A campanha vitoriosa do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) custou R$ 4,470 milhões, conforme novas informações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O tucano fechou com dívida de R$ 806,2 mil, o que vai exigir esforço extra para quitar os compromissos firmados nas eleições deste ano.
O principal adversário, o juiz Odilon de Oliveira (PDT), também fechou com as contas no vermelho, mas com um déficit infinitamente menor, de R$ 61,6 mil. Derrotado no segundo turno por uma diferença de 60,8 mil votos, o magistrado teve menos da metade da despesa da campanha tucana.
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De acordo com a Justiça Eleitoral, Odilon e Reinaldo gastaram R$ 6,617 milhões nas eleições deste ano. Em relação a 2014, houve redução de 86,7% nos gastos oficiais dos candidatos a governador de Mato Grosso do Sul, quando somaram R$ 49,992 milhões.
Há quatro anos, Reinaldo gastou R$ 25,323 milhões para conquistar o Governo do Estado pela primeira vez, enquanto o adversário, o então senador petista Delcídio do Amaral desembolsou R$ 24,669 milhões. Na época, o tucano recebeu R$ 10,5 milhões da JBS, registrada como oficial, mas que seria adiantamento de propina, segundo delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal.
Neste ano, como a doação de empresas foi considerada ilegal pelo STF, só pessoas físicas puderam doar e ainda houve a imposição de teto para os gastos oficiais, de R$ 7,3 milhões no Estado.
Oficialmente, o governador arrecadou R$ 3,664 milhões, sendo R$ 2,5 milhões repassados pela direção nacional do PSDB. O segundo maior doador foi o pecuarista Antônio Moraes dos Santos Júnior, com R$ 300 mil, seguido por Roberto de Oliveira Silva Júnior, R$ 150 mil.
A equipe de Reinaldo jogou todas as fichas na vitória no primeiro turno, mas o desgaste da Operação Vostok, no dia 12 de setembro deste ano, empurrou a disputa para o segundo tempo. Segundo a Polícia Federal, Reinaldo é acusado de receber R$ 67,7 milhões em propinas da JBS e de causar prejuízo de R$ 209,7 milhões ao erário. Ele nega as irregularidades e acusou a operação de ter objetivo eleitoral.
Obrigado a enfrentar Odilon no segundo turno, o tucano elevou os gastos para R$ 4,470 milhões. Agora, o coordenador da campanha não deverá enfrentar muita dificuldade para arrecadar os R$ 806,2 mil para quitar a conta.
A campanha do PDT teve despesa de R$ 2,146 milhões (48% do desembolsado pelo adversário), mas arrecadou menos, R$ 2,085 milhões. Oficialmente, o juiz Odilon também fechou no vermelho, devendo R$ 61,6 mil.
Apesar de o valor ser muito inferior, o PDT deverá ter mais dificuldade em obter apoio para quitar o débito da campanha porque perdeu a disputa.
Os valores gastos nas eleições ainda são expressivos e fogem o controle das autoridades, apesar dos esforços em tornar a disputa mais equilibrada e transparente.
A redução expressiva nos gastos oficiais pode não espelhar a realidade, mas já é o primeiro passo. O importante é a sociedade manter a pressão para que os políticos brasileiros mudem os costumes e tentem seguir a lei.
Um dia, quem sabe, a situação evolui para o ideal para um país civilizado e desenvolvido.
Gasto de tucano com redes sociais foi 570% maior do que o juiz Odilon
Reinaldo Azambuja gastou R$ 251,4 mil com impulsionamento nas redes sociais, valor 570% superior ao desembolsado com a mesma finalidade pelo juiz Odilon, R$ 37,5 mil. Na prática, o tucano não menosprezou pesquisas e estudos que apontaram a importância do Facebook e aplicativos na campanha eleitoral.
Confira os principais gastos:
Reinaldo Azambuja: R$ 4.470.350,31 (despesa)
- Atividades de militância e mobilização – R$ 817,1 mil
- Produção de programas eleitorais – R$ 800 mil
- Materiais impressos – R$ 390 mil
- Locação de veículos – R$ 370 mil
- Publicidade de adesivos – R$ 326,8 mil
- Serviços de terceiros – R$ 251,7 mil
- Impulsionamento de conteúdos – R$ 251,4 mil
Juiz Odilon de Oliveira: R$ 2.146.692,26
- Serviços de terceiros – R$ 694,5 mil
- Produção de programas eleitorais – R$ 440 mil
- Publicidade de adesivos – R$ 382,6 mil
- Doações para outros candidatos – R$ 300 mil
- Publicidade em materiais impressos – R$ 190 mil
- Despesa com pessoal – R$ 59,2 mil
- Impulsionamento de conteúdo – R$ 37,5 mil
Fonte: TSE
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