Melhorar a oferta de alimentos para os estudantes, os recursos tecnológicos destinados à prática pedagógica e a valorização do funcionalismo estão entre as propostas de sete dos oito candidatos à Prefeitura de Campo Grande que responderam as questões apresentadas pelo O Jacaré para solucionar os problemas identificados por professores e pais na educação do município.
Três perguntas foram apresentadas para as oito candidaturas: Qual é a proposta da candidatura para a Educação em Campo Grande? Como melhorar os índices do Ideb, que tiveram queda nos últimos anos? Qual análise a candidatura faz sobre a Educação na cidade hoje?
Propostas:
Candidatos propõem ‘banir’ Consórcio Guaicurus, estatização e até “tarifa zero”
A solução para o caos vai de mutirões, eficiência, fábrica de remédios a centros de diagnósticos
Candidatos prometem “reinventar” e até brigar por “redução” de aluguéis no Centro da Capital
Ubirajara Martins aposta em escola de tempo integral
Para a questão, o candidato pela Democracia Cristã, Ubirajara Martins, os índices da educação vão melhorar a partir do investimento em escolas de ensino integral e infantil.
Qual é a proposta da candidatura para a Educação em Campo Grande?
“Vamos transformar todas as escolas em ensino integral com esporte integrado. Também vamos melhorar a qualidade do alimento, com investimento na agricultura familiar e usar a produção na merenda escolar”.
Como melhorar os índices do Ideb, que tiveram queda nos últimos anos?
“Vamos construir escolas e creches onde não há”.
Qual análise a candidatura faz sobre a Educação na cidade hoje?
“Hoje, 60% das crianças de zero a cinco anos não vão para a escola. É preciso investir na estrutura já montada e fazer disso referência para o Brasil”.
Beto Figueiró diz que QI caiu e quer alunos melhor alimentados
Já o deputado federal Beto Figueiró (NOVO), aponta que a falta de investimento na educação está prejudicando até mesmo os índices de QI (Quoeficiente de Inteligência) dos jovens da cidade.
Qual é a proposta da candidatura para a Educação em Campo Grande?
“Nosso projeto é chamado “Maná” e Torá” consciente em fornecer uma alimentação plena, com proteínas, sais minerais e vitaminas, com saneamento básico satisfatório e uma instrução eficaz”.
Como melhorar os índices do Ideb, que tiveram queda nos últimos anos?
A pergunta não foi respondida.
Qual análise a candidatura faz sobre a Educação na cidade hoje?
“De todos os males praticados pela classe política profissional, o maior deles é o modelo de construção humana dos nossos jovens, pois o cuidado dado às nossas crianças têm representado uma verdadeira condenação, geração após geração de pessoas sem acesso a um emprego digno ou a uma possibilidade empreendedora. Lamentavelmente está ocorrendo um verdadeiro emburrecimento (sic) dos nossos jovens que estão diminuindo seu coeficiente de inteligência em relação a outros países. Lamentavelmente a prefeitura. que é responsável pela educação na primeira infância, tem sido incompetente para gerir a instrução dos nossos jovens”.
Adriane Lopes diz que pegou educação sucateada e elenca programas que deseja continuar
Candidata à reeleição, a prefeita Adriane Lopes, apontou que a educação local é resultado do investimento na gestão atual, mas também acumula problemas de anos de sucateamento. Por meio da assessoria de imprensa da candidatura, a prefeita respondeu que, em dois anos de trabalho, foram implementadas melhorias estruturais, pedagógicas e tecnológicas em todas as 205 unidades escolares da Rede Municipal de Ensino, onde são atendidos 111 mil estudantes.
A prefeita afirma, ainda, que a atual gestão herdou obras paradas e entregou 150 novas salas de aula, permitindo a criação de 6,6 mil novas vagas.
Qual é a proposta da candidatura para a Educação em Campo Grande?
As propostas para um próximo mandato incluem a manutenção de programas de formação continuada para professores, com foco em novas metodologias de ensino, uso de tecnologias educacionais e parcerias com universidades para oferecer especializações, garantindo que os educadores estejam sempre preparados para os desafios contemporâneos.
Inclui a proposta para a próxima gestão, conforme a assessoria de imprensa da campanha, a aposta na inclusão digital, com tablets, internet de alta velocidade e dispositivos tecnológicos para dinamizar o processo de ensino-aprendizagem. Entre as metas está, ainda, a inclusão de temas como empreendedorismo e educação financeira no currículo escolar. A implementação de parcerias para a oferta de atividades extracurriculares voltadas ao esporte, as artes, a música e, ainda, acompanhamento psicopedagógico dos estudantes.
