Para acabar, pela 2ª vez, com as favelas em Campo Grande e resolver o déficit habitacional, os candidatos a prefeito defendem desde a realização de levantamento minucioso até propostas ousadas, como a construção de 40 mil casas em quatro anos. A desfavelização é meta clara de três candidatos, Rose Modesto (União Brasil), Camila Jara (PT) e Luso Queiroz (PSOL).
O problema vem se agravando a cada ano e chegou ao momento atual, com 46 mil famílias residindo em 61 favelas na Capital, segundo levantamento da CUFA (Central Única de Favelas). Atualmente, famílias estão deixando de comprar alimentos para manter a energia, em uma guerra permanente com a Energisa para manter as gambiarras.
Propostas:
Merenda melhor para elevar QI e tecnologia de ponta, as propostas para a educação de CG
Candidatos propõem ‘banir’ Consórcio Guaicurus, estatização e até “tarifa zero”
A solução para o caos vai de mutirões, eficiência, fábrica de remédios a centros de diagnósticos
Candidatos prometem “reinventar” e até brigar por “redução” de aluguéis no Centro da Capital
O deputado federal Beto Pereira (PSDB) alfinetou a atual gestão ao afirmar que a Capital já se livrou do problema no passado. Ele conta com o apoio do senador Nelsinho Trad (PSD), que garante ter acabado com o problema na sua gestão concluída em 2012.
“Já nos orgulhamos com o título de capital sem favelas anos atrás. Hoje temos mais de 60 comunidades com moradias precárias. Vamos encarar esse problema com responsabilidade, boas parcerias e programas habitacionais eficientes”, afirmou o tucano.
Por outro lado, Adriane Lopes (PP) rebate a propaganda de que a cidade ficou livre do problema. “A cidade sempre teve favelas e áreas precárias, mas o problema foi subnotificado, criando uma ilusão de progresso. Se a situação fosse como se alegava, não teríamos regularizado diversas áreas e retirado centenas de famílias que viviam há mais de duas décadas em condições insalubres”, rebateu a progressista, citando que já regularizou 7 mil imóveis em dois anos.
Propostas
“Esse é um tema que toca o coração de muita gente e o meu também. Campo Grande enfrenta um momento difícil, uma crise habitacional com cerca de 70 mil pessoas morando em situação precária. Segundo a Central Única de Favelas (CUFA), são 55 favelas espalhadas pela cidade, onde famílias moram em lugares insalubres e sem segurança, vivem com medo da chuva estragar as poucas coisas que têm, medo do vento levar sua lona, sem o mínimo de dignidade e paz”, afirmou Rose Modesto,
Ela propõe o programa “Sai da Lona”, que prevê a construção de 4 mil casas com sala e cozinha interligadas, banheiro e acabamento básico. A candidata até prevê que o projeto vai custar R$ 52 milhões. Rose ainda propõe ampliar o Aluguel Social e construir 2 mil casas em parceria com o Governo Federal.
Camila Jara quer implementar um programa de desfavelização da Capital e construir casas em parceria com o Governo Lula por meio do programa Minha Casa Minha Vida. Ela destacou ainda as parcerias com o governador Eduardo Riedel (PSDB) para implementar os projetos habitacionais.
“Também vamos regulamentar o IPTU Progressivo no Tempo como medida para reduzir vazios urbanos e promover o uso sustentável desses terrenos para projetos agroecológicos e de habitação, evitando a expansão desnecessária do perímetro urbano”, afirmou. “Quero ser lembrada por uma Campo Grande que vai se destacar pelos melhores índices. Não vamos conviver com a extrema pobreza e achar normal, não vamos achar que as pessoas devem se acostumar com o mínimo e discutir que o poder público tem que fazer o básico, o básico já deveria ter sido feito há muito tempo”, ressaltou a petista.
A proposta mais ousada é de Jorge Batista (PCO), que promete construir 10 mil casas por ano. O cientista político Luso Queiroz (PSOL) diz que a prioridade será zerar a fila por moradia em Campo Grande.
Rose propõe “Sai da Lona” com 4 mil casas e 2 mil casas em parceria com Governo Federal
Qual a proposta para as favelas e famílias morando em habitações precárias?
