Fechou o tempo ontem à noite, quinta-feira (25), na sede do PSDB, contra o Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul, onde os tucanos homologaram a candidatura do deputado federal Beto Pereira a prefeito de Campo Grande. A cúpula do partido chamou de “fajuta” e que o presidente da corte fiscal, Jerson Domingos, “politizou” a lista em que o nome de Beto aparece como eventual inelegível nas próximas eleições por ter as contas reprovadas no período que foi prefeito da cidade de Terenos.
O partido, que é federado ao Cidadania, anunciou que ao menos sete legendas vão apoiá-lo no pleito que define o nome do ou da prefeita de Campo Grande, em outubro.
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Em discurso, logo depois dos votos que decidiram pela homologação de sua candidatura, Beto disse que pretende “reestruturar” a prefeitura, pontuou que as atenções ao setor da saúde, devem ser sua prioridade. O evento da convenção foi apoiado por ao menos 400 pessoas, segundo a organização.
O tucano disse ainda que uma de suas missões é a de “destronar” o ex-prefeito da cidade, André Puccinelli, do MDB, seu aliado, tido, segundo ele, até agora como “o melhor prefeito que Campo Grande já teve”.
“Eu vou ser o melhor prefeito desta cidade. Até porque tenho ao meu lado o melhor que já administrou esta Capital [Puccinelli]”, bradou o deputado federal.
Os ataques ao TCE
O primeiro a demonstrar ira contra a relação divulgada semana passada pelo TCE que exibe os nomes de políticos que, em tese, não podem concorrer a mandatos políticos por ter as contas reprovadas em período que administraram algum setor público, foi o ex-governador Reinaldo Azambuja, o presidente regional do PSDB.
“Lista fajuta”, repetiu seguidas vezes Azambuja, em discurso na convenção dos tucanos.
Para ele, a “politização da lista” fica evidente pelo fato de Beto ter disputado outras eleições depois de deixar a prefeitura e “nunca” ter sido incomodado pela justiça eleitoral. “Agora, aparece este relatório, esta lista fajuta”, protestou o chefe dos tucanos.
Depois de expirado o mandato de prefeito Beto venceu eleições em disputas por vaga na Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados.
Logo depois da fala de Azambuja foi a vez do candidato Beto Pereira reforçar o protesto. “Ninguém ganha da gente no tapetão. Se quiserem, só no voto. E eu serei o mais votado”, afirmou ele.
A lista, divulgada semana passada, já tinha causado um alvoroço entre os tucanos, que enxergaram a inclusão de Beto na chamada lista suja com “estranheza”.
No comunicado que irritou o PSDB, o presidente do TCE, conselheiro Jerson Domingos, afirmou que estava cumprindo o protocolo exigido a cada eleição, que é a de publicar a lista de todos os gestores públicos que tiveram as contas reprovadas pela corte fiscal. Cabe recurso. Ele disse que a ilegibilidade caberá ao Tribunal Regional Eleitoral.
E, pelos discursos durante a convenção, Beto Pereira “está bem tranquilo e certo que a relação negativa não vai atrapalhá-lo a concorrer à prefeitura”.
André vira exemplo a ser batido
Beto Pereira afirmou que a aposta do PSDB para vencer as eleições está focada na militância dos integrantes da legenda e nas parcerias fechadas com outras siglas e de políticos com nomes expressivos e que já comandaram prefeituras.
Ele citou André Puccinelli (ex-prefeito de Campo Grande, ex-deputado estadual e federal e ex-governador de MS pelo MDB), Reinaldo Azambuja (ex-prefeito de Maracaju e ex-governador), o senador Nelson Trad, do PSD e também o governador de MS, Eduardo Riedel, outro do PSDB, como seus “fortes aliados”.
Foram à convenção, Puccinelli, Azambuja e deputados federais como Geraldo Resende e Adalberto Nogueira. Trad e Riedel falaram por meio de vídeos exibidos no evento. Para o candidato, tais apoiadores o inspiram a vencer o pleito.
Cores de Bolsonaro
Reinaldo Azambuja, que normalmente aparece de azul em eventos políticos, segundo ele, foi à convenção vestido de camisa amarela, mesma cor da roupa do homologado candidato, Beto Pereira.
Azambuja disse que antes de sair de casa telefonou a uma amiga comentando sobre o traje para ir ao evento. Ele ia de azul. No entanto, a amiga logo o convenceu de vestir amarelo. Ele comentou isso ao lado de Beto, no discurso.
O amarelo agrada eleitores bolsonaristas. O movimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o mais inusitado e principal cabo eleitoral do tucano, é marcado pelo uso do verde e amarelo. O ex-ocupante do Palácio do Planalto sempre usa a camiseta da seleção brasileira.
Bolsonaro anunciou apoio a Beto Pereira. Tanto com PL, partido do ex-mandatário, deve indicar semana que vem o nome do vice tucano.
O PSDB, além de confirmar a candidatura de Beto, definiu o nome de 30 interessados em disputar vagas na Câmara dos Vereadores, integrada por 29 cadeiras.