Ainda de acordo com a assessoria da campanha, é objetivo da atual prefeita potencializar a compra de alimentos para a merenda escolar de micro e pequenos produtores de Campo Grande.
Como melhorar os índices do Ideb, que tiveram queda nos últimos anos?
Sobre o Ideb, a candidatura reconhece a necessidade de melhoria do índice e indica que, se a gestão tiver continuidade, vai manter programas como o “Simula REME” e o “Simula SAEB”, utilizados para identificar dificuldades no aprendizado e permitir intervenções pedagógicas pontuais.
Qual análise a candidatura faz sobre a Educação na cidade hoje?
A atual gestão da Prefeitura de Campo Grande aponta que, além da abertura de mais salas de aula e conclusão de obras, a educação do município foi impactada com a implementação de melhorias estruturais, pedagógicas e tecnológicas extensíveis às 205 unidades escolares da rede.
Foi indicado que todos os espaços escolares passaram por reformas e modernizações, incluindo a instalação de energia fotovoltaica em 105 unidades. A campanha citou a substituição do mobiliário escolar, a implantação de parques infantis e a criação do Centro Municipal de Educação Especial Inclusiva, em benefício a 5 mil estudantes com deficiências.
Luso aponta necessidade de recuperação do tempo tomado pela pandemia e quer recursos tecnológicos nas escolas
Na avaliação do candidato Luso, que concorre pelo PSOL, a melhoria da educação em Campo Grande resulta do investimento em zerar a fila das creches, melhorar o atendimento aos servidores e investir em recursos tecnológicos.
Qual é a proposta da candidatura para a Educação em Campo Grande?
“Fortalecer e garantir uma boa remuneração para todos os servidores da educação. Zerar a falta de vagas nas creches, construindo novas e modernas EMEIs. Promover uma alimentação escolar mais colorida e orgânica através de parceria com agricultura familiar.
Mais diálogo e projetos com as associações de pais e mestres (APM). Grêmio Estudantil em todas escolas municipais com o 9° ano do fundamental. Assistência Social e Psicológica em toda a SEMED, incluindo alunos e profissionais da educação. Investimento na educação especial, desde a acessibilidade até a valorização dos técnicos”.
Como melhorar os índices do Ideb, que tiveram queda nos últimos anos?
“Através de super aulões e o acompanhamento de reforço escolar venceremos os anos perdidos com a pandemia”.
Qual análise a candidatura faz sobre a Educação na cidade hoje?
“Uma educação que não conversa com as novas gerações, precisamos investir na informática, o mundo será cada vez mais tecnológico”
Camila Jara defende subsídio para fixar crianças nas escolas
A deputada federal Camila Jara, que disputa a prefeitura pelo PT, revela entre as propostas para a educação que pretende investir em concursos públicos e subsidiar os estudantes em condições de hipervulnerabilidade para mantê-las em sala e atacar a fome.
Qual é a proposta da candidatura para a Educação em Campo Grande?
A candidata revela que pretende criar o Bolsa Escolinha, “um subsídio mensal para crianças do ensino fundamental pertencentes a famílias hipervulneráveis”. A ideia é mantê-las em sala de sala, porque a gente sabe o quanto a fome e demais fatores vividos no lar afetam o aprendizado”.
Também está no plano de trabalho da candidata zerar a fila por vagas nas Emei’s. Para isso, a proposta está na construção de novas unidades e retomada de obras abandonadas pela atual gestão. “Outro ponto das nossas propostas é ampliar as escolas integrais em 50% e garantir atendimento adequado a estudantes com deficiência e altas habilidades”.
Visando os servidores, a candidata afirma que o objetivo está em “priorizar as maiores demandas, sem deixar de lado nenhum aspecto da educação”. Por isso, vamos garantir o pagamento do piso nacional dos professores de 20h; e criar concursos para profissionais de Psicologia e Assistência Social”. Outra proposta é a ampliação da oferta do EJA em turnos diferentes “para possibilitar a formação e, consequentemente, garantir emprego formal”.
Como melhorar os índices do Ideb, que tiveram queda nos últimos anos?
Na avaliação da candidata, a melhoria dos resultados do Ideb está no “investimento na formação contínua dos professores e na modernização das escolas. Nós fomos o governo que deu conta de sancionar a Lei do Piso Nacional dos professores, o governo que deu conta de criar os institutos técnicos federais, de ampliar a nossa rede de escolas e a gente sabe que se a gente conseguiu fazer tudo isso no governo federal, a gente consegue, no tempo necessário, fazer em Campo Grande”.
