Criado por ser considerada a região mais desenvolvida do antigo Mato Grosso, Mato Grosso do Sul perdeu o protagonismo para o estado vizinho. Em 41 anos, pelo menos cinco governadores fizeram o sul-mato-grossense passar vergonha ao protagonizarem escândalo em rede nacional. O último é o tucano Reinaldo Azambuja (PSDB), investigado na Operação Vostok e acusado de causar prejuízo de R$ 209,7 milhões aos cofres públicos.
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No entanto, o candidato à reeleição não foi o único. O primeiro a ocupar páginas de revistas e jornais nacionais foi Marcelo Miranda, na época no MDB. Ele atrasou o pagamento de salários e virou escândalo nacional ao ser expulso da Governadoria pelos funcionários públicos. Em greve, servidores acamparam na sede do Governo em 1990 e o emedebista terminou o Governo de forma melancólica.
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Em 1998, outro emedebista, Wilson Barbosa Martin (MDB) se tornou o primeiro governador a ser denunciado no escândalo da farra da publicidade. Denunciado pelo sucessor, Zeca do PT, ele se tornou réu na Justiça estadual, mas acabou absolvido quase uma década depois de deixar o cargo.
Zeca conseguiu a proeza de ser o primeiro petista a ser eleito governador na terra do boi e foi acompanhado de perto pela mídia nacional. No entanto, as trapalhadas tiveram mais destaque do que as boas ações. A primeira derrapada foi o nepotismo, com a contratação de irmãos, sobrinhos e esposas de parentes para vários órgãos públicos.
O segundo escândalo foi o suposto desvio de verbas do FAT, que causou a queda do então secretário do Trabalho, Agamenon Rodrigues do Prado. O terceiro foi a “Farra da Publicidade”, denunciado pela ex-secretária da Subscretaria de Comunicação, Ivanete Leite Martins. O ex-governador foi alvo de dezenas de ações por improbidade e peculato, que ainda tramitam na Justiça estadual.
O último foi a delação da JBS, onde os donos e executivos do grupo acusaram o petista de conceder incentivos mediante pagamento de propina. Apesar de citar o percentual de 20%, eles não mencionaram os valores pagos ao ex-governador, que nega o esquema.
André Puccinelli (MDB) ganhou destaque nacional com o estilo boquirroto ao ameaçar estuprar o então ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, em praça pública porque era contra o plantio de cana-de-açúcar no Pantanal.
No entanto, a Operação Lama Asfáltica comprometeu de vez a imagem do emedebista, acusado de chefiar organização criminosa e causar prejuízo de mais de R$ 500 milhões aos cofres públicos. O montante supostamente desviado daria para construir 10 hospitais e seis obras do porte do Aquário do Pantanal.
Puccinelli nega as acusações, mas está preso desde 20 de julho deste ano em decorrência dessas suspeitas. Teve os pedidos de habeas corpus negado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região e pelo Superior Tribunal de Justiça.
Além disso, ele é acusado de ter elevado o percentual da propina paga pela JBS de 20% para 30%. Em troca de incentivos fiscais, a empresa teria pago R$ 112 milhões ao emedebista. É citado ainda por cobrar propina de R$ 2,3 milhões na delação da Odebrecht.
O atual governado Reinaldo Azambuja, que tenta a reeleição e está no segundo turno, não fugiu à regra. Ele e o filho, o advogado Rodrigo Souza e Silva são investigados por receber R$ 67,7 milhões da JBS e de causar prejuízos de R$ 209,7 milhões aos cofres estaduais.
Há um mês, o ministro do STJ, Felix Fischer, decretou a prisão temporária do filho do tucano e o cumprimento de mandado de busca e apreensão em sua casa e na Governadoria. A Operação Vostok, da Polícia Fedral, foi a primeira na história de MS contra um governador.
Além disso, a família de Reinaldo está com R$ 277 milhões bloqueados pelo STJ. O caso teve ampla repercussão nacional. O tucano nega ter recebido propina e se apresenta com vítima de picaretas.
Contabilizando os sete mandatos, 28 dos 41 anos da historia de Mato Grosso do Sul não são de dar orgulho para todos nós.
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