A Câmara Municipal de Campo Grande foi palco de confusão entre o vereador Tiago Vargas (PSD) e produtores culturais nesta quinta-feira (14). Profissionais do setor foram até a Casa de Leis cobrar mais investimentos e foram alvo de provocações do parlamentar, que mostrou uma carteira de trabalho e fez gestos aos artistas que acompanhavam a sessão.
Supostamente crítico das ‘mamatas’ no poder público, Tiago Vargas, porém, tem uma irmã comissionada que teve remuneração bruta de R$ 12,7 mil, no mês de outubro, na Secretaria de Cultura e Turismo da Capital. A parente do parlamentar ocupa o cargo de “assessor-executivo II” desde março de 2021, ou seja, três meses após o ex-policial civil assumir sua cadeira no Legislativo.
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Naquele ano, o prefeito era Marquinhos Trad, correligionário de Tiago, ambos do PSD. No entanto, Vargas deve deixar a sigla na próxima janela partidária e um dos possíveis destinos é o PP, da atual chefe do Executivo, Adriane Lopes.
Apesar de estar lotada na Secretaria de Cultura, a irmã de Vargas diz ser bacharel em Enfermagem e corretora de imóveis.
Nesta quinta, representantes do setor cultural de Campo Grande lotaram o plenário da Câmara Municipal para pedir ajuda dos vereadores para intermediarem junto à prefeitura aumento nos recursos investidos na cultura.
Integrante do Fórum Municipal da Cultura, Romilda Pizani utilizou a tribuna da Casa para cobrar a publicação de editais e o pagamento de R$ 8 milhões em recursos públicos para o setor.
“Precisamos de todos vocês vereadores para contribuir com que essa gestão municipal publique nosso edital com valor de R$ 8 milhões de reais. Temos uma defasagem com relação aos editais no valor de R$ 4 milhões. Foi aprovado nessa Casa um acréscimo de R$ 2 milhões para contribuir com a cultura, mas esse valor também não atende a classe artística de Campo Grande, que chega a um milhão de habitantes. Estamos aqui para reivindicar esse direito”, declarou Romilda.
Em meio ao discurso, Tiago Vargas provocou os presentes com uma carteira de trabalho e disse para procurarem emprego na Funsat (Fundação Social do Trabalho de Campo Grande). Isso gerou uma discussão que escalou a ponto de o presidente Carlão (PSB) suspender a sessão.
Vargas acabou sendo retirado do plenário por seguranças da Câmara.
Provocado, o grupo de artistas lembrou que a irmã de Tiago estava lotada em cargo de comissão na Secretaria de Cultura, apontando a hipocrisia da situação.
CARTEIRA DE TRABALHO!!!
Só foi mostrar uma carteira de trabalho que a galera do (PT), quis me AGREDIR 😂😂😂😂😂😂😂 pic.twitter.com/TB0rH0yvfL
— Tiago Vargas MS 🙌🏻🇧🇷🙏🏻 (@tiagovargasms) December 14, 2023
“Faz muito tempo que ela está nomeada. Está trabalhando, Graças a Deus e vai continuar trabalhando em nome do Senhor Jesus Cristo, pois ela corre atrás do sustento dela. Fala para esses esquerdistas da Cultura que tem um monte de vaga na Funsat e na Funtrab”, declarou Vargas ao site Midiamax.