Duas pesquisas eleitorais, divulgadas a pouco menos de três meses das eleições, mostram disputa acirrada e emocionante na sucessão estadual de Mato Grosso do Sul. Além de revelar a tolerância do eleitor sul-mato-grossense com a corrupção, os levantamentos apontam para uma disputa voto a voto por uma vaga no segundo turno entre os três principais pré-candidatos a governador: o juiz federal Odilon de Oliveira (PDT), o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o ex-governador André Puccinelli (MDB).
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Na primeira pesquisa realizada no Estado, o Real Time Big Data, instituto criado em março deste ano, fez o levantamento em 40 municípios a pedido da RecordTV. Os números deste levantamento foram suprimidos porque a Justiça Eleitoral concedeu liminar, a pedido do PHS, para proibir a divulgação dos números.
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Com investigações por corrupção, escolha do vice tem importância crucial na sucessão estadual
A Real Time Big Data ouviu 1.009 eleitores em 40 cidades nos dias 3 e 4 deste mês e a margem de erro é de 3,03%.
O Correio do Estado também divulgou pesquisa do IPEMS nesta quinta-feira, mas restringiu o levantamento a Campo Grande. Em abril, o jornal, cujo sócio, Antônio João Hugo Rodrigues (PTC) é pré-candidato a deputado estadual na chapa de André, divulgou levantamento em 40 municípios. O desempenho do emedebista é melhor na Capital, onde foi prefeito por dois mandatos.
Conforme o IPEMS, que ouviu 400 eleitores na Capital, Odilon oscilou de 36,47% em abril para 30,74%, mas ainda lidera o levantamento na Capital. André subiu de 27,24% para 29,39%. O tucano repetiu a trajetória do emedebista, passando de 21,81% para 25,77%.
O petista Humberto Amaducci registrou 1,47% e João Alfredo, 1,24%. O número de indecisos é de 11,39%. O IPEMS ouviu 400 eleitores de 9 a 11 deste mês e margem de erro é de 4,9%.
Com base nas duas pesquisas, é possível tirar algumas conclusões. A eleição será decidida no segundo turno e não há favoritos para a vaga. Neste quesito, Odilon corre o risco de queimar a língua, já que vem propagando a chance de vencer no primeiro turno.
Os três principais candidatos estão com chance de garantir a vaga. André conta a seu favor a máquina do MDB, recursos financeiros e a experiência como governante. Reinaldo tem estrutura do PSDB e a máquina estadual. Sem estrutura e máquina, Odilon tem a sua história como magistrado para chegar ao segundo turno.
Por enquanto, as denúncias de corrupção não pesaram na opinião de quase metade do eleitorado. É antigo e secular na cultura brasileira, de que o combate a corrupção nunca foi prioridade da população, que passa três anos se queixando da roubalheira, mas, no último minuto, acaba dando aval para a manutenção do mau costume. É a manutenção do ditado: “rouba, mas faz”.
O mais simbólico para explicar o momento é o silêncio da população com o presidente Michel Temer (MDB), acusado de toda sorte de crime sem enfrentar um único protesto da dita população cidadã.
No entanto, como analisa o governador do Estado, a campanha de fato começa com o fim da Copa do Mundo. Ou melhor, já começou com a eliminação do Brasil na sexta-feira passada.