Preso na Operação Ouro de Ofir no final de 2017 acusado de dar golpe em 60 mil pessoas, o empresário Celso Éder Gonzaga de Araújo também virou réu por usar documentos falsos para obter o certificado de administrador de empresas. Por este crime, ele irá a julgamento em 5 de agosto de 2020 na 3ª Vara Federal de Campo Grande.
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Conforme despacho do juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, publicado nesta terça-feira (17), Araújo usou documentos públicos falsos para obter a certificação da conclusão do curso no CRA/MS (Conselho Regional de Administração de Mato Grosso do Sul). O certificado falso seria da FIC (Faculdade Integrada Cruzeiro).
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O magistrado já tinha aceitado a denúncia feita pelo Ministério Público Federal em abril deste ano. Além de ratificar o recebimento, ele marcou a audiência de instrução e julgamento para ouvir as testemunhas de acusação e fazer o interrogatório do réu.
Esta não será a única pendência do cônsul honorário da República do Guiné Bissau em 2020. Com exceção das ações sigilosas – todas que o envolvem no golpe milionário – ele irá a julgamento por porte ilegal de arma no dia 9 de março de 2020. O juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, vai concluir o julgamento.
Celso foi preso pela Polícia Federal acusar de aplicar um dos maiores golpes na atualidade no Brasil. Inicialmente, a corporação apontou 25 vítimas em praticamente todos os estados brasileiros. Com a conclusão do inquérito, a PF elevou o número para 60 mil vítimas do golpe no País.
O empresário prometia rentabilidade de até 1.000% em troca dos investimentos. Ele garantia que tinha R$ 3,9 bilhões em LTN (Letras do Tesouro Nacional) e prometia o milagre da multiplicação do dinheiro. A maior parte das vítimas era evangélica.
Celso Éder ficou preso por aproximadamente um ano até obter habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal. As ações do suposto golpe foram transferidas da Justiça Federal para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, onde passaram a tramitar em sigilo.