Esse é um tema que toca o coração de muita gente e o meu também. Campo Grande enfrenta um momento difícil, uma crise habitacional com cerca de 70 mil pessoas morando em situação precária. Segundo a Central Única de Favelas (CUFA), são 55 favelas espalhadas pela cidade, onde famílias moram em lugares insalubres e sem segurança, vivem com medo da chuva estragar as poucas coisas que têm, medo do vento levar sua lona, sem o mínimo de dignidade e paz.
Para enfrentar esse problema, criamos o “Sai da Lona”, um programa com o qual vamos iniciar o desfavelamento da capital e construir 4 mil casas-embrião, com sala-cozinha integradas, banheiro e acabamento básico. Os beneficiados vão receber a casa com luz, esgoto, água, isenta de IPTU e com habite-se. O “Sai da Lona” vai custar em torno de R$ 52 milhões. O recurso virá de tributos do município, com desvinculação de receitas da emenda constitucional 132, de 2023.
Assim que o governo federal disponibilizar programas habitacionais sociais, vamos participar com projetos. Paralelo a construção de moradias sociais, vamos ampliar ainda o “Aluguel Social”, e destinar R$ 1,5 milhão para atender essas famílias com moradia digna. E vamos fazer regularização fundiária em situações que a lei permita.
Como pretende resolver o déficit habitacional?
O Programa “Morando Legal” traz nossa proposta central de habitação popular e vai atender quem quer sair do aluguel e pode pagar pela casa própria. Vamos entregar 2 mil casas, com recursos do governo federal e contrapartida do município. Nossa intenção é ampliar todos os programas habitacionais.
Mas, para isso, precisamos primeiro organizar a casa, acabar com a gastança, fazer gestão de despesas e elaborar projetos responsáveis, com obras que comecem e terminem na gestão.
Vai aderir ao Minha Casa Minha Vida?
Na vida pública, sempre trabalhei com parcerias, com diálogo e respeito com todos os setores, independentemente de ideologias e partidos, porque entendo que para um governo dar certo é fundamental o apoio de todos os entes. O Programa Minha Casa Minha Vida hoje tem diversas linhas de financiamento que atendem às três faixas de renda dos beneficiados, inclusive com crédito para habitação rural.
A partir do ano que vem, ele terá mudanças significativas, e estamos atentos a tudo isso. A mais recente alteração que será implantada nos deixa motivados, pois traz uma nova faixa de renda que promete realizar o sonho da casa própria de milhares de brasileiros.
A Faixa 1, passa a englobar famílias com renda mensal de até R$ 2.850, um aumento em relação ao limite anterior de R$ 2.640. Isso permite que um número maior de famílias com renda mais baixa tenha acesso aos benefícios do programa, como subsídios mais altos e taxas de juros reduzidas, o que torna a prestação da casa própria mais acessível.
Além disso, o governo federal reafirmou seu compromisso em entregar 2 milhões de moradias até 2026, promovendo ainda mais justiça social no acesso à habitação.
Por falta de projetos e de gestão eficiente, nos últimos anos Campo Grande perdeu recursos federais de muitas obras, seja por não cumprir prazos, por deixar de encaminhar documentos ou por encaminhar projetos incompletos.
Para que isso não volte a acontecer, vamos ampliar a agência de projetos municipais e qualificar mais servidores para construirmos as melhores propostas técnicas e conseguirmos recursos. Sei onde buscar os recursos e vou buscá-los. Só preciso de uma oportunidade para fazer de Campo Grande uma cidade melhor para todos.
Beto vai realizar levantamento minucioso e evita fixar meta para construção de casas
Qual proposta para as favelas e famílias morando em habitações precárias?
Acredito que a inclusão social passa por garantir moradia digna às pessoas. Na minha gestão, vamos fortalecer as parcerias com os governos estadual e federal. Só assim vamos enfrentar esse desafio de garantir casa própria para quem precisa. Já nos orgulhamos com o título de capital sem favelas anos atrás. Hoje temos mais de 60 comunidades com moradias precárias. Vamos encarar esse problema com responsabilidade, boas parcerias e programas habitacionais eficientes.
Como pretende reduzir o déficit habitacional?
Primeiramente faremos um levantamento minucioso da situação da falta de moradia em Campo Grande. Em seguida, vamos fortalecer as parcerias para implementar programas eficientes de habitação que garantam a construção de novas moradias e adequações nas já existentes, além da regularização de áreas. Não dá mais para convivermos com um déficit de mais de 30 mil moradias em Campo Grande.
