O delegado da Receita Federal em Campo Grande, Zumilson Custódio da Silva, previu, em entrevista nesta quarta-feira (10), que a Operação Casa de Ouro, denominação da 3ª fase da Mineração de Ouro, terá “muitos desdobramentos” para identificar quem participou e se beneficiou do desvio de recursos públicos.
Já o advogado Ronaldo Franco negou que os endereços ou pessoas ligadas ao conselheiro Waldir Neves Barbosa, ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, estavam entre os alvos da ofensiva de hoje. “Não foi em nenhum endereço do Waldir Neves”, reforçou.
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A Polícia Federal, a Receita Federal e a CGU (Controladoria-Geral da União) investigam a existência de enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro por meio de aquisição de imóveis para mascarar o dinheiro desviado do Tribunal de Contas do Estado.
O suposto esquema estaria ligado ao conselheiro Waldir Neves Barbosa. No entanto, o conselheiro não foi alvo porque o ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça, teria negado o pedido da PF.
O delegado da Receita Federal não revelou o alvo, mas frisou que o objetivo é apurar a aquisição de imóveis com dinheiro desviado dos cofres públicos. A PF investiga um bem elaborado esquema para mascarar a origem do dinheiro usado nas transações.
Zumilson Custódio da Silva prevê que a Operação Casa de Ouro terá “muitos desdobramentos” para identificar quem se beneficiou do suposto esquema milionário de desvios de dinheiro do TCE.
Os mandados foram autorizados pelo STJ porque o conselheiro tem foro privilegiado. Waldir Neves está afastado da função desde 8 de dezembro de 2022. Ele também é monitorado por tornozeleira eletrônica.
O MPF denunciou Waldir Neves e Iran Coelho das Neves, também afastado, por corrupção no STJ, mas a denúncia ainda não foi analisada pela Corte Especial. A denúncia contra Ronaldo Chadid foi adiada sete vezes após relator votar pelo recebimento da ação penal.