A campanha para governador de Mato Grosso do Sul custou R$ 12,343 milhões e o único candidato a estourar as contas e fechar com dívidas foi o governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Apesar de ter usado a eleição para liberar as contas individuais e conjuntas no STJ (Superior Tribunal de Justiça), bloqueadas na Operação Vostok, o tucano não declarou a doação de nenhum tostão do próprio bolso.
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O principal adversário, o juiz federal Odilon de Oliveira (PDT), derrotado no segundo turno, declarou ter investido R$ 144,6 mil de recursos próprios. O maior gasto foi do presidente da Assembleia Legislativa, Junior Mochi (MDB), que teve despesas de R$ 4,889 milhões, mas conquistou 11% dos votos e não conseguiu passar do primeiro turno.
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O prazo final para a prestação de contas na campanha eleitoral deste ano terminou no sábado, 17 de novembro, conforme o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Reeleito para mais um mandato de quatro anos com 52,64% dos votos, Reinaldo declarou receita de R$ 4,051 milhões. No entanto, com a estratégia focada em vencer no primeiro turno, o tucano viu a conta estourar com a etapa complementar. As despesas da campanha pela reeleição somaram R$ 4,536 milhões – déficit de R$ 484,4 mil.
Os maiores doadores foram a direção nacional do PSDB (R$ 2,5 milhões), os pecuaristas Antônio Moraes dos Santos Júnior (R$ 300 mil), Roberto de Oliveira Silva Júnior (R$ 150 mil) e Eduardo Riedel (R$ 150 mil). Este último é o atual secretário estadual de Governo.
O filho do governador, Rodrigo Souza e Silva, doou R$ 100 mil, mas antes de ser preso temporariamente na Operação Vostok em 12 de setembro deste ano. Aliás, o ministro Félix Fischer, do STJ, determinou o bloqueio de R$ 277,541 milhões de Reinaldo, de sua esposa e dos três filhos para garantir o ressarcimento dos cofres públicos pelos supostos prejuízos de R$ 209,7 milhões causados pelo esquema criminoso com a JBS. A empresa diz ter pago R$ 67,7 milhões em propinas.
Fischer acatou dois pedidos de Reinaldo e liberou as contas individuais, que tinham R$ 1,4 milhão, e as conjuntas. O tucano alegou que precisava do dinheiro para a campanha e para cobrir as despesas da família, das propriedades e das empresas.
No entanto, conforme a prestação final das contas ao TSE, o tucano nem a esposa doaram nenhum centavo para a sua campanha, apesar do patrimônio declarado de R$ 38,6 milhões.
Com patrimônio infinitamente menor, de R$ 1,599 milhão, o juiz Odilon investiu R$ 144,6 mil do próprio bolso. No total, a campanha do pedetista arrecadou R$ 2,224 milhões e gastou R$ 2,150 milhões. O magistrado fechou com superávit de R$ 74.323.
A maior doação foi feita pela direção nacional do PDT (R$ 2 milhões). O segundo maior investimento foi do próprio bolso do candidato.
Odilon teve mais sorte no financiamento coletivo ao obter R$ 5,068, contra R$ 1,064 de Reinaldo.
No entanto, o maior gasto na campanha foi de Mochi, com R$ 4,889 milhões. Ele arrecadou a mesma quantia, R$ 4,889 milhões. O emedebista fechou com superávit de R$ 29,74.
Em relação a 2014, quando a campanha custou mais de R$ 61,2 milhões, houve redução de 79,8% nos gastos dos candidatos. Há quatro anos, Delcídio do Amaral teve despesa de R$ 26,5 milhões, enquanto Reinaldo gastou R$ 25,3 milhões e Nelsinho Trad (PTB), R$ 9,388 milhões.
O governador vai precisar de três mandatos com salário integral de R$ 30,4 mil para recuperar o gasto na campanha. No entanto, como ele abre mão de metade desde o dia 1º de janeiro de 2015, seriam necessários seis mandatos de governador do Estado para ganhar os R$ 4,5 milhões.
As contas oficiais da campanha de 2018 |
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Receita |
Despesas |
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Junior Mochi (MDB) | 4.889.960,35 | 4.889.930,61 |
Reinaldo Azambuja (PSDB) | 4.051.888,21 | 4.536.338,21 |
Juiz Odilon de Oliveira (PDT) | 2.224.356 | 2.150.032,56 |
Humberto Amaducci (PT) | 478.034 | 471.233,82 |
Marcelo Bluma (PV) | 296.851 | 294.989,39 |
João Alfredo (PSOL) | 21.594,16 | 606,99 |
Fonte: TSE |