A prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), elevou pela 3ª vez o valor do contrato firmado com a GC Obras de Pavimentação Asfáltica, investigada por peculato e organização criminosa na 3ª fase da Operação Tromper. Em apenas um ano, a progressista aumentou o total empenhado para a empresa em R$ 1,6 milhão – acréscimo de 22%.
O aditivo foi publicado nesta terça-feira (9) no Diário Oficial da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul). Conforme o extrato do contrato, houve acréscimo de R$ 470,6 mil, passando de R$ 8,128 milhões para R$ 8,884 milhões para a pavimentação de 15 ruas e avenidas do Bairro Ipacaray, em Sidrolândia.
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Inicialmente, conforme o resultado da concorrência realizada em 2022, a GC Obras pavimentaria o bairro por R$ 7,275 milhões. Em julho, a prefeitura reduziu o valor em R$ 890,1 mil, conforme o Portal da Transparência. No mês seguinte, em 16 de agosto de 2023, houve acréscimo de R$ 1,743 milhão. Novo aumento de R$ 284,7 mil em 26 de fevereiro deste ano.
E, no dia 26 do mês passado, 30 dias após o 2º incremento, Vanda Camilo amplia o repasse em mais R$ 470 mil. O aumento ocorre em meio ao maior escândalo de corrupção da história de Sidrolândia.
A GC Obras, de Cleiton Nonato Correia, foi alvo de cumprimento de mandado de busca e apreensão pelo GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e do Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado), também venceu a licitação de R$ 17,2 milhões para recapeamento das ruas de Sidrolândia. A maior parte do dinheiro será repassado pela Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos).
De acordo com o Gecoc, a empresa GC, de Cleiton, foi criada aproximadamente 80 dias após Claudinho Serra (PSDB) assumir como secretário municipal de Fazenda, nomeado pela sogra, a prefeita de Sidrolândia, no início de 2022.
Logo após a criação, a empresa venceu licitações e firmou contratos de pavimentação. Além dessa ligação entre Cleiton e Claudinho, Thiago Alves também seria um elo. Isso porque Thiago é ex-assessor de Claudinho Serra.
O vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), foi preso acusado de liderar a organização criminosa que desviou recursos públicos e fraudou licitações em Sidrolândia. Ele é genro da prefeita.
No fim de semana, o presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP), foi a Sidrolândia para tranquilizar a prefeita sobre a Operação Tromper. “Sei, por experiência própria, quanto é difícil. Basta assumir um cargo público para levar pedrada”, afirmou o deputado estadual.
Gerson foi preso por corrupção e peculato pelo desvio de R$ 7,3 milhões no Detran. Na ocasião, ele era presidente do órgão. Contudo, a Operação Antivírus acabou sendo um alento para o progressista, que acabou eleito deputado no ano seguinte, em 2018, e reeleito em 2022. E ainda eleito presidente da Assembleia.
Ou seja, ele deu esperança para Vanda de que não terá problemas na reeleição. Corrupção derrete a popularidade de políticos em outros estados, mas não em Mato Grosso do Sul. Beto Richa, por exemplo, perdeu o Senado no Paraná após ser preso.