A Veja apresentou o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, como o provável candidato a presidente da República em 2022 para ser a 3ª via entre Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sem citar o escândalo Gisa, como ficou conhecido o desvio milionário denunciado pelo Ministério Público Federal quando ele foi secretário municipal de Saúde de Campo Grande, a revista colocou o médico nas famosas “páginas amarelas”.
[adrotate group=”3″]
Oscilando entre 2% e 5% nas pesquisas de intenção voto sobre a sucessão presidencial, Mandetta quer representar, na sua opinião, a maioria dos brasileiros, que não querem o atual presidente nem o petista. “O próximo passo é representar a voz de uma parcela da sociedade que não vai nem com o Lula nem com Bolsonaro. Há uma demanda e uma pressão da sociedade para que esse campo já esteja melhor identificado e tem uma força condutora que está levando para a unidade”, afirmou.
Veja mais:
Variante do vírus de Manaus pode causar “megaepidemia” em 60 dias, prevê Mandetta
Mandetta derrotaria Bolsonaro no 2º turno, mas o desafio será chegar lá, diz pesquisa
Por unanimidade, TRF3 nega recursos e mantém Mandetta réu por desvio de R$ 8,8 mi no Gisa
Mandetta foi “mentor e principal executor” do Gisa, que teve desvio de R$ 8,8 mi, diz TRF3
Sobre ser candidato, o campo-grandense destaca: “sou brasileiro, tenho mais de 35 anos, estou em dia com minhas obrigações eleitorais e estou filiado a um partido político. Essas são as condições colocadas pela Constituição”. “O próximo passo é ter um sonho e uma ideia do que se pode fazer pelo país, o que eu também tenho”, ressaltou, sobre a candidatura.
Adotando o discurso de candidato, Mandetta faz duas críticas. “Fui para o ministério porque me foi prometido um trabalho 100% técnico e porque poucas pessoas naquele entorno tinham conhecimento sobre o SUS. Mas, quando chegou a pandemia, entre a vida e a morte, Bolsonaro optou pela morte”, acusou.
“O PT tem chances reais de voltar ao poder? Não trabalho com pesadelos. Lula não pediu desculpas, não fez nada. Vamos ter de indenizá-lo também? Quer dizer que não existiu um cartel de empreiteiras?”, questionou, detonando o petista. “Eu estava tão desiludido com a classe política que nem tentei a reeleição para a Câmara. Eu não quero pensar agora que vai ter Fernando Haddad ou Lula. Vou lugar para que isso não aconteça de novo”, prometeu. Mandetta excluiu os cubanos do programa Mais Médicos, considerado uma das vitrines da gestão petista.
Ao longo das três páginas da entrevista, o repórter Edoardo Ghirotto, da Veja, não questionou o ex-ministro sobre o escândalo Gisa. Conforme o MPF, houve o desvio de R$ 8,2 milhões destinados para implantar o sistema de Gestão de Informações em Saúde, que modernizaria o atendimento nos postos de saúde da Capital de MS.
Mandetta virou réu por improbidade administrativa na Justiça Federal de Campo Grande junto com o primo, o ex-prefeito e atual senador da República, Nelsinho Trad (PSD). O Tribunal Regional Federal da 3ª Região negou recursos para arquivar a denúncia e livrá-los das ações, que podem condená-los a devolver R$ 32 milhões aos cofres públicos.
Veja é famosa por influenciar as eleições no Brasil. Em 1989, a revista tornou famoso o então desconhecido governador de Alagoas, Fernando Collor de Mello, lançado como caçador de marajás. Outro candidato foi o então senador Aécio Neves (PSDB), que acabou virando réu por denúncias de corrupção diversas no Supremo Tribunal Federal.
Além de Mandetta, a centro-direita cogita lançar para presidente o governador de São Paulo, João Doria, o apresentador da TV Globo, Luciano Huck (sem partido), e o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro (sem partido), entre outros.