Os candidatos a deputado federal estão investindo pesado na campanha deste ano. Responsáveis por aprovar medidas impopulares no Congresso Nacional, como a reforma trabalhista e salvar o mandato do presidente mais impopular da história, deputados estão investindo uma fortuna para conquistar o voto do eleitor e garantir a reeleição.
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Alguns candidatos estão gastando mais que os candidatos a governador e senador para conquistar pela primeira vez um mandato na Câmara dos Deputados. Os principais postulantes já arrecadaram R$ 9,143 milhões, mais que o total arrecadado pelos seis candidatos à sucessão do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
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Só para ter ideia, os 13 candidatos a senador informaram ter obtido R$ 3,684 milhões na primeira prestação de contas feita à Justiça Eleitoral.
Campeã nos gastos da eleição passada, a deputada federal Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias (DEM) arrecadou R$ 1,423 milhão, mais que Reinaldo Azambuja (R$ 1,131 milhão). O maior repasse foi feito pelo diretório nacional do Democratas, R$ 1,2 milhão. Marcos Marinho Lutz doou R$ 100 mil, enquanto Aluísio Aguiar teria dado R$ 50 mil.
A arrecadação dos candidatos a deputado federal
- Tereza Cristina – R$ 1.423.545
- Elizeu Dionizio – R$ 1.300.000
- Wilton Acosta – R$ 1.067.588
- Carla Stephanini – R$ 890.000
- Vander Loubet – R$ 870.178
- Alcides Bernal – R$ 825.000
- Dagoberto Nogueira – R$ 790.144
- Fábio Trad – R$ 551.250
- Geraldo Resende – R$ 550.500
- Beto Pereira – R$ 377.000
- Rose Modesto – R$ 203.100
- Professor Jaime Teixeira – R$ 181.250
- George Takimoto – R$ 100.000
- Ilmar Mamão – R$ 70.700
- Odilon Júnior – R$ 50 mil
Apelidada de “musa do veneno”, por defender a polêmica liberação de agrotóxico, a parlamentar votou a favor da reforma trabalhista e duas vezes para livrar o presidente Michel Temer (MDB) de ser investigado por denúncias de corrupção, obstrução da Justiça e por chefiar organização criminosa.
Outro que já arrecadou mais que o companheiro de chapa é Elizeu Dionizio (PSB), que informou R$ 1,3 milhão. O repasse foi feito pela direção nacional do seu partido.
Evangélico, o parlamentar não vai apostar apenas nas orações para conquista os fieis e garantir o segundo mandato de deputado federal. Dionizio conseguiu chamar mais atenção do que Tereza, porque chegou a defender o impeachment de Temer, mas depois votou duas vezes para livrá-lo de julgamento pelos crimes denunciados pela Procuradoria Geral da República.
Outro companheiro de votações polêmicas foi Geraldo Resende (PSDB), mas que conseguiu arrecadar menos, R$ 550,5 mil. Ele foi o maior beneficiado pelo PSDB no repasse de R$ 500 mil.
Menos sorte teve o presidente regional do PSDB, Beto Pereira, que tentará trocar a Assembleia pela Câmara dos Deputados. Ele declarou receita de R$ 377 mil, sendo R$ 350 mil da direção nacional. O tucano ficou famoso na votação da reforma da previdência ao enfrentar a fúria de uma aposentada em vídeo que até hoje faz sucesso nas redes sociais.
Favorita para ocupar uma das oito vagas, a vice-governadora Rose Modesto (PSDB) só conseguiu R$ 203,1 mil, sendo R$ 150 mil do diretório nacional tucano. Outros R$ 50 mil foram doados pelo coordenador de sua campanha, Marcelo Monteiro Salomão. Ele foi e exonerado do comando do Procon pela Justiça por ser genro da secretária estadual de Educação, Maria Cecília Amendola da Motta.
Ainda na coligação de Reinaldo, o ex-prefeito Alcides Bernal (PP) declarou R$ 825 mil, sendo todo o montante doado pela direção nacional.
O deputado federal Fábio Trad (PSD), irmão do prefeito Marquinhos Trad (PSD), arrecadou R$ 551,2 mil, sendo R$ 550 mil da direção estadual do partido. Aliás, ele é irmão do candidato a senador, Nelsinho Trad (PTB) e da candidatada a deputada estadual Tetê Trad (PSD). E ainda tio do vereador Otávio Trad (PTB).
Na oposição, a campanha milionária é bancada pelo presidente regional do PRB, o pastor Wilton Acosta, com R 1,067 milhão. Só a direção nacional doou R$ 1,063 milhão.
Outro favorito é o deputado federal Dagoberto Nogueira, presidente regional do PDT. O pedetista recebeu R$ 500 mil da direção nacional. Outros R$ 159,2 mil saíram do próprio bolso.
Na mesma coligação, o vereador Odilon Júnior, filho do candidato a governador, juiz Odilon de Oliveira (PDT), só declarou receita de R$ 50 mil até o momento, uma mixaria diante da campanha dos colegas de coligação.
No MDB, o maior gasto é da ex-vereadora Carla Stephanini, que declarou receita de R$ 890 mil, sendo R$ 800 mil do diretório nacional e R$ 80 mil da candidata a vice-governadora, Tânia Garib.
Outra aposta do ex-governador André Puccinelli (MDB), preso na Operação Lama Asfáltica desde 20 de julho deste ano, é George Takimoto, que pretende trocar a Assembleia pela Câmara dos Deputados.
Mesmo tendo votado a polêmica reforma da previdência, o que levou a ser hostilizado pelo antigo partido, o PDT, Takimoto ainda arrecadou pouco para conquistar a vaga, apenas R$ 100 mil, doado pela direção da sigla.
No PT, a maior receita é do deputado federal Vander Loubet, réu na Operação Lava Jato. O petista já arrecadou R$ 870,1 mil, sendo R$ 729,8 mil da direção nacional do partido. O tio, o deputado federal e candidato a senador Zeca do PT doou R$ 8,5 mil.
Outros petistas não tiveram a mesma bondade, como é o caso do ex-BBB Ilmar Mamão, que só recebeu R$ 70,7 mil, dos quais R$ 68 mil da direção, e o presidente licenciado da Fetems, Jaime Teixeira, com R$ 181,2 mil.
A disputa promete ser acirrada e o eleitor precisa lembrar do histórico do candidato para ver se ele merece a vaga para representá-lo em Brasília.
Os oito deputados federais eleitos em outubro deste ano vão votar a reforma da previdência, que pode impor medidas ainda mais duras para o trabalhador, e até serem convocados para salvar Temer uma terceira vez.
Afinal, político articulado como é, o presidente da República vai tentar uma última cartada para obter imunidade e não ser julgado pelos crimes já denunciados e em investigação. Pelo andar da carruagem, Michel Temer não é muito diferente de Eduardo Cunha (MDB), já condenado por corrupção em Curitiba.
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