Vai aderir ao Minha Casa Minha Vida?
Todo programa habitacional que ajude a zerar o déficit habitacional em Campo Grande terá a nossa parceria e o Minha Casa Minha Vida tem sido um instrumento importante para que muitas famílias adquiram um imóvel e saiam do aluguel.
Adriane contesta que fim de favelas e diz que entregou 1,9 mil novas moradias
A prefeita Adriane Lopes (PP), candidata à reeleição pela coligação “Sem Medo de Fazer o Certo”, reafirma o compromisso de sua gestão em enfrentar o déficit habitacional de Campo Grande, lidando de maneira direta com a realidade que gestões anteriores negligenciaram.
A cidade sempre teve favelas e áreas precárias, mas o problema foi subnotificado, criando uma ilusão de progresso. Se a situação fosse como se alegava, não teríamos regularizado diversas áreas e retirado centenas de famílias que viviam há mais de duas décadas em condições insalubres.
Em apenas dois anos, Adriane entregou mais de 1.940 novas moradias e realizou a regularização fundiária de mais de 7 mil lotes em comunidades como Homex, Samambaia, Esperança, Só por Deus e Sayonara.
No bairro Homex, por exemplo, os contratos de regularização começaram a ser entregues em julho para 1.400 famílias. Na antiga Cidade de Deus, foram finalizadas as últimas 328 moradias nos loteamentos José Teruel e Jardim Canguru em julho de 2023.
Programas inovadores também foram implantados, como o Credhabita, que oferece a possibilidade de construção, reforma e ampliação de casas para famílias de baixa renda. Além disso, Adriane priorizou a locação social, com a criação de um programa que subsidia até 50% do valor mensal do aluguel, beneficiando famílias que enfrentam dificuldades econômicas.
Uma ação marcante da gestão foi o reassentamento rápido das 187 famílias da Comunidade Mandela, que sofreram um incêndio em novembro do ano passado. Em apenas seis meses, as primeiras casas foram entregues, mostrando agilidade e compromisso com a dignidade dessas famílias. As novas moradias oferecem infraestrutura completa, incluindo redes de esgoto, pavimentação e proximidade a escolas e postos de saúde.
Adriane também foi pioneira ao aderir ao novo programa Minha Casa Minha Vida, garantindo a construção de 192 unidades no Residencial Jorge Amado, com previsão de entregar mais 504 unidades distribuídas em quatro empreendimentos: Paulo Coelho Machado (164 unidades), Nova Bahia (150 unidades), Costa Verde (120 unidades) e Jardim Antártica (70 unidades).
Com foco em reduzir o déficit habitacional, Adriane pretende atender mais de 30 mil pessoas, tanto com novas moradias quanto com programas que melhorem a qualidade das já existentes. Além de construir em áreas com infraestrutura consolidada, a gestão implementará um programa de melhoria habitacional, oferecendo kits de materiais de construção, assistência técnica e crédito para reforma e ampliação de moradias em áreas regularizadas.
A locação social será expandida, tanto em unidades privadas quanto públicas, incluindo a replicação do projeto Vila dos Idosos, que oferece locação subsidiada para pessoas com mais de 60 anos.
Outro ponto central de sua proposta é o incentivo à capacitação e geração de renda, oferecendo oportunidades de qualificação profissional e apoio ao empreendedorismo para as famílias beneficiadas pelos programas de habitação. A visão de Adriane é clara: moradia digna deve ser acompanhada de oportunidades de crescimento econômico.
O compromisso para os próximos anos é seguir reduzindo o déficit habitacional, ampliar os programas de regularização e locação social, e garantir que cada cidadão tenha a chance de recomeçar com dignidade e melhores condições de vida.
Camila quer acabar com as favelas e usar IPTU Progressivo para reduzir vazios urbanos
Qual a proposta para as favelas e famílias morando em habitações precárias? Como pretende resolver o déficit habitacional? Vai aderir ao Minha Casa Minha vida?
Nosso Plano de Governo propõe uma desfavelização em Campo Grande. Para isso, vamos construir mais casas pelo MCMV, por meio de parcerias público-privadas. O governo federal já entregou mais de 25.000 mil moradias em Campo Grande e queremos retomar essas entregas.
