A senadora Soraya Thronicke (Podemos) enviou R$ 8 milhões em emenda parlamentar para uma organização não-governamental do Rio de Janeiro, apesar de ter sido eleita por Mato Grosso do Sul. A ex-bolsonarista entrou no Top 5 de um grupo de deputados federais e senadores que esqueceram seus redutos eleitorais na hora de destinar vergas do Orçamento por meio de emendas, segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo deste domingo (24).
De acordo com o jornal paulista, Soraya destinou R$ 8 milhões para o Instituto de Desenvolvimento Socioambiental (IDS), do Rio de Janeiro. “A entidade trabalha com iniciativas de agricultura familiar. Desde 2021, já captou R$ 27 milhões com o governo federal, sendo parte por meio de emendas parlamentares”, informou o Estadão.
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Para justificar a emenda, Soraya afirmou que o objetivo é “ajudar agricultores familiares na ‘profissionalização e a comercialização de suas produções’”. Conforme a parlamentar, o IDS vai realizar feiras do produtor em cidades de Mato Grosso do Sul. Em 2023, a entidade realizou o evento em Naviraí (MS).
“A conduta, que se repete nos últimos anos, acaba prejudicando as regiões em que os políticos foram votados. Embora não seja ilegal, a prática faz com que as cidades do colégio eleitoral do parlamentar deixem de receber investimentos do governo federal para que o dinheiro seja destinado a local onde o parlamentar não atua”, pontuou o jornal paulista.
Levantamento feito pelo Estadão mostra que no Orçamento de 2024 deputados e senadores enviaram R$ 412 milhões para entidades, prefeituras e governos estaduais fora dos Estados onde foram eleitos. Dois deles chamam a atenção. O deputado Vinícius Gurgel (PL-AP) indicou 77% da verba que tinha disponível para emendas ao Orçamento para fora do Amapá.
Já o deputado Vicentinho (PT-SP) mandou a maior parte das emendas para São Paulo mesmo, mas uma parte da verba separou para três prefeituras nordestinas, regiões onde ele diz ter parentes. Ambos sustentam que a escolha que fizeram não é vedada por lei.