A Câmara Municipal de Sidrolândia decretou luto oficial de três dias pela morte do vereador Sandro Luiz Gonzales (PSD), aos 44 anos de idade, na segunda-feira (23). O parlamentar fazia tratamento contra um câncer desde 2020 e estava internado no Hospital da Cassems, em Campo Grande. Ele deixa esposa e duas filhas.
Diante da perda do colega, a sessão desta terça (24) foi adiada e remarcada para esta quinta (26), quando deve ocorrer a votação do relatório da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigou as licitações da atual gestão da Prefeitura de Sidrolândia, comandada por Vanda Camilo (PP).
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O relatório foi elaborado pelos vereadores Enelvo Iradi Felini Junior (presidente – PSDB), Cleyton Martins Teixeira (relator – PSB), José Ademir Gabardo (secretário – PSDB), Izaqueu de Souza Diniz (Patriota) e Adavilton Brandão (PSDB).
O documento aponta indícios de ilegalidades em três contratos. Há suspeita de dano ao erário, direcionamento e obras contratadas que não foram não executadas. Parlamentares defendem a abertura de comissão processante contra a chefe do Executivo.
Os membros da CPI concluíram que foram identificados diversos atos que configuram possíveis práticas de improbidade administrativa, em conformidade com a Lei de Improbidade Administrativa.
“A condução de licitações com indícios de direcionamento, a execução inadequada de obras públicas, o não cumprimento integral dos contratos, e a falta de fiscalização eficaz por parte dos órgãos competentes são condutas que violam os princípios da administração pública, tais como a legalidade, moralidade e impessoalidade”, concluem.
Diante das irregularidades e indícios de improbidade administrativa, os membros da CPI defendem a abertura de uma comissão processante que pode levar ao afastamento da prefeita Vanda Camilo.
“Com base nos fundamentos anteriores, recomendamos enfaticamente a abertura de uma Comissão Processante para avaliar a possível prática de improbidade administrativa por parte da chefe do Executivo Municipal”, sustentam.
“As evidências de direcionamento de licitações, inexecução contratual, possível peculato e outras condutas irregulares que emergiram ao longo da investigação não podem ser ignoradas. Tais condutas representam uma violação grave dos princípios da administração pública e podem causar prejuízos significativos ao erário e à coletividade”, justificam.
Os vereadores afirmam que a comissão processante permitiria aprofundar a investigação, reunir mais elementos probatórios e garantir o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa.
Caso comprovada a prática de improbidade administrativa, Vanda Camilo poderia ser destituída do comando da Prefeitura de Sidrolândia.
A reportagem entrou em contato com a assessoria da prefeita Vanda Camilo, mas não houve manifestação até a publicação desta matéria.