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    Opinião

    No Divã Em Paris – A exclusão da mulher na escultura e o vilão Rodin

    Edivaldo BitencourtBy Edivaldo Bitencourt16/12/20233 Mins Read
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    Mário Pinheiro, de Paris

    No início do século XX, Paris era o local mais procurado e apropriado com escolas de arte e escultura, a Meca dos artistas, recebia alunos de toda a Europa e dos Estados Unidos, mas era um mundo dominado pelo homem. A mulher escultora conquista, pela arte, brio e inteligência, um mundo que não era o seu.

    O sexismo e o machismo sempre executaram seus papéis ao diminuir e excluir a capacidade feminina, paradoxalmente se aproveitando delas ao mesmo tempo. Havia também escola de artes dirigida por mulher e endereçada para mulheres. No entanto, havia também aqueles com nome respeitado na praça como Alfred Boucher e Augusto Rodin.

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    Outras personagens importantes no campo da arte estiveram em Paris, é o caso de Michelle Perrot, Ottilie McLaren, Berthe Morisot, Mary Cassatt, Suzanne Valadon e Gwen John. Mas o caso que chama atenção é Camille Claudel. A jovem Claudel nasceu artista, escultora nata.

    Ela começa a esculpir no interior da França, mas para obter o status do reconhecimento, do aperfeiçoamento, se inscreve numa escola de artes em Paris, orientada pelo artista Alfred Boucher. Mas Boucher parte pra Roma e encomenda Claudel a Rodin. Artista superdotada, a jovem se encantou com o mestre Augusto Rodin e vice-versa.

    Ele tinha vários alunos e dispensou todos para ser o professor exclusivo de Claudel. Devemos perguntar qual era o interesse do “mestre” na jovem que transbordava talento, porque Rodin era o tipo que prometia mundos e fundos às aprendizes, bordava a teia de interesses sexuais ao prometer, a cada uma de suas amantes, que se separaria da esposa.

    E Rodin tinha segundas intenções com Camille Claudel. Ela, moça do interior apostando tudo na carreira de artista, se deixa enlaçar pela rede de promessas e mentiras do professor. Se fosse hoje Rodin estaria preso.

    Ela possuía, talvez, mais capacidade artística, leveza, interpretação, finalização, fineza e sensualidade nas obras que produzia. Claudel e Rodin passaram a viver de escultura, obras de arte e sexo. O pior de tudo é que a esposa de Rodin sabia de tudo, da existência de Claudel, de sua juventude remanescente, e levava a situação em banho maria.

    Algumas obras de Claudel foram assinadas por Rodin como se fosse ele o autor. No jargão policial, foram surrupiadas. Claudel vivia das promessas vazias de Rodin que dizia sempre estar a ponto de divórcio. Dez anos, dez anos se passaram, Claudel se encheu e disse basta! Ela foi tentar a vida de artista independente do poder masculino. Mas Rodin não a deixaria em paz.

    Ele contrata críticos para negativamente desrespeitar a obra de Claudel, a persegue mesmo. Ela consegue até vender algumas esculturas, mas não era suficiente contra o sexismo de Rodin. Claudel enlouquece, quebra as próprias obras a golpes de marreta, come comida de gatos, acaba internada num hospício.

    As mulheres, não somente Claudel, enfrentaram a exclusão do mercado dominado pelo homem. O número de mulheres célebres é muito pequeno e a dificuldade não diminui com a alegoria da beleza do corpo humano que pousa nu e nua. O olhar de Claudel em suas obras é o olhar feminino, algo que o escultor masculino jamais verá, ela tinha familiaridade técnica com a matéria-prima.

    (*) Mário Pinheiro é jornalista pela UFMS, mestre em Sociologia da Comunicação, filósofo e doutor em Ciências Políticas ambos por Dauphine, Paris. Ele escreve aos sábados.

    filosofia e cultura MÁRIO PINHEIRO NO DIVÃ EM PARIS

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