Na primeira sentença da Operação Laços de Família, a Justiça condenou a esposa e a filha do subtenente da Polícia Militar Silvio César Molina Azevedo, preso acusado de chefiar a Máfia da Fronteira. Roseleia Teixeira Piovezan, a matriarca da organização criminosa, foi condenada a sete anos e seis meses em regime fechado, enquanto a herdeira, Jéssica Piovezan Azevedo, ficou com a pena de quatro anos, nove meses e 18 dias no aberto.
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A condenação ocorreu no final do ano passado, mas só foi publicada nesta quinta-feira (30). Conforme a sentença do juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Jéssica teve o mandado de prisão revogado após um ano e cinco meses e deverá ser solta para cumprir medidas cautelares.
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Já Roseleia teve a prisão preventiva mantida pelo magistrado. Apesar de estar presa desde 25 de junho de 2018, devido à gravidade da conduta, ela vai continuar presa sem direito a progressão de regime.
Roseleia e Jéssica foram presas na Operação Laços de Família, deflagrada pela Polícia Federal para combater a organização criminosa que dava apoio ao PCC (Primeiro Comando da Capital) na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. O grupo contava com 10 empresas e 50 laranjas para lavar o dinheiro proveniente do tráfico internacional de drogas.
De acordo com a denúncia, só dois laranjas, inclusive um jovem de 21 anos, movimentaram mais de R$ 6 milhões. A quadrilha é acusada de ser a dona de 27,4 toneladas de maconha apreendidas pela polícia nos últimos três anos.
Apesar de ter um salário inferior a R$ 10 mil como subtenente da PM, Silvio César mantinha vida de milionário em Mundo Novo. Ele era dono de duas estâncias, avaliadas em R$ 300 mil e R$ 1,5 milhão. De acordo com o magistrado, o policial planejava comprar uma fazenda de R$ 7,5 milhões. Ele também pretendia comprar uma embarcação de R$ 750 mil.
O filho do casal, Jefferson Molina Azevedo, que acabou executado, ostentava vida de luxo. Ele viajou com a namorada para Paris e hospedou-se em hotel com diária de R$ 2,7 mil. A fotografia mais famosa é o jovem dirigindo carros de luxo.
De acordo com a denúncia, Jéssica e a mãe viajavam para cobrar dívidas da organização criminosa e ajudavam na logística do tráfico de drogas. A herdeira assumiu o controle dos créditos da família Molina com traficantes após o assassinato do irmão em junho de 2017.
Em julho daquele ano, ela e a mãe teriam ido até o Rio Grande do Norte para cobrar traficantes identificados como Bebê, Vavá e Pacote. Elas pegaram como pagamento um veículo Hyundai Tucson 2016.
Roseleia foi acusada de ajudar traficantes. A Polícia Federal aponta que ela foi a responsável em dar carona para o motorista pegar um caminhão com três toneladas de maconha. A mulher de Silvio César ainda é acusado de atuar por 12 anos como batedora da carga de cigarro contrabandeado do Paraguai.
A Operação Laços de Família teve um delator, o piloto Felipe Ramos. A sentença do policial deverá ser publicada nos próximos dias.