A nova relatora da Operação Lama Asfáltica no STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministra Laurita Vaz, negou, na tarde desta quinta-feira, a concessão de habeas corpus ao ex-governador André Puccinelli (MDB). Com o terceiro pedido negado na corte, o emedebista vai passar as eleições na cadeia e não poderá votar no primeiro turno das eleições deste ano.
Acusado de chefiar organização criminosa e de causar prejuízo de mais de R$ 500 milhões aos cofres públicos, o ex-governador está preso desde 20 de julho deste ano. A prisão preventiva dele, do filho, o advogado André Puccinelli Júnior, e do suposto “testa de ferro” do Instituto Ícone Ensino Jurídico, João Paulo Calves, foi decretada pelo juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande.
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A prisão acabou tirando André da disputa eleitoral, já que ele aparecia nas pesquisas em empate técnico com os candidatos Reinaldo Azambuja (PSDB) e o juiz federal Odilon de Oliveira (PDT).
Com a decisão de Laurita Vaz, o ex-governador continuará preso no Centro de Triagem Anísio Lima e não poderá votar no próximo domingo.
Por meio da assessoria, o emedebista anunciou voto em Junior Mochi (MDB) para governador e nos candidatos a senador Waldemir Moka (MDB) e Delcídio do Amaral (PTC).
Não é o primeiro pedido de habeas corpus negado pelo STJ. O primeiro foi negado pelo vice-presidente da corte, ministro Humberto Martins, que considerou grave as denúncias de manutenção da prática dos crimes de lavagem de dinheiro e de ocultação de provas em quitinete no Indubrasil.
A ministra Maria Thereza de Assis Moura, que deixou a relatoria da Lama Asfáltica, também negou o pedido.
A defesa mudou a estratégia após o pedido de soltura ser negado pela 5ª Turma no Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Só o ex-governador ingressou com habeas corpus no STJ.
Antes de ser preso, André criticou a Operação Lama Asfáltica pela demora na investigação e destacava o fato de não ter sido denunciado. Agora, o ex-governador é réu em duas ações penais.
A terceira denúncia foi rejeitada por Bruno Cezar Teixeira porque a considerou muito extensa e confusa. O MPF recorreu ao TRF3 para manter a denúncia e para que a Justiça faça a divisão do processo em quatro ações penais.
Com uma carreira política brilhante até ser denunciado por corrupção pelo Ministério Público Estadual, André foi secretário estadual de Saúde nos anos 80, deputado estadual e deputado federal, prefeito da Capital e governador do Estado por dois mandatos.
Apesar de estar preso, André é considerado o maior líder do MDB no Mato Grosso do Sul.
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