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    No Divã Em Paris – Quando o vício mata o amor, persiste a monstruosidade

    Especial para O JacaréBy Especial para O Jacaré07/09/20243 Mins Read
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    Mário Pinheiro, de Paris – Ninguém jamais poderia imaginar que um casal unido há mais de 50 anos pela bênção matrimonial, vivendo a paz e na bonança dos filhos criados, que o acaso revelaria aos olhos do mundo a capacidade e a ingenuidade do ser humano, do homem, em afligir o mal a quem se “ama”. Era um casal normal como qualquer outro, vivia numa casa em Avinhon, no sul da França. Avinhon é a cidade famosa do lindo castelo papal.

    No final da tarde, o marido Dominique Pelicot, 71 anos, dava soníferos químicos misturado com água ao ponto de deixar inerte, desacordada a esposa. A perversão masculina é algo monstruoso. Ele chamava os clientes, homens de todos os tipos e idades para estuprar a mulher fora de si enquanto filmava as penetrações. O calvário de Gisele Pelicot teve duração de dez anos.

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    Dominique Pelicot foi preso quase por acaso. Um dia ele estava filmando as partes íntimas de mulheres portando saia no supermercado quando o vigia o surpreendeu e chamou a polícia. Enquanto estava preso, a polícia fez perquisição em sua casa e descobriu todos os vídeos gravados sobre os diversos estupros que datam de dez anos.

    Pela manhã, Gisele quase nunca se lembrava da noite anterior. Convocada na delegacia, as questões desfilaram se ela tinha consciência das coisas. Claro que não, dizia ela. As fotos nuas, os abusos sexuais enquanto seu corpo não respondia, a fez cair das nuvens. Ela somente teve consciência, a ficha caiu, ao assistir aos registros feitos pelo marido. As lágrimas desfilavam. O nó na garganta, o desamor e o dissabor se misturavam. 

    Seu grande amor era, na verdade, o grande perverso, um monstro, alguém que tinha tara em assistir a esposa sendo estuprada. O processo não exclui os homens que aceitaram o desafio de Dominique, eles também estão no banco dos réus, entre eles, de 26 a 74 anos, jornalista, bombeiro, polícia, pedreiro, padeiro, carteiro, banqueiro, a lista é longa.

    As exigências do marido eram: estacionar na rua adjacente, tirar a roupa na cozinha, não ter unhas grandes nem perfume e a chamada era feita pela internet. A reconstrução pós-monstruosidade não está garantida, mas Gisele não quis um processo privado. 

    Gisele era drogada a partir das cinco horas da tarde e oferecida a homens desconhecidos. Os três filhos do casal, Caroline, Florian e David, não conseguem entender que o pai era um depravado, doente sexual.

    A depravação não se resumia a esposa, ele fotografava as noras e também a filha enquanto dormiam. A investigação policial mostra que de 2011 a 2020, Gisele foi abusada por 72 homens, dos quais apenas 51 foram identificados. As fotos foram divulgadas na internet.

    Para a família estes fatos revelam um cataclisma. Gisele diz que foi sacrificada no altar do vício.  

    (*) Mário Pinheiro é jornalista pela UFMS, mestre em Sociologia da Comunicação, filósofo e doutor em Ciências Políticas ambos por Dauphine, Paris. Ele escreve aos sábados.

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