O ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral, negou pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e manteve os julgamentos em ações por abuso de poder político. As denúncias foram protocoladas pela senadora Soraya Thronicke (Podemos) no ano passado, quando ela foi candidata a presidente da República pelo União Brasil.
Candidato à reeleição, o ex-presidente e o seu vice, o general Walter Braga Netto, foram denunciados por usar a estrutura do poder público para transformar os desfiles cívico-militar de 7 de setembro em atividade de campanha. Os dois acusados queriam unir as quatro ações em apenas uma para evitar resultados contraditórios.
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Conforme despachos de Gonçalves, publicados na semana passada, as ações de investigação da Justiça Eleitoral não serão unificadas. Em uma denúncia, o TSE ouvirá 12 testemunhas hoje, amanhã (22) e quarta-feira (23) e na próxima semana, nos dias 28, 29 e 30 deste mês.
O presidente nacional do PP e ex-ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, alegou agenda pessoal e pediu para o seu depoimento ser adiado do dia 23 para quinta-feira (24). O relator aceitou a troca e que o senador deponha por videoconferência.
Em um dos pontos, a defesa de Bolsonaro alegou que apresentou “documentos comprobatórios de despesas com captação e transmissão de imagens dos eventos, locação e montagem de grades de proteção de onde partiu motociata no Rio de Janeiro, aluguel de motocicleta e veículos de suporte, sendo que ‘ressalvado o reembolso do voo da FAB, todos os gastos somados não alcançlam a casa dos R$ 50.000,00’”.
O embate entre Bolsonaro e Soraya se consolidou na campanha eleitoral. Eleita na onda do bolsonarismo em 2018, a senadora foi uma das principais críticas do ex-aliado. A senadora ingressou com várias ações na Justiça eleitoral.
Bolsonaro já foi condenado pela Justiça Eleitoral e ficou inelegível por oito anos por abuso de poder político na reunião com os embaixadores. As ações de Soraya poderão agravar a situação do ex-presidente na Justiça Eleitoral.