Qual análise a candidatura faz sobre a Educação na cidade hoje?
Camila Jara tece comentários sobre a estrutura das escolas e a falta de recursos pedagógicos. “Para melhorar, teríamos que partir do ponto que está bom. Mas esta não é a realidade. As escolas que temos estão antiquadas, faltando mobiliário, equipamentos digitais, bibliotecas e professores com formação específica para a educação especial. Essa negligência tem consequências. Isso significa que milhares de crianças em nossa cidade estão tendo negada a chance de construir seu futuro”.
Rose Modesto avalia que prioridade é zerar fila das EMEIs E implantar programa para melhorar resultado do Ideb
Filas zeradas nas EMEIS e maior investimento na capacitação de pessoal integram as propostas da candidata Rose Modesto, pelo União Brasil.
Qual é a proposta da candidatura para a Educação em Campo Grande?
“Para concluir as EMEIs paradas vamos investir cerca de R$ 30 milhões. O orçamento da educação é de R$ 1,4 bilhões, a folha consome R$, R$ 1,1 bilhões, temos R$ 300 milhões para custeio e investimentos. No FNDE e no Novo PAC, vamos buscar R$ 54 milhões para construir 10 novas EMEIs. Também vamos levantar a situação das 166 salas em construção e fazer convênio com o Estado, se necessário, para transferir turmas do 9º ano para acomodar turmas do G4 e G5 das EMEIs nas escolas. Assim, zeramos essa fila”.
Rose Modesto também aponta que é preciso elevar a quantidade de escolas de tempo integral. “Vamos ampliar as escolas de ensino integral e, com o Programa Inova Escola, concluir reformas, ampliações e modernizar o ambiente de aprendizado, utilizando equipamentos, laboratórios e instalando ar-condicionado e internet de qualidade nas escolas”.
A candidata revela que pretende implantar o Programa Escola que Abraça, que “visa promover práticas de ensino inclusivo, capacitando profissionais e atendendo estudantes de diversas necessidades”. Ela também aposta no “aumento do patrulhamento ostensivo da Guarda Civil Metropolitana no entorno dos colégios e instalar câmeras de monitoramento de segurança”.
Para o atendimento aos educandos, a candidata promete contratar um “psicopedagogo por escola para apoiar estudantes com dificuldades de aprendizagem; retornar os processos seletivos para a função de coordenação pedagógica e convocar professores aprovados em concurso”.
Visando o combate às múltiplas faces da violências, a candidata afirma que pretende implantar o Programa Querida Escola, para “prevenção à violência, combate ao bulliyng, abuso sexual e à pedofilia. O projeto inclui ainda eventos culturais e esportivos para levar alegria às escolas”.
Como melhorar os índices do Ideb, que tiveram queda nos últimos anos?
Para a candidata Rose Modesto, é preciso recuperar a aprendizagem. “Vamos implantar o ReeducaCG, um grande programa de recuperação da aprendizagem, com plataforma online de avaliação de estudantes, formação continuada para professores, aulas de reforço escolar e valorização de todo o quadro de profissionais do ensino municipal. Precisamos também por a tecnologia e a inovação a serviço da educação, com a volta e a modernização dos laboratórios de inovação e tecnologia”.
“Campo Grande vem tendo sucessivos fracassos no IDEB e isso significa que gerações podem ter oportunidades futuras comprometidas. É preciso recuperar o tempo perdido. Ao mesmo tempo, vamos atuar com a qualificação profissional e melhorar as condições de trabalho dos professores e demais quadros da equipe da educação”.
Qual análise a candidatura faz sobre a Educação na cidade hoje?
Na avaliação de Rose Modesto, os “educadores não têm condições básicas de trabalho, ganham mal e ainda sofrem com escolas sem infraestrutura adequada. Já os estudantes recebem uniformes e de kits escolares atrasados e de má qualidade, coisa que, na nossa gestão, irá acabar, com planejamento e equipe técnica”.
Beto Pereira quer servidores valorizados e educação infantil como prioridade
A formação profissional continuada, a educação infantil como prioridade e melhoria da infraestrutura escolar estão na base das propostas do deputado federal Beto Pereira (PSDB) para a prefeitura.
Qual é a proposta da candidatura para a educação em Campo Grande?
