Dois advogados ingressaram com ação na Justiça para cobrar R$ 1,064 milhão do ex-senador Delcídio do Amaral (PTC) e dos diretórios nacional e regional do PT. O valor é referente a dívida da campanha de 2014, quando o ex-petista disputou o cargo de governador, e pertencia à Gráfica Jafar Ltda, de Micherd Jafar Júnior, réu na Operação Lama Asfáltica. O nome fantasia da empresa é Gráfica Alvorada.
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O ex-senador ficou devendo R$ 615 mil em serviços gráficos e reconheceu a dívida de campanha em janeiro de 2015, quando se comprometeu a efetuar o pagamento em dez parcelas. O diretório do PT também assumiu o débito em reunião realizada em 24 de novembro de 2014, um mês após Delcídio perder a eleição para Reinaldo Azambuja (PSDB).
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No entanto, o PT e Delcídio não quitaram nenhuma parcela. A Gráfica Jafar repassou o direito do crédito aos advogados José Augusto Roriz Braga, de João Pessoa (PB), e Fábio de Melo Ferraz, de Campo Grande (MS).
Quatro anos após a campanha, eles ingressaram com ação de cobrança da dívida na Justiça. O valor atualizado seria de R$ 1,064 milhão.
Na ação, ambos pedem a quitação do débito em 15 dias. Delcídio e os diretórios do PT podem ter os bens bloqueados para garantir o pagamento das notas fiscais.
A Gráfica Jafar pertence a Mirched Jafar Júnior, que chegou a ser preso na Operação Máquinas de Lama, em maio do ano passado. A empresa é investigada pela Polícia Federal por interar o suposto esquema criminoso do ex-governador André Puccinelli (MDB), preso desde 20 de julho deste ano.
Micherd é réu junto com o ex-governador em uma das ações penais da Operação Lama Asfáltica. Ele foi indiciado pela Polícia Federal na Operação Papiros de Lama e teve os bens bloqueados pela Justiça Federal.
O empresário só não virou réu pela segunda vez porque o juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, rejeitou a denúncia. Ele pediu para que o Ministério Público Federal a desmembre em quatro ações, mas o procurador Davi Marcucci Pracucho recorreu para que a divisão seja feita pelo magistrado.
A ação faz o ex-senador Delcídio reviver o gosto amargo no período em que era filiado ao PT. Ele foi preso acusado de tentar comprar o silêncio de um delator e teve o mandato cassado pelo Senado.
Com os direitos políticos suspensos até 2026, ele foi absolvido pela Justiça Federal do Distrito Federal em julho deste ano e tentou retornar ao Senado, mas ficou em 7º lugar na disputa.
Nas eleições deste ano, Delcídio se aliou ao ex-governador André Puccinelli. O emedebista pediu votos para o ex-senador por meio das redes sociais.