O juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Execução de Título Extrajudicial, Embargos e Demais Incidentes de Campo Grande, determinou a penhora do prêmio de R$ 1 milhão que o cantor Thiago Servo ganhou no reality show “A Grande Conquista”, da TV Record. Em valores atualizados, a dívida do cantor é de R$ 1.361.495,06.
A decisão foi assinada e divulgada na quarta-feira (26). A dívida de Thiago Servo é referente ao pagamento de uma nota promissória em branco, segundo a defesa do cantor. Ao portal G1, o advogado Diego Dias Barbosa Gamon comentou que o débito era com Jamil Name Filho, o Jamilzinho, preso como chefe de milícia ligada ao jogo do bicho e condenado pelo Tribunal do Júri, em 19 de julho, pela execução do estudante Matheus Coutinho Xavier.
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Conforme a decisão do juiz David de Oliveira, o cantor emitiu uma nota promissória a Jamilzinho no valor de R$ 150 mil como entrada para compra de um carro de luxo e uma aeronave. Entretanto, Servo alega ter saído da dupla que tinha com a cantora Thaeme, em 2013, e perdido renda, o que o levou a devolver os bens ao chefe da milícia.
Thiago, então, “teria devolvido os bens e combinado com o credor [Jamil Name Filho] que o dinheiro da entrada ficaria pelo tempo de uso e que a nota promissória seria rasgada”, comenta a decisão do juiz. Porém, a nota foi executada.
Na Justiça, o pedido para penhora dos bens é feito por João Alex Monteiro Catan, que alega ser dono da promissória e lesado pela dívida do cantor Thiago Servo. A defesa do cantor contesta e diz que a dívida, na realidade, é com Jamil Name Filho.
À Justiça, a defesa de Thiago Servo disse que não reconhece como a nota promissória foi parar nas mãos de João Alex Monteiro Catan, que é quem assina o título. O cantor não nega a dívida.
Após a decisão, o juiz oficiou para que a TV Record deposite o prêmio do cantor Thiago Servo em conta do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul como parte do crédito executado como penhora.
A defesa do cantor disse que vai entrar com recurso, porque o cliente está desempregado e que a penhora total do prêmio é inviável.
“Nós vamos entrar com recurso. Não podem penhorar 100% do prêmio, meu cliente está desempregado. O cantor está sem renda. Vamos pedir para que seja confiscado apenas 70% do prêmio”, declarou o advogado do cantor.
Chefe do jogo do bicho
Com a condenação pela morte do universitário Matheus Coutinho Xavier, executado com sete tiros de fuzil aos 20 anos no dia 9 de abril de 2019, o empresário Jamil Name Filho, acumula 46 anos e oito meses de prisão no regime fechado. É o dobro da idade do réu, preso desde setembro de 2019 na Operação Omertà.
Além dessa sentença, Jamilzinho já foi condenado em três sentenças na Operação Omertà. Na primeira condenação, pelo arsenal de guerra encontrado em uma casa no Bairro Monte Líbano, ele pegou quatro anos e seis meses de prisão. O outro réu, Marcelo Rios, foi condenado a cinco anos e quatro meses. Em outra sentença, por organização criminosa, foi condenado a seis anos.
Na terceira sentença, por extorsão armada para tomar a casa mediante ameaças do empresário José Carlos de Oliveira, ele foi condenado a maior pena até o momento, 12 anos e oito meses no regime fechado.
O empresário recorreu contra todas as sentenças. O advogado Nefi Cordeiro, ex-ministro do STJ, já anunciou que também vai recorrer contra a sentença pela morte do universitário.