência de Desenvolvimento Rural), o governador acabou optando pela manutenção de um funcionário de carreira no comando do órgão.
Reinaldo prometeu reduzir o número de comissionados. A oposição, caso existisse, teria uma missão interessante em checar se a promessa será cumprida e poderia começar a contagem com as centenas de nomeações feitas neste sábado, um dia em que o Diário Oficial raramente é publicado.