A Operação Reagente, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), prendeu três pelo desvio de R$ 3 milhões do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian. É mais um órgão envolvido em escândalo de corrupção na gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB). Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido na Secretaria Estadual de Administração.
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Alvo de um dos 17 mandados de busca e apreensão determinados pela juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, o diretor-presidente da instituição, o médico Justiniano Barbosa Vavas, foi preso por manter uma espingarda calibre 36 em casa.
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Em cinco anos, esta é a terceira operação de combate à corrupção que atinge o HR. Não só é uma vergonha, como é revoltante as suspeitas atingirem a área mais dramática em sensível à população. Doentes sofrem com a falta de recursos, de remédios e até morrem a espera de um leito em hospitais da Capital.
A magistrada determinou a prisão preventiva, por tempo indeterminado, de três acusados. Jornais confirmaram a prisão do empresário Luiz Antônio Moreira de Souza, sócio da Neo Line Produtos e Serviços Hospitalares.
O segundo detido seria Adriano César Augusto Ramires, gerente de laboratório do HR.
O terceiro nome não foi divulgado. O processo tramita em sigilo e o Gaeco não confirma quem foi preso.
O Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e o Gaeco apuram os crimes de fraude em licitação, peculato, corrupção passiva e ativa e organização criminosa. A quadrilha usou a compra e locação de equipamentos e produtos hospitalares para desviar recursos da saúde, segundo nota do MPE.
Os 17 mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Capital e nas cidades de Ribeirão Preto e São Paulo (SP). A operação contou com o apoio de 59 policiais militares do Gaeco e do Batalhão de Choque.
Um dos alvos foi o médico Justiniano Barbosa Vavas, no cargo desde janeiro de 2015, quando começou a gestão tucana. Ele acabou preso por manter arma de fogo sem registro em sua residência.
Repasse cresce 218% entre 2014 e 2015
Fundada em 13 de fevereiro de 2008 e com capital social de R$ 100 mil, a Neo Line não tem do que reclamar da administração tucana. O valor dos contratos teve aumento de 218% entre 2014 e 2015, de R$ 2,579 milhões para R$ 8,213 milhões, conforme o Portal da Transparência.
De 2015 a 2018, o montante pago pelo HR somou R$ 21,3 milhões, uma fortuna diante do capital social declarado. No entanto, neste ano, o valor despencou para R$ 1,065 milhão, contra R$ 6,8 milhões repassados no ano passado.
A evolução dos repasses a Neo Line:
- 2012 – R$ 1.420.931,90
- 2013 – R$ 1.780.257,79
- 2014 – R$ 2.579.668,63
- 2015 – R$ 8.213.630,70
- 2016 – R$ 5.272.935,32
- 2017 – R$ 6.822.362,53
- 2018 – R$ 1.065.105,00
Fonte: Portal da Transparência
O caso também é apurado pela Controladoria-Geral Estadual, órgão da administração criado por Reinaldo para apurar irregularidades nos órgãos e autarquias estaduais. Em nota, o Governo ainda informou que a Procuradoria Geral do Estado foi acionada para acompanhar a investigação.
O Hospital Regional foi alvo da Operação Again, em março deste ano, que apura desvios praticados pela “Máfia do Coração”.
Em 2013, o órgão foi alvo da Operação Sangue Frio, que apura desvios na área do câncer. Este escândalo causou a queda da secretária estadual de Saúde, Beatriz Dobashi, que acabou não sendo alvo de nenhuma ação judicial.
Só na administração de Reinaldo, outros órgãos estaduais foram alvos de operação de combate à corrupção. O Gaeco deflagrou a Operação Antivírus, em agosto do ano passado, que causou a queda da cúpula do Detran. Neste ano, outra ofensiva apura irregularidades na Fundação do Trabalho.
A Policia Federa cumpriu mandados de busca e apreensão na Agraer e na Semagro, mas a investigação é sigilosa e nada foi revelado até o momento, um feito inédito em tempos de Operação Lava Jato.
Como os processos judiciais demora uma eternidade, o sigilo acaba contribuindo ainda mais com a impunidade.
Apesar de que para alguns eleitores, a suspeita de corrupção está mais para um prêmio do que sinal de má conduta. Acusados de receber propina e até presos foram agraciados com mandatos eletivos nas eleições deste ano.
(editada às 10h29 do dia 4 de dezembro de 2018 para correção de informações)
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