Com cerca de 68 mil pessoas esperando por consulta médica, exame ou cirurgia eletiva, a Prefeitura de Campo Grande afirma que vem tomando uma série de medidas para a redução da fila de espera que fazem parte de um plano de ação da Secretaria Municipal de Saúde. A Sesau adotou o que chama de “higienização” das filas, em que reavalia a situação dos pacientes que aguardam há mais de 18 meses.
Além disso, a prefeitura explica que a superlotação do Pronto Socorro da Santa Casa ocorre devido ao aumento dos casos graves e, consequentemente, no maior período de internação das vítimas. Isso porque não houve aumento no encaminhamento de pacientes por parte da regulação, a média gira em torno de 100 encaminhamentos em 24 horas.
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Em nota enviada a O Jacaré, o Paço Municipal também destaca que, nas últimas semanas, houve um “aumento expressivo” de atendimento nas unidades de Pronto Atendimento, em virtude dos sintomas gastrointestinais (diarreia, vômito, dor no estômago).
O plano de “higienização” das filas consiste na recomendação da regulação à Unidade de Saúde (onde originou o pedido) que faça a reavaliação deste paciente para ser avaliada a necessidade de reclassificá-lo na espera.
Outra ação da Secretaria de Saúde foi “a melhora na política de overbooking” juntamente com a política de combate às faltas de pacientes aos compromissos médicos marcados.
“A Sesau entra em contato por telefone (mensagem e ligação) com o paciente que tem uma consulta, cirurgia ou exames marcados nas 72 horas que antecedem esse agendamento, com o intuito de confirmar a presença; os contatos são feitos até 24 horas antes, em dias e horas alternados para dar chance ao paciente de atender ao chamado”, diz a nota da prefeitura.
“A pedido da secretaria, a área de tecnologia está em tratativas com as operadoras de telefonia para que os números da SESAU passem a ter identificadores de chamada, com isso, a secretaria acredita que ao reconhecer o número, o cidadão possa aceitar mais facilmente a mensagem”, complementa.
Superlotação
A Prefeitura de Campo Grande cita o projeto de construção do Hospital Municipal, que prevê 259 leitos, como medida para reduzir as longas filas e desafogar as unidades de saúde da Capital.
O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) saiu da rede de urgência e emergência pelas regras de habilitação referente a entrada de pacientes que não fazem parte das referências exclusivas. Desta forma, o hospital não tem mais Pronto Socorro e os pacientes são encaminhados direto ao leito. A Sesau informa que a média de pacientes recebidos na unidade é de 20 pessoas por dia.
Em relação ao Hospital Regional (HRMS), o Governo do Estado optou em realizar a regulação desde 1º de setembro e, segundo a Sesau, houve diminuição dos aceites no local. Antes eram 30 pacientes ao dia, agora está em torno de 10, diz a Secretaria de Saúde. O município afirma que continua avaliando o impacto da mudança.
Agonia sem fim
Cerca de 68 mil pessoas estão na fila esperando por consulta médica, exame ou cirurgia eletiva em
Campo Grande, segundo cinco ações civis públicas protocoladas neste ano pelo Ministério Público Estadual.
A maior demanda é por exames mais complexos, 25.727 doentes aguardam por tomografia (2.921), ressonância magnética com sedação (1.389), radiografia simples (6.196), eletroneuromiografia (1.145) e ressonância magnética (13.356). Na área de ortopedia são 16,5 mil pacientes.
Auditoria da CGU (Controladoria-Geral da União) na Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande encontrou 51.343 pacientes na fila de espera por exames, consultas e cirurgias. O tempo de espera chega, em média, a 1.049 dias. De acordo com o órgão federal, o tempo de espera pelo cateterismo pode chegar de 153 a 988 (mais de dois anos e meio).
Os hospitais Regional de Mato Grosso do Sul e Universitário iniciaram um movimento para sair do sistema municipal. A consequência é a superlotação das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e CRSs (Centros Regionais de Saúde), que funcionam 24 horas e improvisam leitos para manter pacientes em estado grave a espera de vaga nos hospitais.
Leia a nota completa da Prefeitura de Campo Grande:
A Secretaria Municipal de Saúde informa que vem tomando uma série de medidas, antes mesmo do relatório citado, para a redução da fila de espera, e desde então criou um plano de ação. A Sesau adotou a chamada “higienização” das filas, em que reavalia a situação dos pacientes com mais de 18 meses na fila de espera por exames, consultas e cirurgias. Com isso, a regulação recomenda à Unidade de Saúde (onde originou o pedido) que faça a reavaliação deste paciente para ser avaliada a necessidade de reclassificá-lo na espera.
Este plano foi inclusive apresentado à Comissão Intergestores Bipartite (integrada pela SES e SESAU).
Outra ação da secretaria municipal foi a melhora na política de overbooking juntamente com a política de combate ao absenteísmo (ausência). A Sesau entra em contato por telefone (mensagem e ligação) com o paciente que tem uma consulta, cirurgia ou exames marcados nas 72 horas que antecedem esse agendamento, com o intuito de confirmar a presença; os contatos são feitos até 24 horas antes, em dias e horas alternados para dar chance ao paciente de atender ao chamado.
A pedido da secretaria, a área de tecnologia está em tratativas com as operadoras de telefonia para que os números da SESAU passem a ter identificadores de chamada, com isso, a secretaria acredita que ao reconhecer o número, o cidadão possa aceitar mais facilmente a mensagem.
A Prefeitura de Campo Grande lançou o projeto de construção do Hospital Municipal, que prevê 259 leitos. Sobre a superlotação do Pronto Socorro da Santa Casa, não houve aumento de encaminhamento de pacientes por parte da regulação, a média gira em torno de 100 encaminhamentos em 24 horas, porém a gravidade dos casos aumentou, o que está refletindo no maior tempo de hospitalização.
Ainda sobre o HUMAP ter saído da rede de urgência e emergência, trata-se apenas de uma habilitação referente a entrada de pacientes que não fazem parte das referências exclusivas, portanto o hospital não tem mais Pronto Socorro e os pacientes são encaminhados direto ao leito, mas o que a Sesau observa é que a média de paciente recebido neste hospital também mantém a média, que é de 20 pacientes/dia.
Em relação ao HRMS, o Governo do Estado optou em realizar a regulação do hospital desde 1º de setembro e, segundo a Sesau, já é possível perceber uma diminuição dos aceites a este hospital, antes eram 30 pacientes ao dia, agora está em torno de 10; a Sesau continua avaliando o impacto. No entanto, é importante ressaltar que nas últimas semanas houve um aumento expressivo de atendimento nas unidades de Pronto Atendimento, em virtude dos sintomas gastrointestinais (diarreia, vômito, dor no estômago).
Atenciosamente
Comunicação Social
Prefeitura Municipal de Campo Grande