Prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), promoveu reajuste de 44,19% no próprio salário, que passa de R$ 25 mil para R$ 36 mil, e dos secretários municipais, de R$ 12 mil para R$ 17 mil. Já os demais servidores foram castigados com um reajuste de apenas 4,5%, o primeiro da atual gestão no município localizado a 70 quilômetros de Campo Grande.
O pior é que os vereadores da cidade, supostos representantes do povo, aprovaram a proposta da progressista. O Simprems (Sindicato dos Profissionais da Rede de Ensino Municipal da Educação Básica de Sidrolândia) postou nota nas redes sociais para expor a indignação contra a atual chefe do Poder Executivo.
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De acordo com a entidade, Vanda decidiu punir ainda mais os professores temporários, que tiveram os salários congelados. “Sim isso mesmo, 0% reajuste aos professores convocados, 4,5% aos efetivos e 45% PARA GESTÃO!”, lamentou o sindicato, que representa os professores das escolas públicas municipais de Sidrolândia.
Apena dois vereadores foram contra o reajuste de 44,19% nos salários da prefeita e dos secretários municipais, Enelvo Júnior (PSDB) e Cristina Fiúza (MDB). Dos 15 vereadores de Sidrolândia, 11 votaram a favor do aumento exorbitante para Vanda Camilo. O presidente, Gringo (PP), não vota e José Ademir Gabardo (PSDB) estava de atestado.
Confira quem votou a favor do aumento de 44,19% nos salários da prefeita e dos secretários
- Adavilton Brandão (MDB)
- Claesio Lechner (PSD)
- Cledinaldo Marcelino Cotócio (PP)
- Cleyton Martins Teixeira (PSB)
- Elieu da Silva Vaz (PSB)
- Gilson Galdino (REDE)
- Itamar de Souza Silva (PP)
- Izaqueu de Souza Diniz (PATRIOTA)
- Joana Michalski (PSB)
- Juscinei Claro Dino (PP)
- Valdecir José Carnevalli (PSDB)
“Era um reajuste desnecessário, já que os servidores e os professores só tiveram reajuste de 4,5%”, lamentou Enelvo Júnior. Ele ainda citou a crise enfrentada pela prefeitura, que não consegue garantir remédios nos postos de saúde e obriga os estudantes a tomar água quente para enfrentar uma das maiores ondas de calor da história da humanidade.
“É uma falta de respeito com a população”, criticou o tucano. “Ela optou por dar migalhas para a população, é injusto”, condenou.
Na mesma linha seguiu a vereadora do MDB. “Fui contra porque como os servidores públicos não tiveram reajuste ano passado e agora terão abaixo dos índices da inflação, a prefeita também teria que ter um aumento proporcional ao que ela proporciona ao funcionalismo”, criticou Cristina Fiúza.
Enquanto os professores vão ser obrigados a sobreviver com o reajuste de 0%, no caso dos convocados, a 4,5% em duas parcelas, Vanda Camilo não vai ter do que reclamar em caso de reeleição. O seu salário vai saltar dos atuais R$ 25 mil para R$ 36.047,79 em janeiro de 2025, enquanto o dos secretários municipais vai passar de R$ 12 mil para R$ 17.302,94.
“Se existe contenção de gastos para não pagar hora extra aos vigias, para não fazer a reforma do Plano de Cargos e Carreiras dos Administrativos, para não dar reajustes de ganho real. Por que não existe contenção de gastos para reajustar o salário da Prefeita e de seus Secretários?”, questionou o sindicato.
“A DESCULPA NO ANO PASSADO PARA 0% DE REAJUSTE FOI QUE NÃO HAVIA DINHEIRO PARA PAGAR REAJUSTE, MAS PARA AUMENTAR R$ 11.000,00 NO SALÁRIO DA PREFEITA PODE NÉ?”, detonou o Simprems.
Não é a primeira polêmica envolvendo Vanda Camilo. Até o ano passado, ela garantiu o cargo de secretário de Fazenda para o genro, o atual vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB).
O único hospital da cidade, beneficente, vive as turras com a chefe do Executivo. No mês passado, mulheres eram obrigadas a fazer cesárea porque não havia parto normal em Sidrolândia.
Pelo noticiário, a prefeita e os secretários são os únicos que não têm motivos para reclamar em Sidrolândia. Os únicos a não enfrentar crise.