Dos oito candidatos a prefeito de Campo Grande, cinco apresentaram propostas para solucionar o caos na saúde, problema de décadas, drama para pacientes da rede pública sucateada e para 68 mil pacientes na fila da dor e da vergonha. As soluções vão desde a realização de mutirões, auditoria na fila, central de compras na Secretaria de Saúde, criar fábrica de remédios, construir o hospital municipal e criar centros de diagnósticos regionais.
Líder nas pesquisas, a ex-superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil) propõe uma auditoria para verificar quem ainda está aguardando por consultas, exames e cirurgias e realizar mutirões para zerar a longa espera.
Desafios de Campo Grande e propostas:
Fila de 68 mil, espera de 12 anos, falta de leitos … doentes apelam a fé para sobreviver ao caos
Enigma desde anos 60, esvaziamento do Centro vira problema sem solução à vista e gargalo
Candidatos prometem “reinventar” e até brigar por “redução” de aluguéis no Centro da Capital
“Esse é um problema para ser enfrentado com soluções a curto, médio e longo prazo. E é o que propomos com o programa ‘Pra Frente Saúde. A curto prazo, vamos auditar as filas e verificar quem já foi atendido e quem ficou para trás. A imprensa tem noticiado o caos nessa fila e precisa por ordem nisso”, afirmou a candidata.
Já o cientista político Luso Queiroz (PSOL) quer destinar R$ 50 milhões no primeiro ano de mandato para resolver a fila de espera por exames, consultas e cirurgias eletivas. Ele sinaliza que atender todo mundo em 365 dias.
Candidata à reeleição, Adriane Lopes (PP) se exime do problema e culpa a pandemia da covid-19 pela demanda reprimida. “A chamada demanda reprimida é um problema crônico que foi agravada por conta da pandemia, afetando não só Campo Grande, mas todas as capitais do país”, afirmou.
“Há décadas não se vê um importante investimento para atacar de maneira efetiva este problema em nossa cidade. E nestes dois anos em que estou à frente da gestão, estamos propondo soluções para atender esta necessidade. Já alcançamos avanços significativos, com a realização de mutirões, novos convênios e a implantação da Telessaúde, que tem facilitado o acesso a atendimentos especializados, ajudando a reduzir a longa espera com o uso da tecnologia”, disse, prometendo manter o atual modelo.
O deputado federal Beto Pereira (PSDB) propõe solucionar o problema da fila com gestão eficiente de recursos e implementação de inovações tecnológicas. “A solução para a fila de espera na saúde pública municipal, especialmente em um cenário como o de Campo Grande, que tem mais de 50 mil pessoas aguardando consultas, exames e cirurgias eletivas, exige uma abordagem multifacetada, envolvendo desde a gestão eficiente de recursos até a implementação de inovações tecnológicas”, afirmou o tucano.
Ele defende a adoção da Telemedicina e mutirões para contemplar os milhares de pacientes que aguardam por consulta, exame e cirurgia há mais de uma década na rede pública.
A deputada federal Camila Jara (PT) vai reestruturar o sistema de regulação de consultas para agilizar as marcações e resolver o problema da demora. “Vamos criar os Centros de Diagnóstico Avançado, um para cada região da cidade (aproximadamente um para cada 140 mil habitantes), com exames complementares (Laboratoriais, Ultrassonografia, Radiografia, Tomografia Computadorizada, Eletrocardiograma, Ecocardiograma, Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial, Atendimento Psicoterapêutico, Fisioterapia e reabilitação, especialmente de pacientes crônicos)”, explicou.
Outros problemas
Os candidatos também apresentaram propostas para solucionar a falta de remédios nos postos de saúde. Rose defende a central de compras só para a Sesau, a pasta da saúde. Luso quer implementar uma indústria de medicamentos, como existe em São Paulo.