“Entre minhas propostas estão políticas de formação continuada e programas específicos para o desenvolvimento de competências e habilidades dos gestores escolares. Também destaco o fortalecimento da gestão democrática nas escolas, envolvendo toda a comunidade escolar nas decisões, com o objetivo de aumentar a transparência e a colaboração”.
Sobre a educação infantil, o candidato afirmou que será prioridade, “com a ampliação do atendimento e a criação de uma política clara e consistente voltada para a primeira infância”.
O candidato afirma que vai “garantir que todos os alunos sejam alfabetizados no início de sua trajetória escolar, além de elevar o Ideb com ações focadas na melhoria do ensino-aprendizagem e na redução da reprovação e do abandono escolar. Vamos zerar a fila de espera nas EMEIs de todas as regiões e estimular a frequência escolar de todos os alunos matriculados”.
Beto Pereira explicou que a “infraestrutura escolar também será objeto de atenção, com a proposta de ofertar escolas dignas, com tecnologia de ponta e manutenção adequada”.
De acordo com o candidato, se eleito, a Semed vai passar por uma reestruturação, com objetivo de atender a comunidade escolar. “A conectividade digital será outro marco de minha administração. Quero implantar internet de alta velocidade em todas as escolas, urbanas e rurais, além de equipar as salas com laboratórios, computadores e lousas digitais. A tecnologia será uma aliada na aprendizagem, com ênfase em atividades de robótica e no uso de tablets e outros dispositivos”.
O deputado explica que está entre os objetivos de uma futura gestão a ampliação das escolas de tempo integral e a criação de mecanismos de diagnóstico para alunos que necessitam de atendimento educacional especializado. O candidato também enfatizou que não pretende investir na terceirização ou privatização da educação.
Como melhorar os índices do Ideb, que tiveram queda nos últimos anos?
Na avaliação de Beto Pereira, os resultados do Ideb resultam da falta de políticas públicas voltadas para a educação. “Campo Grande continua com notas abaixo da média nacional no que se refere ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Nos últimos dez anos, a capital não conseguiu atingir a meta de eficiência proposta pelo Ministério da Educação. Desde 2015, a Capital mantém-se aquém das metas do MEC. O resultado negativo é fruto da ausência de políticas públicas para a educação campo-grandense.
Não há a implantação de políticas públicas voltadas à educação em tempo integral, não se valoriza os professores, não há recomposição da aprendizagem e alfabetização, bem como, reformas e ampliações das unidades escolares. Isso tudo influi na piora das condições pedagógicas, tecnológicas e estruturais para a aprendizagem”.
O candidato também explicou que é preciso reforço na educação infantil como forma de garantir bons resultados no Ideb. “É na educação infantil que se formam as bases da educação. As prefeituras são prioritariamente responsáveis por esta etapa, composta por creche e pré-escola, e os anos iniciais do ensino fundamental (1.º ao 5.º ano). Campo Grande está em 17.ª entre as capitais no novo índice de alfabetização do MEC, divulgado em maio. Só 41,6% das crianças do 2.º ano sabem ler e escrever, abaixo da meta prevista pelo MEC (44,3%)”, criticou.
Beto Pereira lembrou do período em que esteve à frente da prefeitura de Terenos, entre 2005 a 2012, e explicou o método de monitoramento do Ideb. “Aumentei paulatinamente, a cada checagem bianual, o resultado do Ideb municipal. Para se ter uma ideia, em 2012 o município obteve nota 6,5, meta estabelecida pelo MEC para Terenos para o ano de 2021. Isso foi fruto de investimentos na infraestrutura, nos professores e nos alunos”.
Qual análise a candidatura faz sobre a educação na cidade hoje?
“Campo Grande tem 130.000 crianças em idade escolar. Todas estão na escola, estudando, fazendo esportes, se divertindo, aprendendo com arte e cultura? Infelizmente não. Mais da metade das crianças campo-grandenses não sabe ler, nem escrever. Eu não aceito esta conversa fiada de que a culpa é dos professores, porque eles fazem o melhor que podem com as condições de trabalho que lhes são oferecidas. O gráfico de alfabetização do Ministério da Educação deste ano mostra que Campo Grande apresenta um dos piores índices de educação entre as capitais”.
Jorge Batista (PCO) não foi localizado pelo O Jacaré.
Desafios de Campo Grande e propostas:
O Jacaré realiza uma série de reportagens especiais sobre os Desafios de Campo Grande para a próxima prefeita ou prefeito. E no dia seguinte, as propostas. Neste sábado, as propostas para a educação. A série está com os links abaixo: