O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vê o cerco se fechar a cada revelação sobre a venda de presentes que o Estado brasileiro recebeu de governos estrangeiros. A situação escalou graças aos e-mails obtidos no celular de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, em investigação sobre a suspeita de fraude nos cartões de vacina de Bolsonaro e sua filha Laura, de 12 anos.
A falsificação teria ocorrido no fim de dezembro de 2022, poucos dias antes de o ex-presidente viajar, para burlar a regra de vacinação para garantir a entrada de Bolsonaro e família nos Estados Unidos. Eleita na onda bolsonarista de 2018, a senadora Soraya Thronicke (Podemos) acredita que tudo isso poderia ser evitado.
Veja mais:
TSE nega pedido de Bolsonaro e mantém julgamentos por abuso de poder em ações de Soraya
Simone diz que cerco se fechou contra Bolsonaro e pede apreensão de passaporte do ex-presidente
Hacker confirma encontro com Jair Bolsonaro e revela promessa de indulto
Este drama é vivido por muitas pessoas…
Mas com toda sinceridade hoje eu já acredito que Bolsonaro não fraudou o seu cartão de vacinação… eu acredito que ELE FOI VACINADO SIM, mas para não decepcionar seus asseclas, precisou continuar com a mentira. Se essa tese for… https://t.co/eHxH2452xv— SorayaThronicke (@SorayaThronicke) August 19, 2023
“Mas com toda sinceridade hoje eu já acredito que Bolsonaro não fraudou o seu cartão de vacinação… eu acredito que ELE FOI VACINADO SIM, mas para não decepcionar seus asseclas, precisou continuar com a mentira. Se essa tese for verdadeira, sua imoralidade atingiu níveis jamais imaginados”, afirmou Soraya, em publicação no Twitter (X).
A senadora comentou o caso ao abordar o “drama vivido por muitas pessoas” que brigaram com parentes por questões políticas ou que perderam entes queridos durante a fase crítica da pandemia de Covid-19.
Nesta semana, foi revelado que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente, tomou duas doses de vacina contra a Covid-19, com a segunda aplicação em outubro de 2021. O mesmo ocorreu com seus irmãos Eduardo e Flávio Bolsonaro.
Atualmente, a situação jurídica de Jair Bolsonaro é considerada “complicada”, porque ele pode, de uma só vez, ser responsabilizado pela falsificação do seu cartão de vacinação, pela venda de presentes e também pelos atos golpistas de 8 de janeiro e ataques ao sistema eleitoral brasileiro.