“A falta de medicamentos nos postos de saúde é inaceitável. A solução para este problema envolve uma combinação de gestão eficiente, planejamento estratégico, uso de tecnologias e estabelecimento de parcerias. No entanto, não podemos conviver com um orçamento de R$ 2 bilhões e faltar dipirona no postinho. Falta de medicamentos e insumos é reflexo da falta de gestão. Dinheiro tem”, detonou Beto Pereira.
No cargo há dois anos, Adriane se defendeu e afirmou que já conseguiu regularizar 93% do estoque de medicamentos nas unidades de saúde.
“Vamos criar um programa municipal de gestão eficiente de medicamentos, com foco na logística de distribuição para garantir que os postos estejam sempre abastecidos”, propõe Camila.
A falta de leitos também teve propostas diversificadas para solucionar o problema. Rose quer recorrer a estrutura dos hospitais públicos e filantrópicos para ampliar o número de leitos. Luso defende um hospital totalmente público e na região central, enquanto Adriane defende o atual modelo, que está sendo licitado para ser construído no Bairro Chácara Cachoeira.
“Não adianta construir novas estruturas se o que já temos está sucateado. Recuperar a rede de assistência em saúde será prioridade pra mim, será meu primeiro passo e paralelamente desenhar o perfil assistencial do novo hospital municipal de 250 leitos”, avaliou o tucano.
Confira a proposta dos candidatos conforme a ordem da resposta encaminhada desde sexta-feira (6).
Rose propõe auditoria e mutirões para zerar fila na saúde
Como resolver a demanda da fila por consultas, exames e cirurgia eletiva?
Esse é um problema para ser enfrentado com soluções a curto, médio e longo prazo. E é o que propomos com o programa ‘Pra Frente Saúde. A curto prazo, vamos auditar as filas e verificar quem já foi atendido e quem ficou para trás. A imprensa tem noticiado o caos nessa fila e precisa por ordem nisso.
Em seguida, vamos repactuar para ampliar leitos nos hospitais conveniados. E buscar recursos do Ministério da Saúde para pacotes de cirurgias eletivas. Paralelamente, vamos voltar com os mutirões para consultas e exames com médicos da rede.
Vamos ampliar também os envios de mensagens de whatsapp para ajudar na redução de faltas nas consultas e exames. Esse sistema lembra o paciente da data do atendimento e envia instruções importantes. Em outros estados, essa simples medida tem reduzido em até 40 % o índice de faltas no atendimento e resultado em economia dos recursos públicos.
A médio prazo, vamos ampliar a telemedicina para consultas com especialistas. Na primeira etapa, implantar 14 pontos de atendimento em USFs nas sete regiões. A consulta com o especialista terá o acompanhamento de um médico da USF e isso permitirá que esse profissional, geralmente recém-formado, adquira mais conhecimento na interação com o especialista. Assim, a gente melhora a resolutividade na atenção básica, amplia o matriciamento e freia o aumento da lotação das Upas, porta de entrada da rede, .
E, a longo prazo, vamos construir o Hospital Municipal. Para executar o “Pra Frente Saúde”, vamos precisar dos três entes. Afinal, a saúde não pode esperar e é responsabilidade de todos.
Falta de medicamentos nos postos, como resolver?
Não dá pra fazer as coisas do mesmo jeito e esperar resultados diferentes. Hoje, existe uma central de compras onde são feitas todas as compras da prefeitura, como papel, remédio, clips, etc. Precisamos descentralizar esse processo.
Com a Central de Compras na SESAU, vamos agilizar as compras de remédios e insumos e resolver de vez esse problema. Também vamos implantar um sistema mais moderno de controle de almoxarifado, que indique, com antecedência, quando os estoques de remédio baixarem para que sejam imediatamente providenciadas as compras. Isso é uma questão de gestão.
Falta de leitos em hospitais, como resolver?
Precisamos repactuar os contratos com a rede pública e filantrópica da cidade, além de buscar aumento de teto no Ministério da Saúde para a rede local, e, assim, ampliar leitos hospitalares e atendimentos ambulatoriais nos hospitais públicos e filantrópicos. Há também recursos no Programa de Cirurgias Eletivas, no Ministério da Saúde. Com projetos técnicos bem embasados e determinação, vamos conseguir viabilizar esses recursos e mudar essa triste realidade.
Mas, só isso não basta. Precisamos agir em outras frentes também. Por exemplo, doentes crônicos – hipertenso, diabético, cardiopata – estão entre os que mais contribuem com a superlotação dos hospitais. Em média, esses pacientes ocupam leitos por mais tempo que o trauma. Um remédio de uso continuo para hipertensão, por exemplo, custa centavos para o poder público. E os custos para internação são muito maiores. Investindo na atenção básica, na promoção e na prevenção da saúde podemos ajudar a reduzir a superlotação nos hospitais. Então, é ajudar esses pacientes de doenças crônicas a manterem a rotina de cuidados para não entrarem em crise. Para isso, vamos investir em qualificação para as equipes de saúde da família e melhorar as condições de trabalho desses servidores e modernizar as ferramentas de gestão da saúde. Assim, vamos fortalecer a prevenção e evitar que a população adoeça.
Luso propõe R$ 50 milhões para zerar fila, indústria de medicamentos e hospital municipal no Centro
Como vai resolver a fila de espera com mais de 50 mil pessoas aguardando por consulta, exame e cirurgia eletiva?
No primeiro ano de mandato destinaremos R$ 50 milhões do orçamento municipal para realização de cirurgias eletivas, inclusive as judicializadas.
Como resolver a falta de medicamentos nos postos?
Criaremos em parceria com o Ministério da Saúde e Universidade Federal, a Indústria Municipal de Medicamentos, ao exemplo da Fundação para o Remédio Popular (Furp), de São Paulo. Todos os remédios simples de patente livre serão produzidos em Campo Grande e distribuídos para rede de saúde pública municipal.
Como solucionar a falta de leitoa em hospitais?
Desde de 2008 o PSOL defende a criação do Hospital Municipal, ele será construído na Região Central para melhor atender na logística dos munícipes, com verba 100% pública e a administração da SESAU, terá anexos nos bairros populosos, uma ala geriátrica e desenvolvimento científico na gerontologia, porque o Brasil está envelhecendo.
Adriane Lopes diz que já realiza mutirões para zerar fila e construirá hospital municipal
Como vai resolver a fila de espera com mais de 50 mil pessoas aguardando por consulta, exame e cirurgia eletiva?
Oportunizar o acesso de forma adequada a exames, consultas e cirurgias eletivas talvez seja um dos maiores desafios da saúde pública. A chamada demanda reprimida é um problema crônico que foi agravada por conta da pandemia, afetando não só Campo Grande, mas todas as capitais do país.
Há décadas não se vê um importante investimento para atacar de maneira efetiva este problema em nossa cidade. E nestes dois anos em que estou à frente da gestão, estamos propondo soluções para atender esta necessidade. Já alcançamos avanços significativos, com a realização de mutirões, novos convênios e a implantação da Telessaúde, que tem facilitado o acesso a atendimentos especializados, ajudando a reduzir a longa espera com o uso da tecnologia.
A ampliação deste serviço será prioridade na nossa gestão. Além disso, estamos propondo a construção não só de um hospital, mas de um complexo voltado à realização de exames e consultas especializadas para desafogar essa fila.
Também estamos focados em fortalecer a Atenção Primária, oportunizando o atendimento adequado aos pacientes com foco na prevenção, evitando o aumento de casos urgentes. Desta forma, conseguimos também reduzir esta demanda por atendimento especializado, exames e cirurgias.
Neste período em que estou à frente da gestão, conseguimos avanços significativos, sobretudo na ampliação da cobertura da assistência prestada à população. Hoje, Campo Grande é a capital do Centro-Oeste com melhor índice da Atenção Primária. E vamos avançar muito mais nos próximos quatro anos. Continuaremos a trabalhar incansavelmente para transformar o sistema de saúde e garantir que a população de Campo Grande tenha acesso a um atendimento de qualidade e humanizado.
Como resolver a falta de medicamentos nos postos?
A falta de medicamentos em Campo Grande era um problema crônico, mas estamos transformando essa realidade com soluções inovadoras e eficientes. Quando assumi a gestão em abril de 2022, enfrentamos um cenário pós-pandemia com preços inflacionados e escassez de matéria-prima, o que exigiu uma reorganização completa e revisão de contratos. Apesar das restrições financeiras severas, conseguimos cortar gastos e redirecionar recursos para áreas cruciais como a saúde.
Hoje, 93% do nosso estoque de medicamentos está regularizado, este é o melhor índice dos últimos 10 anos. Os itens que ainda faltam já estão em processo de compra e devem ser disponibilizados o mais breve possível. Mas, queremos ir além de manter nossas farmácias abastecidas.
Com o programa “Saúde Digital,” iremos informatizar o controle de estoque em todas as unidades de atendimento, o que irá facilitar a logística de previsão, dispensa e monitoramento de medicamentos. Isso inclui a implementação de consultas com farmacêuticos e parcerias com farmácias para a distribuição de medicamentos de alto custo.
Além disso, iremos fortalecer programas de acompanhamento e orientação para pacientes crônicos, usando inteligência artificial e análise de dados para detectar e orientar aqueles com maior probabilidade de desenvolver doenças crônicas no futuro. Esses avanços garantem um fornecimento contínuo de medicamentos essenciais e uma assistência de qualidade.
Como solucionar a falta de leitoa em hospitais?
Há mais de 20 anos, Campo Grande não vê a abertura significativa de novos leitos hospitalares, apesar de a população ter crescido de pouco mais de 600 mil para quase 900 mil habitantes. Nesse período, nenhum gestor enfrentou esse desafio de forma eficaz, mesmo com a cidade sendo referência em várias especialidades e atendendo pacientes de todo o estado e até de países vizinhos.
Esse cenário sobrecarrega ainda mais nossa rede de saúde, que precisa lidar com mais de 1,6 milhão de cartões SUS ativos – quase metade da população do estado depende dos nossos serviços. Esse aumento na demanda provoca um efeito cascata, impactando desde a necessidade de medicamentos até os insumos médicos.
Hoje, o município gasta R$ 40 milhões mensais contratualizando leitos com hospitais da rede conveniada, que também enfrentam limitações e sobrecarga. Para enfrentar essa demanda histórica e trazer uma solução definitiva, vamos construir o Hospital Municipal, um projeto que ficou parado por mais de 10 anos, e que hoje já é uma realidade.
O Hospital Municipal de Campo Grande será um complexo hospitalar moderno, construído no modelo “Built to Suit”, totalmente adaptado às necessidades da nossa cidade. A estrutura contará com um total de 259 leitos, com enfermaria, UTI, pronto atendimento, e salas de cirurgia. Além disso, o hospital oferecerá uma ampla gama de exames e especialidades, como cardiologia, neurologia, oftalmologia, pneumologia, entre outros.
Mas vamos além: o Complexo Hospitalar será também um Centro de Ensino e Pesquisa em saúde, tornando-se uma referência assistencial nos níveis secundário e terciário. Com capacidade para atender 1.500 pessoas por dia, essa nova estrutura não é apenas uma promessa; é uma transformação concreta que já está em andamento e será entregue à população, garantindo um atendimento de qualidade e resolvendo um problema que há décadas afeta nossa cidade.
Beto critica falta de dipirona com orçamento de R$ 2 bi e propõe mutirões para reduzir fila e eficiência para ampliar leitos
Como solucionar a fila de espera com mais de 50 mil pessoas aguardando por consulta, exame e cirurgia eletiva?
A solução para a fila de espera na saúde pública municipal, especialmente em um cenário como o de Campo Grande, que tem mais de 50 mil pessoas aguardando consultas, exames e cirurgias eletivas, exige uma abordagem multifacetada, envolvendo desde a gestão eficiente de recursos até a implementação de inovações tecnológicas.
1 – Eixo Atenção Primária (ampliação de equipes e extensão de horário de atendimento)
Alguns caminhos básicos podem ser traçados, como o fortalecimento da Atenção Primária à Saúde, que é o primeiro contato dos pacientes com o sistema de saúde e, quando bem estruturada, é capaz de resolver até 80% das demandas, evitando que os pacientes cheguem a estágios mais avançados de suas doenças, que necessitem de exames ou procedimentos mais complexos.
O aumento de equipes de saúde da família, o incentivo à medicina preventiva e a capacitação contínua de profissionais podem melhorar a resolutividade e diminuir a pressão sobre os serviços especializados. Estender o Horário de Atendimento da Atenção Primária, ao invés das unidades fecharem às 17h, vão fechar às 19 ou às 22h, ampliando o acesso da nossa gente para a atenção primária.
2 – Telemedicina (teleconsulta e telediagnóstico com especialidades médicas e não médicas, como psicologia e nutrição).
Há outros mecanismos, como os mutirões de saúde (que podem gerar resultados rápidos na redução das filas); o auxílio da telemedicina e telessaúde (que pode acelerar o processo de atendimento de consultas iniciais e de triagem); a melhoria da gestão de processos e agendamentos, com o uso de sistemas informatizados de regulação e agendamento; a ampliação de parcerias, integrando a rede pública com o setor privado e instituições filantrópicas; além da educação em saúde e participação comunitária, que é o investimento em campanhas de educação em saúde.
Muitas vezes, as filas se alongam devido à procura desnecessária por serviços de alta complexidade que poderiam ser resolvidos na atenção básica. Antes de qualquer coisa, no entanto, é preciso gestão competente e respeito com o dinheiro do cidadão. Atendendo a população perto de casa com a telemedicina e usando a internet a nosso favor.
Como resolver a falta de medicamentos nos postos?
A falta de medicamentos nos postos de saúde é inaceitável. A solução para este problema envolve uma combinação de gestão eficiente, planejamento estratégico, uso de tecnologias e estabelecimento de parcerias. No entanto, não podemos conviver com um orçamento de R$ 2 bilhões e faltar dipirona no postinho. Falta de medicamentos e insumos é reflexo da falta de gestão. Dinheiro tem.
Os recursos federais para este fim estão em dia. Nós vamos trabalhar com previsão, com estoque em reposição, com planejamento, para isso vamos informatizar os processos e não vai faltar remédios nem insumos para o pessoal da saúde trabalhar, nem para quem precisa. Vamos nos adequar completamente a nova lei de licitação (14.133), procurar compras via consórcio municipais (Capital não pode ser isolada dos demais municípios) e credenciar fornecedores para entrega.
Como solucionar a falta de leitos em hospitais?
Este desafio impacta diretamente a capacidade de atendimento de pacientes, especialmente em situações de emergência e em casos mais graves. Para sanar essa questão, é necessário adotar uma abordagem que vá além da simples expansão de leitos, envolvendo tanto investimentos estruturais quanto estratégicos na gestão e organização do sistema de saúde.
Um ponto crucial nesse processo, novamente, é o papel central da Atenção Primária à Saúde, que pode reduzir a demanda por leitos hospitalares ao prevenir complicações e internações desnecessárias. Estudos e experiências mostram que municípios que reforçam a APS conseguem evitar que muitos pacientes cheguem ao nível hospitalar.