Nós estamos alinhados com governo Lula e vamos articular cada vez mais projetos aqui.
Além de construir moradias, precisamos fazer o levantamento de todas as famílias que vivem em áreas ocupadas de forma precária para regularizar todos os terrenos que forem possíveis. Com processos de desapropriação justos e em tempo aceitável, quando necessário.
O próprio governo do estado tem 3 programas (que podem ajudar muito a resolver esse problema:
MS Moradia: Este programa é focado na regularização fundiária e na melhoria das condições de habitação para famílias de baixa renda. O objetivo é facilitar o acesso à casa própria por meio da regularização de títulos de propriedade e melhorias em moradias existentes, além de subsídios para construção ou reforma de habitações.
Projeto Bônus Moradia: Lançado em 2024, o Bônus Moradia concede um subsídio de até R$ 25 mil para facilitar a aquisição da casa própria. Este subsídio pode ser usado como entrada no financiamento de imóveis, com a previsão inicial de atender 770 famílias em Campo Grande.
Projeto Substituição de Moradia Precária: Este programa visa substituir habitações precárias por novas moradias em melhores condições. Um exemplo de atuação desse programa é o Projeto Cidade de Deus, onde foram contratadas e entregues novas unidades habitacionais para os moradores, substituindo as antigas moradias em condições inadequadas
Também vamos regulamentar o IPTU Progressivo no Tempo como medida para reduzir vazios urbanos e promover o uso sustentável desses terrenos para projetos agroecológicos e de habitação, evitando a expansão desnecessária do perímetro urbano.
Dentro de todo o processo, a nossa maior proposta é tornar a cidade a principal referência de desenvolvimento sustentável e qualidade de vida, através de políticas públicas inovadoras e inclusivas, a ponto de sermos um modelo para outros lugares.
Eu quero ser lembrada pelo Bolsa Escolinha aplicado, os Centros de Diagnósticos iniciados, 50% das escolas na política de educação integral, com crianças dentro das creches, Centros de Apoio do Microcrédito Popular, e mais do que isso, quero que nossa cidade deixe de ser uma cidade mediana.
Quero ser lembrada por uma Campo Grande que vai se destacar pelos melhores índices. Não vamos conviver com a extrema pobreza e achar normal, não vamos achar que as pessoas devem se acostumar com o mínimo e discutir que o poder público tem que fazer o básico, o básico já deveria ter sido feito há muito tempo.
Vamos planejar e estruturar Campo Grande para os próximos 20, 30 anos, porque a gente vai fazer com que Campo Grande tenha transformação real especialmente para os mais vulneráveis, e seja referência de desenvolvimento, não só nacional, mas no internacional.
Luso diz que não haverá imóveis abandonados e vai zerar fila por moradia em quatro anos
Faremos cumprir o plano diretor e a função social da propriedade, não haverá mais imóveis abandonados, teremos pelotões de obras para a construção de moradias utilizando materiais sustentáveis como o tijolo ecológico, vamos zerar a fila da EMHA em quatro anos.
Sim, programas habitacionais do governo federal e estadual serão bem-vindos para somar pelo fim do déficit habitacional.
Ubirajara propõe condomínio de casas pré-moldadas e 500 unidades do Minha Casa Minha Vida
Na minha gestão implantarei, na habitação, condomínios de casas pré-moldadas para atender a demanda de pessoas com suas necessidades. Idosos, deficientes físicos, mães em estado de risco, desfavelamento.
Levando atendimento médico aos que não que puderem se locomover. Iremos aderir Minha Casa Minha Vida, com meta inicial de 500 casas. Campo Grande para todos é a minha causa.
Jorge Batista propõe meta ousada de construir 40 mil casas em quatro anos
A proposta é construir casas, vamos fazer 10 mil casas por ano. Ao final dos quatro anos, vamos fazer 40 mil casas, vamos entregar uma casa por dia. Não é mansão, é casa popular, moradia para baixa renda. O valor da prestação será de, no máximo, R$ 250 por mês.
Vamos procurar financiamento do BNDES, do programa Minha Casa, Minha Vida. Também vamos procurar ONGs estrangeiras, como americana, inglesa e italiana, que constroem casas e doam para a população. Vamos doar o terreno.
É injusto o sofrimento humano debaixo de barraco de lona, enfrentando o calor e a chuva. Vamos governar pelo povo e para o povo.