Mais um escândalo de corrupção é investigado na administração tucana. O Ministério Público Estadual apura o repasse irregular de recursos públicos pela Funtrab (Fundação Estadual do Trabalho) para a Crediquali MIQ. A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão contra o ex-presidente do órgão e candidato a deputado federal, Wilton Acosta (PRB).
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O Governo do Estado terceirizou a realização do microcrédito por meio de uma Oscip (organização da sociedade de interesse público). Em Mato Grosso do Sul, a Funtrab fazia o repasse para a Crediquali MIQ. A entidade substituiu o Banco do Povo, denominação na gestão de Zeca do PT, e Banco da Gente, de André Puccinelli (MDB).
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O MPE investiga a utilização de recursos públicos para pagar o aluguel da escola de música do filho de Acosta, que, coincidentemente, funciona no mesmo prédio da Crediquali MIQ. Outra irregularidade seria a utilização de crédito para compra de um carro, que foi apreendido nesta sexta-feira.
Além da Funtrab e da Crediquali, os policiais federais visitaram a casa do candidato no Residencial do Parque, no Parque dos Poderes.
Em nota, a Promotoria do Patrimônio Público informou que apura a aquisição de bens privados e pagamentos de despesas particulares de ex-dirigentes e integrantes do Conselho Deliberativo da Funtrab. Não foram divulgados os nomes dos demais envolvidos.
Em entrevista ao Correio do Estado, o advogado Luiz Carlos Bueno, disse que a PF não localizou nenhum documento na residência do candidato. Acosta já teria prestado depoimento e esclarecido as acusações. “Ele não tinha participação nas decisões da Crediquali”, garantiu.
“Ele era diretor da Funtrab, sim, é fato. Mas não jamais ocupou qualquer cargo de gestão na instituição investigada [Crediqualli]. Quem deve prestar esclarecimentos agora é o diretor da instituição, pois Wilton não exercia cargo lá”, pontuou Bueno, ao jornal.
O convênio entre a Funtrab e a Crediquali-MIQ foi firmado em dezembro de 2016 e visava a concessão de empréstimos para pequenos empresários. O valor seria de até R$ 7 mil.
No entanto, desde o ano passado, conforme o Campo Grande News, o Banco do Cidadão está sem dinheiro e os empreendedores individuais ficaram sem qualquer incentivo por parte da administração tucana.
Não é o primeiro órgão estadual a ser alvo de operação de combate à corrupção.
No ano passado, o Gaeco prendeu a cúpula do Detran na Operação Antivírus. O ex-presidente Gerson Claro (PP) virou réu por peculato, corrupção passiva e organização criminosa em dezembro passado.
Como Acosta é candidato na coligação do principal adversário, o juiz federal Odilon de Oliveira (PDT), o governador não pediu clemência para o ex-aliado.
“Tem que ver em cima de quem está sendo feita a operação. Você nomeia uma pessoa para trabalhar direito, não é para ela fazer coisa errada. Se eles fizeram alguma coisa errada, têm que pagar pelo fizeram”, afirmou o tucano, em entrevista ao Midiamax.
No entanto, ao ser alvo da Operação Vostok, que apura o desvio de R$ 209,7 milhões dos cofres públicos, o governador adotou outra postura. Ele colocou em xeque a operação, porque ocorreu a cerca de 20 dias das eleições. “É muito estranho”, afirmou. De acordo com a PF, o tucano recebeu R$ 67,7 milhões em propinas da JBS.
Já Acosta, que se tornou alvo a menos de 10 dias do primeiro turno, não teve o mesmo “carinho” ou ponderação de Reinaldo.