Além disso, programas de saúde preventiva e acompanhamento de doenças crônicas (como hipertensão e diabetes) ajudam a evitar que essas condições se agravem e exijam internações. Outra medida é fortalecer o Serviço de Atenção Domiciliar, que atende pacientes em casa para fazer uma medicação, que se fosse realizada em uma unidade de saúde, ocuparia leitos. Ao garantir que a população tenha acesso a cuidados contínuos, é possível reduzir de maneira significativa a demanda por leitos hospitalares.
Embora a APS tenha um papel essencial na redução de internações, é inevitável que, em muitos casos, seja necessária a expansão direta da oferta de leitos. Sim, isso pode ser feito tanto por meio da construção de novos hospitais, mas principalmente por meio da reorganização dos espaços hospitalares existentes para aumentar a eficiência no uso dos leitos disponíveis.
Não adianta construir novas estruturas se o que já temos está sucateado. Recuperar a rede de assistência em saúde será prioridade pra mim, será meu primeiro passo e paralelamente desenhar o perfil assistencial do novo hospital municipal de 250 leitos.
Camila propõe mudar sistema de regulação para agilizar fila e implantar centros de diagnósticos nas regiões
Como resolver a fila de espera com mais de 50 mil pessoas aguardando consulta, exame e cirurgia eletiva?
Estamos propondo a reestruturação do sistema de regulação de consultas, exames e cirurgias eletivas para tornar os processos mais ágeis e eficientes.
Fortaleceremos a saúde com cobertura básica universal nas sete regiões. Nós temos poucas equipes de atendimento multidisciplinar na saúde da família. A cobertura é baixa, nós vamos aumentar as unidades de saúde e as equipes.
Vamos criar os Centros de Diagnóstico Avançado, um para cada região da cidade (aproximadamente 1 para cada 140 mil habitantes), com exames complementares (Laboratoriais, Ultrassonografia, Radiografia, Tomografia Computadorizada, Eletrocardiograma, Ecocardiograma, Monitoramento Ambulatorial da Pressão Arterial, Atendimento Psicoterapêutico, Fisioterapia e reabilitação, especialmente de pacientes crônicos); para a redução do tempo de resposta na realização de exames.
O grande problema é que a saúde de Campo Grande não consegue identificar a doença quando ela está começando e isso torna o diagnóstico muito demorado, o que aumenta as chances de um procedimento cirúrgico. Então, por isso, vamos investir na criação destes centros de diagnóstico nas sete regiões de Campo Grande.
Como solucionar a falta de medicamentos nos postos de saúde?
Com o fortalecimento da atenção básica, vamos garantir o fornecimento constante de medicamentos essenciais nas farmácias públicas. Vamos criar um programa municipal de gestão eficiente de medicamentos, com foco na logística de distribuição para garantir que os postos estejam sempre abastecidos.
O plano prevê a implementação de um controle digital do estoque e a centralização da distribuição para evitar desperdícios e rupturas no fornecimento. Além disso, queremos firmar parcerias com o Governo Federal para ampliar a aquisição de remédios e assegurar a entrega contínua à população.
Como resolver a falta de leitos em hospitais?
Além da estrutura dos Centros de Diagnósticos e investimento nos servidores públicos vamos dar continuidade na estruturação do Hospital Municipal de Campo Grande.
A gente sabe que a contratualização de leitos não funciona porque é o modelo que existe hoje em Campo Grande. Atualmente não se presta conta do dinheiro de como é feita essa contratualização. Precisamos de um complexo hospitalar para garantir esse atendimento.
É valido lembrar que para resolver a falta de leitos, vamos ampliar infraestrutura hospitalar através de investimentos em hospitais municipais e estaduais. Quando a gente sai da atenção básica, não se trata de responsabilidade apenas do município e, por isso, vamos sentar com o governador Eduardo Riedel, para chamá-lo à responsabilidade de ajudar a manter essa estrutura também.
Vamos garantir um modelo de gestão descentralizada dos atendimentos, com a ampliação de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e serviços de atenção básica, o que pode diminuir a sobrecarga dos hospitais e liberar mais leitos para casos graves.