A decisão de Jair Bolsonaro (sem partido) de não subir no palanque de nenhum candidato no primeiro turno das eleições municipais deixará, pelo menos, cinco pré-candidatos a prefeito órfãos em Campo Grande. No entanto, pelo menos dois, o vereador Vinicius Siqueira (PSL) e o pastor Wilton Acosta (Republicanos) vão insistir em surfar na “popularidade” do presidente na campanha eleitoral, que começa no próximo dia 16.
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Um dos principais defensores de Bolsonaro, procurador de Justiça Sérgio Harfouch (Avante) deve ser o principal a sentir o apoio. De olho no eleitor conservador, ele vem seguindo a linha do bolsonarismo, com a defesa da família e de Deus. Ele foi o único que não se manifestou a respeito.
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Pré-candidato a prefeito pelo PSC, o produtor rural e empresário Paulo Matos comemorou a decisão de Bolsonaro não subir em palanque no primeiro turno. “Seria bom, se me apoiasse, mas se for para apoiar outro, é melhor que não participe”, afirmou. O eixo principal da campanha também é o conservadorismo e a família, bandeiras do presidente nacional da sigla, pastor Everaldo, que foi preso ontem pela Polícia Federal em ação contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witel (PSC).
O ex-presidente da Santa Casa de Campo Grande, Esacheu Nascimento (Progressista), não se sentiu atingido pela decisão do presidente. “Não prejudica, porque nosso projeto é local e voltado para gestão”, justificou-se.
Siqueira não pretende tirar Bolsonaro do seu palanque. Na avaliação do vereador, o presidente foi inteligente ao não apoiar ninguém no primeiro turno para não ampliar o racha no Congresso Nacional e ter ainda mais dificuldades para aprovar os projetos do Poder Executivo. No entanto, ele pretende destacar na campanha que Bolsonaro foi eleito pelo PSL e cogita retornar ao partido.
O parlamentar afirmou que ao sinalizar retorno ao PSL, Bolsonaro faz sinalização aos seguidores de que apoiará os candidatos do partido nas eleições deste ano. “Para bom entendedor, já basta”, frisou.
Outro que manterá Bolsonaro no seu palanque é Wilson Acosta. O ex-presidente da Funtrab na gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB) afirmou que a decisão do presidente facilita. “Sou Bolsonaro por opção própria, nosso partido está alinhado com o presidente”, justificou-se. “Eu atuei para que ele não apoiasse ninguém”, garantiu.
No entanto, Acosta vai insistir na campanha que tem a simpatia do presidente porque seus filhos estão filiados ao Republicanos, partido conhecido pela ligação com a Igreja Universal do Reino de Deus. O vereador Carlos Bolsonaro trocou o PSL pelo Republicanos para disputar a reeleição no Rio.
Os principais candidatos comemoraram a decisão de Bolsonaro, principalmente, porque o presidente conseguiu recuperar a popularidade com o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600. Em alguns municípios, o presidente possui popularidade superior aos prefeitos e ao governador Reinaldo Azambuja e o torna um cabo eleitoral estratégico.